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esposa do Presidente da República Federativa do Brasil Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Primeira-dama do Brasil é o título da anfitriã do Palácio da Alvorada, tradicionalmente a esposa do presidente do Brasil. Embora o papel da primeira-dama nunca tenha sido definido oficialmente, ela figura proeminentemente na vida política e social da nação.[1] Rosângela Lula da Silva é a atual primeira-dama do Brasil, como esposa do 39.º presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
Primeira-dama do Brasil | |
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Estilo | Dona (formal) |
Residência | Palácio da Alvorada |
Duração | Coincidente com o período de exercício do presidente. |
Criado em | 15 de novembro de 1889 (134 anos) |
Primeiro titular | Mariana da Fonseca |
Mariana da Fonseca, esposa de Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente do Brasil (1889–1891), é considerada a primeira primeira-dama do Brasil.
O papel da primeira-dama mudou consideravelmente.[1] Ele passou a incluir o envolvimento em campanhas políticas,[2] causas sociais[3] e representação do presidente em ocasiões oficiais e cerimoniais.[4] Além disso, ao longo dos anos, as primeiras-damas exerceram influência em vários setores, desde a moda até a opinião pública sobre políticas.[5]
Há cinco ex-primeiras-damas vivas: Maria Thereza Goulart, viúva de João Goulart; Marly Sarney, esposa de José Sarney; Rosane Malta, ex-esposa de Fernando Collor, Marcela Temer, esposa de Michel Temer; e Michelle Bolsonaro, esposa de Jair Bolsonaro.
Inspirado pelo modelo norte-americano, o título, teoricamente, tem o propósito de preencher lacunas deixadas pela agenda presidencial. Isso se traduz em liderar ou participar ativamente de iniciativas sociais, como campanhas de caridade e voluntariado, com o objetivo de auxiliar os menos favorecidos. Essa posição, embora não tenha uma definição oficial na constituição, desempenha um papel crucial na representação social e humanitária do governo, focalizando questões relevantes. O impacto das primeiras-damas no Brasil, assim, se estabelece como um componente significativo da vida política e social do país.
A única ex-primeira-dama a ingressar na disputa por cargos públicos foi Rosane Malta, em 2018.[6] No entanto, a figura mais marcante na história do país foi Maria Thereza Goulart, destacando-se por sua juventude, beleza, carisma e elegância.[7] A mais jovem a assumir o posto foi Catita Alves, com apenas 23 anos em 1902,[8] enquanto Ruth Cardoso detém o título de mais velha, assumindo aos 64 anos. Nair de Teffé estabeleceu um recorde notável ao permanecer como ex-primeira-dama por impressionantes 67 anos, enquanto Clélia Bernardes detém o título de ex-primeira-dama mais longeva, vivendo até os 96 anos.[9]
Darcy Vargas ocupou a função por um período extenso de 18 anos, contrastando com Graciema da Luz, que deteve o posto por apenas três dias. Entre todas as primeiras-damas, Guilhermina Penna ostenta o recorde de mais filhos, totalizando doze. Por outro lado, Mariana da Fonseca e Rosane Malta não tiveram filhos.
