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organização conservacionista brasileira Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Projeto TAMAR é um projeto conservacionista brasileiro que atua na preservação das tartarugas-marinhas ameaçadas de extinção. É uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos e fica sediado na Praia do Forte, no município de Mata de São João, no interior do estado da Bahia.[1][2]
Entrada base de Vitória, do Projeto Tamar, em 2019. | |
Fundação | Janeiro de 1980 |
Sede | Mata de São João, Bahia Brasil |
Línguas oficiais | Português |
Sítio oficial | http://www.tamar.org.br/ |
O nome TAMAR é uma contração das palavras tartaruga e marinha, necessária, no início da década de 1980, para a confecção das pequenas placas de metal utilizadas para a identificação dos espécimes pelo projeto, para estudos de biometria, monitoramento das rotas migratórias e outros.[3]
A ideia do projeto TAMAR surgiu na década de 1970 por meio de um grupo de estudantes de oceanografia que viajavam para praias desertas para realizar pesquisas.[4] Naquela época, no Atol das Rocas, os pesquisadores documentaram pescadores matando tartarugas-marinhas. Fotos e alguns relatórios foram enviados às autoridades, que estavam querendo iniciar um programa de conservação marinha dando início ao programa que se desdobrou no Projeto Tamar, fundado no ano de 1980.[4][5]
Segundo levantamentos realizados foram fundamentais as participações do Almirante Ibsen de Gusmão Câmara, fundador da Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza (FBCN) como irradiador do projeto, Maria Thereza Jorge Pádua, fundadora da Fundação Pró-Natureza (Funatura), Renato Petry Leal, da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, José Catuetê Albuquerque, fundador do Projeto TAMAR e Guy Marcovaldi, fundador dos projetos TAMAR e Pró-TAMAR.[6] Guy Marcovaldi, um dos fundadores do projeto, é o atual coordenador nacional do Tamar, que conta com recursos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICM-Bio), ligado ao governo federal, da montadora de carros estadunidense Jeep e dos turistas que visitam suas instalações pagando bilheteria e comprando camisetas do projeto.[7][8][9][10]
Após uma parceria de mais de quarenta anos, a empresa estatal de energia Petrobras, na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) e com aval do então presidente da empresa Joaquim Silva e Luna, optaram por encerrar o patrocínio concedido pela empresa ao projeto.[11][12][13]
O Tamar surgiu com um objetivo de proteger tartarugas-marinhas que estão ameaçadas de extinção no litoral brasileiro.[14] Com o tempo, porém, percebeu-se que os trabalhos não poderiam ficar restritos às tartarugas, pois uma das chaves para o sucesso desta missão seria o apoio ao desenvolvimento das comunidades costeiras, de forma a oferecer alternativas econômicas que amenizassem a questão social, diminuindo assim a caça das tartarugas-marinhas para a sua sobrevivência.[15] O Tamar também protege tubarões e outras espécies de vida marinha.[16][17][18]
As atividades são organizadas a partir de três linhas de ação:[19]
Desde o início, tem sido necessário desenvolver técnicas pioneiras de conservação e desenvolvimento comunitário, adequadas às realidades de cada uma das regiões trabalhadas. As atividades estão atualmente concentradas em vinte e uma bases, distribuídas em mais de mil e cem km de costa. Assim, para garantia de efetiva proteção das tartarugas, promove-se também a conservação dos ecossistemas marinho e costeiro e o desenvolvimento sustentável das comunidades próximas às bases - estratégia de conservação conhecida como espécie-bandeira ou espécie-guarda-chuva.[20]
Essas atividades envolvem atualmente cerca de mil e duzentas pessoas, a maioria moradores das comunidades, essenciais para a proteção das tartarugas marinhas, pois melhoram as condições do seu habitat e diminui a pressão humana sobre os ecossistemas e as espécies.
O número de ninhos para todas as espécies de tartarugas marinhas no país continua aumentando. Na 35ª temporada reprodutiva monitorada pelo TAMAR (2015-16), foram protegidos 26 mil ninhos, gerando 2,5 milhões de filhotes que chegaram ao mar em segurança.[21]
Após 35 anos de trabalho, o TAMAR devolveu ao mar mais de 25 milhões de filhotes de tartarugas marinhas.[21]
Atualmente, há 22 bases do projeto pelo litoral do nordeste, sudeste, e sul.[22] As localizações das bases são:
O litoral de Sergipe possui a maior concentração de desovas da tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) no país. Também são registradas, em menores proporções, desovas das tartarugas-cabeçudas (Caretta caretta), tartarugas-de-pente (Eretmochelys imbricata) e tartarugas-verdes (Chelonia mydas).
As bases de Pirambu, Abaís e Ponta dos Mangues protegem, juntas, cento e vinte e cinco dos cento e sessenta e três quilômetros de praias sergipanas e protegem mais de duas mil e quinhentas desovas/ano e cerca de cento e trinta e cinco mil filhotes.
O Oceanário de Aracaju e o Centro de Educação Ambiental da Reserva Biológica de Santa Isabel recebem cerca de 170 mil visitantes/ano, sendo 17 mil atendimentos especiais através do Programa de Visitas Orientadas (PVO).
Em Pirambu é desenvolvido o Programa de valorização cultural, envolvendo grupos folclóricos, quadrilhas juninas, capoeira, bordadeiras e o encontro cultural Culturarte. Todas estas atividades se concentram no Clubinho da tartaruga, uma estrutura construída em taipa, em regime de mutirão pela comunidade.
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