Quinto Fábio Vibulano Ambusto (cônsul em 423 a.C.)
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Quinto Fábio Vibulano Ambusto (em latim: Quintus Fabius Vibulanus Ambustus) foi um político da gente Fábia nos primeiros anos da República Romana eleito cônsul por duas vezes, em 423 e 412 a.C., com Caio Semprônio Atratino e Caio Fúrio Pácilo respectivamente. Foi também tribuno consular por duas vezes, em 416 e 414 a.C. Ele é filho de Quinto Fábio Vibulano, cônsul em 467, 465 e 459 a.C., e irmão de Marco Fábio Vibulano, cônsul em 442 a.C. e tribuno consular em 433 a.C., e de Numério Fábio Vibulano, cônsul em 421 a.C.[1].
Quinto Fábio Vibulano Ambusto | |
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Cônsul da República Romana | |
Consulado | 423 a.C. 416 a.C. (trib.) 414 a.C. (trib.) 412 a.C. |
Em 423, Quinto Fábio foi eleito cônsul pela primeira vez com Caio Semprônio Atratino[2]. Durante as campanhas militares daquele ano, Quinto Fábio ficou encarregado da defesa da cidade enquanto Caio Semprônio marchou com o exército para combater os volscos, que conseguiram se reorganizar para enfrentar Roma, que, por sua vez, estava mal preparada para a batalha.
Apesar da incapacidade administrativa de Semprônio, principalmente ao enfrentar um exército volsco cuidadosamente preparado, a campanha não se transformou num desastre por pouco. O cônsul, desprezando o inimigo, não havia disciplinado suas tropas e quase foi derrotado[2]. Sexto Tempânio, um decurião da cavalaria, toma a iniciativa de atacar os volscos saltando do cavalo e avançando sobre os inimigos[3]. Os volscos tentam cercar a frente romana de Tempânio, mas o resto do exército romano avança para protegê-los. Com a chegada da noite, ambos exércitos entraram em pânico e, achando que haviam sido derrotados, abandonaram o campo de batalha, deixando para trás os feridos. Tempânio, porém, segurou suas tropas, e, com a chegada do dia, viu que todos haviam abandonado o campo, recolheu os feridos romanos e voltou para Roma[4].
Ao retornar a Roma, Semprônio só conseguiu evitar ser processado pelos tribunos da plebe graças ao testemunho de Tempânio, que afirmou tê-lo visto combatendo corajosamente[5].
Em 416, foi eleito tribuno consular com Espúrio Náucio Rutilo, Aulo Semprônio Atratino e Marco Papírio Mugilano[6][lower-alpha 1].
Este ano, como o anterior, foi caracterizado por um cenário externo tranquilo e tensões crescentes internamente por causa da questão agrária por parte dos tribunos da plebe Marco Metílio e Espúrio Mecílio.
Quinto Fábio foi novamente eleito tribuno consular em 414 a.C., desta vez com Caio Cornélio Cosso, Lúcio Valério Potito e Marco Postúmio Regilense[7].
Neste ano, Bolas, capturada no ano anterior pelos romanos, que discutiam criar ali uma colônia romana, foi reconquistada e refortificada pelos équos. O Senado decide então confiar a campanha aos cuidados de Marco Postúmio. Ele conduziu o exército à vitória, mas criou inimizades com seus próprios soldados ao descumprir a promessa de dividir com eles o butim da guerra. Reconvocado a Roma, durante uma inflamada discussão na assembleia com os tribunos da plebe, especialmente Marco Sêxtio, que ameaça reapresentar a proposta de divisão agrária de Bola do tribuno Lúcio Décio, que havia sido bloqueada no ano anterior[8], Marco Postúmio, apoiado pelos patrícios, se opõe e ameaça dizimar seu exército[9].
Quando a notícia chegou ao acampamento militar do que se passava em Roma, os soldados se levantaram em revolta. Marco Postúmio lidou com a situação com dureza excessiva, tanta que, quando novos tumultos irromperam por causa de sua decisão de condenar alguns soldados à morte, foi capturado juntamente com seu questor, Públio Sêxtio, e apedrejado por seus próprios soldados[10].
Os tribunos da plebe impediram que os tribunos consulares abrissem um inquérito sobre o ocorrido.
Depois do assassinato, os patrícios fizeram de tudo para que, no ano seguinte, fossem realizadas eleições consulares para evitar que plebeus fossem eleitos tribunos consulares e levassem este caso à pauta do Senado. Os tribunos da plebe se opuseram na assembleia das centúrias e nenhuma eleição foi realizada no final de 414 a.C.[11] Quinto Fábio foi eleito interrex no começo de 413 para assegurar a realização de eleições[12] e ele conseguiu eleger os dois cônsules do ano seguinte, Aulo Cornélio Cosso e Lúcio Fúrio Medulino[9], que condenaram alguns soldados como forma de apaziguar as tensões no exército[13].
Segundo Friedrich Münzer, este Quinto Fábio é o mesmo que foi cônsul em 412 a.C., uma hipótese refutada por Attilio Degrassi[14]. De qualquer forma, 412 a.C., Quinto Fábio foi novamente eleito cônsul, agora com Caio Fúrio Pácilo[15]. Durante seu mandato, a tentativa do tribuno da plebe Lúcio Icílio de reacender o debate político a respeito da questão agrária foi frustrada pela irrupção de mais uma epidemia em Roma.
“ | ...espalhou-se uma peste que, se não tão séria, era ameaçadora e virou a cabeça dos homens do fórum e das lutas políticas para o cuidado de suas casas e seus corpos. | ” |
Cônsul da República Romana | ||
Precedido por: Ápio Cláudio Crasso com Lúcio Sérgio Fidenato II |
Caio Semprônio Atratino 423 a.C. com Quinto Fábio Vibulano |
Sucedido por: Lúcio Mânlio Capitolino |
Precedido por: Aulo Cornélio Cosso |
Quinto Fábio Vibulano II 412 a.C. |
Sucedido por: Espúrio Náucio Rutilo |
Tribuno consular da República Romana | ||
Precedido por: Agripa Menênio Lanato com Caio Servílio Áxila II (III)? |
Quinto Fábio Vibulano 416 a.C. com Aulo Semprônio Atratino III |
Sucedido por: Públio Cornélio Cosso com Numério Fábio Vibulano |
Precedido por: Numério Fábio Vibulano com Quinto Quíncio Cincinato |
Quinto Fábio Vibulano II 414 a.C. com Cneu Cornélio Cosso |
Sucedido por: Aulo Cornélio Cosso |
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