Em 2019, Michelle Bolsonaro se tornou a primeira primeira-dama brasileira a discursar no parlatório do Palácio do Planalto durante uma posse presidencial. Ela que faz parte do Ministério de Surdos e Mudos da Igreja Batista Atitude, na qual atuou como intérprete de Libras nos cultos, quebrou protocolo discursando em Língua Brasileira de Sinais.[10][11]
Rosângela Lula da Silva tornou-se a trigésima oitava primeira-dama do Brasil com o terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2023. Durante a cerimônia, apareceu usando um terno dourado, sendo a primeira primeira-dama brasileira a usar tal peça numa solenidade de posse.[12]
O uso do título Dona como forma de tratamento para as primeiras-damas brasileiras é uma tradição marcada por cortesia e respeito. Essa prática é uma expressão cultural que reflete a valorização da posição e do papel social dessas mulheres. Ao utilizar o termo "Dona" seguido do nome da primeira-dama, é reforçado um gesto de deferência e reconhecimento à importância da sua função dentro da sociedade e do cenário político brasileiro. Esse costume, enraizado na etiqueta e nas normas sociais, contribui para a construção de uma imagem respeitosa e formal em relação às primeiras-damas.[13]
É notável destacar que três filhas de presidentes brasileiros assumiram o papel de primeira-dama quando seus pais ficaram viúvos. Catita e Marieta Alves, filhas de Rodrigues Alves,[8] e Antonietta Castello Branco, filha de Humberto Castello Branco,[14] exerceram temporariamente as funções associadas a esse papel protocolar durante períodos nos quais seus pais estavam viúvos. Essa dinâmica singular ressalta a flexibilidade e adaptação das normas sociais em situações específicas, proporcionando uma visão única sobre a evolução das representações na esfera presidencial brasileira.
A posição da primeira-dama no Brasil não é conquistada por meio de eleição e, predominantemente, envolve responsabilidades cerimoniais. Apesar disso, as primeiras-damas têm ocupado uma posição proeminente na sociedade brasileira, e ao longo dos séculos, o papel desempenhado por elas passou por uma evolução significativa.[1] A principal função da primeira-dama é atuar como anfitriã do Palácio da Alvorada, organizando e participando de cerimônias e eventos oficiais do Estado, muitas vezes em conjunto com o presidente ou em seu lugar.
No decorrer do século 20, tornou-se crescentemente comum que as primeiras-damas escolhessem causas específicas para promover, geralmente aquelas que não são politicamente divisivas. A contratação de uma equipe para apoiar essas atividades tornou-se uma prática comum. Mary Pessoa defendeu os direitos das mulheres;[15] Darcy Vargas foi pioneira no assistencialismo social, oferecendo suporte a famílias de militares;[16] Ruth Cardoso incentivou o combate à extrema pobreza;[17] Marcela Temer promoveu iniciativas em prol da primeira infância;[18] e Michelle Bolsonaro, prestou auxílio a pessoas com deficiência, portadores de síndromes e à comunidade surda, além de apoiar o voluntariado.
Além de suas atividades sociais e filantrópicas, muitas primeiras-damas tornaram-se notáveis formadoras de tendências na moda.[19] Algumas delas exerceram um grau considerável de influência política, desempenhando o papel crucial de conselheiras importantes para o presidente.[20]
As primeiras-damas ocupam uma posição altamente visível na sociedade brasileira, tendo um papel evolutivo ao longo dos séculos.[21] O papel, em seu começo, estava atrelado ao desempenho de atividades benemerentes que visavam o amparo e proteção de grupos sociais que viviam em situação de risco. O assistencialismo no país sob o comando da primeira-dama brasileira começou já na república velha.
Mary Pessoa com suas obras de caridades, fundou em 1919, a primeira obra de caridade da Casa de Santa Ignez, oferecendo tratamento para trabalhadoras domésticas vítimas de tuberculose, contando com a colaboração das religiosas da Congregação Filhas de Sant'Anna.[22] Foi também presidente de honra da Legião da Mulher Brasileira, instituição destinada a elevar o nível da moral feminina e proteger, sobre múltiplos e nobres aspectos a mulher brasileira.[15][23]
Darcy Vargas foi precursora do assistencialismo no país por meio de propagandas com a criação da Legião Brasileira de Assistência.[16] Inicialmente, ajudou as famílias dos soldados que participaram da Segunda Guerra Mundial, mas logo se tornou abrangente, com destaque em mães e famílias que viviam na pobreza. Com um estilo inteiramente feminino, a LBA era comandada em cada Estado, pelas esposas dos governadores e, consequentemente, pelas esposas dos prefeitos.[24] A partir de então, todas as primeiras-damas do país assumiam a presidência de honra da Legião Brasileira de Assistência.
