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Públio Flávio Vegécio Renato (em latim: Publius Flavius Vegetius Renatus), conhecido como Vegécio, foi um escritor do Império Romano do século IV.
Este artigo contém uma lista de referências no fim do texto, mas as suas fontes não são claras porque não são citadas no corpo do artigo, o que compromete a confiabilidade das informações. (Dezembro de 2023) |
Flávio Vegécio | |
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Pseudônimo(s) | Publius Vegetius Renatus |
Nascimento | século IV |
Morte | 450 |
Cidadania | Roma Antiga |
Ocupação | escritor, militar, historiador, médico, administrador |
Obras destacadas | De Re Militari |
Religião | cristianismo |
Apenas se conhece da sua biografia a breve informação que relata ele próprio. Vegécio não se identifica como militar, mas como "vir illustris comes" (homem ilustre e conde) termos que, no latim da época, assinalam-no como um personagem próximo do imperador de Roma. O cognome Renato sugestiona que abraçou o cristianismo na idade adulta.
Apenas são conhecidas datas da sua vida, salvo pelas referências históricas da sua própria obra: no seu "Epitoma rei militaris" alude ao imperador Graciano como deificado, o que situa a obra como posterior à morte deste em 383; uma anotação de Flávio Eutrópio, um escreva de Constantinopla, sobre um dos seus manuscritos já publicados, remonta a 450. Vegécio dedicou as suas obras ao imperador reinante na época, mas não especifica quem era este exatamente; uns estudiosos sugestionam que Teodósio I, a hipótese mais provável, e outros que Valentiniano III.
Conservam-se duas obras suas: Epitoma rei militaris ("Compêndio Militar"), também conhecido como De Re Militari, na qual defende a retomada dos métodos de organização e treinamento usados no passado nas legiões romanas, descrevendo-os a partir de várias fontes.
Escreveu também a menos conhecida Digesta Artis Mulomedicinae um tratado de veterinária sobre as doenças de cavalos e mulos.
É um tratado que descreve os usos militares do exército romano na antiguidade. Cita do próprio Vegécio no prefácio:
“ | O livro primeiro ensina a fundo sobre a escolha dos mais jovens, de que locais ou quais devem ser aceites como soldados, ou com que exercícios de armas devem ser instruídos. O livro segundo contém o costume da antiga milícia na que pode ser formado ao exército de infantaria. O livro terceiro expõe todas as classes de artes que parecem necessárias para o combate em terra. O livro quarto enumera todas as máquinas com as que se atacam ou defendem-se as cidades; também acrescenta os preceitos da guerra naval. | ” |
Na própria obra afirma o autor que escreveu primeiro o Livro I como um tratado independente e que, depois, a pedido do imperador, ampliou-a com os três livros seguintes.
Por ser uma obra eminentemente prática, breve e escrita num latim simples, foi tida como referência entre os militares da Idade Média e o Renascimento e, pelo detalhado do seu relato, foi considerada uma importante fonte para os historiadores. Copiado com profusão, o texto sobreviveu íntegro até o nossos dias; foi traduzido para vários idiomas antes da invenção da imprensa e impresso pela primeira vez em Utreque em 1473. A partir do século XVI a reputação de Vegécio como fonte histórica começou a decair pela descoberta de outros autores como Políbio, e pela objeção de que misturava confusamente as instituições de diversos períodos do Império Romano.
Vegécio cita entre as suas fontes Catão, o Velho, Cornélio Celso, Frontino, Padarno e as constituições imperiais de Augusto, Trajano e Adriano.
O livro caracteriza-se pela nostalgia de Vegécio para os tempos anteriores a ele e o elogiamento de glórias passadas, lamentando o abandono no que se encontra o exército no seu tempo, e propondo o ressurgir deste, pondo especial ênfase na necessidade de disciplina e treino. Do livro I, capítulo I:
“ | A vitória na guerra não depende completamente do número ou do simples valor; somente a destreza e a disciplina a assegurarão. Encontraremos que os romanos deveram a conquista do mundo a nenhuma outra causa do que o contínuo treino militar, a exata observância da disciplina nos seus acampamentos e o perseverante cultivo das outras artes da guerra. | ” |
De Vegécio é a locução "Si vis pacem, para bellum" (se queres a paz, prepara a guerra), embora o texto original diz exatamente:
“ | igitur qui desiderat pacem, praeparet bellum (assim quem deseje a paz, que prepare a guerra) |
” |
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