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Rafael Baptista Rabello (Petrópolis, 31 de outubro de 1962 — Rio de Janeiro, 27 de abril de 1995) foi um violonista e compositor brasileiro, ligado ao choro e à música popular brasileira. Um virtuoso deste instrumento, ele é considerado um dos maiores violonistas brasileiros de todos os tempos, sobretudo em sua especialidade, o violão de sete cordas.
Raphael Rabello | |
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Informação geral | |
Nome completo | Rafael Baptista Rabello |
Nascimento | 31 de outubro de 1962 |
Local de nascimento | Petrópolis, RJ |
Morte | 27 de abril de 1995 (32 anos) |
Local de morte | Rio de Janeiro, RJ |
Gênero(s) | música Instrumental, choro, samba, bossa nova |
Instrumento(s) | violão, violão de sete cordas |
Período em atividade | 1974—1995 |
Ele participou de concertos e gravações com famosos músicos brasileiros, tais como Tom Jobim, Ney Matogrosso, Zé Ramalho, Jaques Morelenbaum e Paulo Moura, João Bosco e também com instrumentistas internacionais, como por exemplo Paco de Lucía.
Foi incluído na lista 30 maiores ícones brasileiros da guitarra e do violão (Categoria: "Mestres Acústicos") da revista Rolling Stone Brasil, em 2012.[1]
Rafael Rabello nasceu em uma família musical: sua irmã Luciana Rabello se tornou conhecida com o seu cavaquinho, e seu primeiro professor de violão foi um irmão mais velho. Ele também tomou lições de violão com Jayme Florence (o famoso "Meira", que também deu aulas a Baden Powell nos anos 1940). Ele passou a tocar o violão de sete cordas influenciado por Dino 7 Cordas. Ele já tocava profissionalmente em sua adolescência: sua primeira aparição como coadjuvante foi aos 14 anos, em uma gravação de choro feita pelo violonista clássico Turibio Santos.
Apesar da insistência e admiração de Rafael, ele nunca teve aulas com o violonista Dino 7 Cordas, com quem gravou um álbum em 1991. Segundo o violonista Maurício Carrilho, nunca se soube porque Dino não aceitou Rafael como seu aluno. Rafael, por um tempo, dedicou-se somente ao violão de sete cordas, chegando, inclusive, a adotar o nome "Rafael 7 Cordas" (o mesmo nome de seu primeiro álbum). No início dos anos 1980, ele participou como instrumentista em famosas gravações de samba, como por exemplo: "Minha Missão", de João Nogueira.
Ele não tem limitações. Técnica, velocidade, bom gosto harmônico, um artista completo.[2]
– Dino 7 Cordas sobre Raphael
No início dos anos 1990, Rabello descobriu que havia contraído o vírus HIV, causador da AIDS. Na época, houve a suspeita de que isso tivesse acontecido numa transfusão sanguínea dois anos antes, em uma internação após um acidente com um táxi ocorrido em 27 de maio de 1989 no Rio de Janeiro;[3] mas, como relata na sua biografia sobre Rabello,[4] o pesquisador Lucas Nobile conversou com familiares do músico e com médicos que eram próximos a ele na ocasião e todos negaram que tivesse havido uma transfusão[5] (os arquivos do hospital Miguel Couto, para onde ele fora levado em seguida ao acidente, foram destruídos[6]). De qualquer forma, nos anos seguintes, em desespero, Rabello passou a consumir cocaína.
Em 1994, Rafael Rabello deixou o Brasil, já com problemas com as drogas, e foi para os Estados Unidos com a perspectiva de expansão de sua carreira profissional. Chegando lá, começou a lecionar em uma universidade de música em Los Angeles. Paralelamente, começou a libertar-se das drogas. Mais tarde, porém, Rafael precisou voltar ao Brasil para breve trabalho aprovado pela Fundação Cultural Banco do Brasil: a realização de um disco resgatando a obra do compositor Capiba.
Já no Rio de Janeiro, como não mais residia na cidade, Rafael acabou se hospedando no Hotel Sheraton, em São Conrado e não na casa da família, como combinado anteriormente.
Em 1995, Rafael pediu para ser internado para tratamento de desintoxicação; no entanto, em 27 de abril, faleceu dormindo no hospital,[5] um dia depois de ter sido avaliado pelos médicos como "ótimo".
Rabello teve dois CDs gravados em sua homenagem e uma escola batizada com seu nome. O último trabalho feito em sua homenagem era aquele que Rafael vinha produzindo antes de sua morte: um tributo a Lourenço da Fonseca Barbosa, conhecido por "Capiba" (1904–1997). Ele foi um dos arranjadores do álbum, sendo também creditado como produtor, violonista e tendo mesmo cantado uma das canções. A lista de cantores convidados é realmente impressionante: Chico Buarque, Paulinho da Viola, Gal Costa, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Alceu Valença, João Bosco, e Ney Matogrosso.
Alguns violonistas manifestaram suas opiniões sobre Rafael Rabello:
A música e o seu estilo único de tocar o violão fazem falta, apesar de termos admiráveis “sucessores” como o Yamandú Costa e o Alessandro Penezzi, dois monstros; mas o Raphael tinha um estilo diferente, ele conseguia transitar por mundos diferentes dentro da música e não ficava preso ao mundo do violão instrumental, ele fazia parcerias fantásticas com grandes vozes da música brasileira." — Andreas Kisser, Sepultura
O melhor violonista que eu já ouvi em anos. Ele ultrapassou as limitações técnicas do violão, e sua música vinha progressivamente de sua alma, diretamente para os corações de quem o admirava.[2]
"Raphael Rabello foi simplesmente um dos maiores violonistas que já existiram. Seu nível de introspecção no potencial do instrumento só foi alcançado, talvez, pelo grande Paco de Lucia. Ele foi ‘o’ violonista brasileiro de nosso tempo, na minha opinião. Sua morte, em uma idade ainda tão jovem é uma perda incrivelmente dolorosa, não apenas pelo que ele já tinha feito, e sim pelo que ele poderia vir a fazer." — Pat Metheny[2]
Raphael Rabello foi um dos mais notáveis violonistas de todos os tempos. A sua "pegada" era muito expressiva e confiante, com interpretações vibrantes e técnica exuberante. A contribuição dele foi essencial, deixando uma das mais ricas e memoráveis páginas na história do violão brasileiro." — Marco Pereira[2]
Se o violão tem se estabelecido mais uma vez como a principal voz instrumental da música moderna brasileira, muito do crédito pode ser dado a Raphael Rabello…" — Mark Holston, Guitar Player Magazine[2]
"Ele foi um incrível violonista. Eu nunca vi igual… ele foi único." — Francis Hime,
Guitar Player Magazine[2]
" Esse é um dos melhores violonistas que eu já ouvi." — Lee Ritenour, JazzTimes Magazine
" Raphael era um amigo muito próximo. Quando eu o conheci, eu fiquei impressionada com o seu talento. Eu estava estonteada pela sua genialidade." — Gal Costa
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