Carmela Dutra criou a Organização das Voluntárias, instituição filantrópica criada por para auxiliar o voluntariado em os hospitais, maternidades, creches e demais organizações de caridade.[25] Em 1964, já contava com 17 mil pessoas em todo o país e possuía 380 núcleos espalhados em todo o território nacional. No Rio de Janeiro, a Organização das Voluntárias funcionava na Capela de Santa Teresinha do Palácio Guanabara.[26]
Sarah Kubitschek inovou com a Fundação das Pioneiras Sociais. A organização foi criada quando ainda era primeira-dama de Minas Gerais, oferecendo apoio à crianças, mães e mulheres grávidas, estendendo-se as famílias mais pobres.[27] A Fundação ganhou independência quando seu marido assumiu a Presidência da República.[28] A inspiração de Sarah para tal obra decorre, fundamentalmente, de sua experiência enquanto mãe e os problemas de coluna de sua filha Márcia e os cuidados específicos que ensejavam.
Ruth Cardoso O programa foi criado para o combate da extrema pobreza.[17] Em 2000, ela criou a organização não governamental Comunitas, com o objetivo de contribuir para o aprimoramento dos investimentos sociais corporativos e estimular a participação da iniciativa privada no desenvolvimento social e econômico do país, na qual atuou até sua morte.[29][30] Foi precursora de um dos maiores programas sociais da história do país, o Bolsa Família,[31][32] inclusive por meio do Comunidade Solidária.[33] Ruth ainda se notabilizou por sua intelectualidade, tendo sido a primeira esposa de um presidente a conquistar um diploma universitário.[34]
Marcela Temer foi a embaixadora do programa.[18] Criado para a assistência de crianças de 0 a 3 anos, visando acompanhar em visitas as famílias ligadas ao Programa Bolsa Família, incentivando o desenvolvimento na primeira infância em ações de educação, assistência social, saúde, direitos humanos e cultura.[35] Marcela atuou também em causas como o trabalho voluntário, criando um programa nacional para estimular o voluntariado, o Viva Voluntário.[36][37][38]
Michelle Bolsonaro é defensora de causas sociais relacionadas a pessoas com deficiência, com visibilidade em doenças raras, inclusão digital, conscientização sobre autismo, inclusão de libras nas escolas e outros projetos sociais. Também é engajada no voluntariado social, tendo sido a presidente do conselho gestor do programa nacional de incentivo ao trabalho voluntário, chamado Pátria Voluntária.[39]
Dentre as trinta e oito primeiras-damas, algumas se destacaram notavelmente por seu estilo e elegância. Sarah Kubitschek, em particular, permanece uma figura icônica da elegância até os dias atuais. Ela é lembrada por ter ditado tendências em uma época crucial em que o Brasil testemunhava o crescimento do mercado da moda. Com um estilo clássico, elegante e discreto, Sarah escolhia suas roupas entre criações de diversos estilistas renomados, incluindo Zuzu Angel, Dener Pamplona, Guilherme Guimarães e Mena Fiala. Este último, aliás, foi responsável por praticamente todo o guarda-roupa de Sarah, incluindo o vestido que ela usou na cerimônia de posse de seu marido. A contribuição de Sarah Kubitschek para o mundo da moda e sua habilidade em personificar a elegância continuam a ser admiradas e lembradas.[40]
Considerada pela Revista People a primeira-dama mais bela do país e uma das 10 mais bonitas do mundo, Maria Thereza Goulart tornou-se um ícone da moda brasileira no início dos anos 60, optando pela então nascente alta costura brasileira, tornando-se cliente do estilista Dener Pamplona de Abreu, que acabou por ser responsável pelo seu guarda-roupas. Glamourosa, atraiu o interesse dos jornais e o imaginário dos brasileiros que se inspiravam nas suas mais belas peças de roupas. Maria Thereza foi a primeira-dama mais emblemática da história do país, com vinte e cinco anos de idade à época da posse, tendo sido considerada pela revista Time como uma das nove Belezas Reinantes mundial,[41] estampando diversas capas de revistas brasileiras como a Manchete, Fatos & Fotos e O Cruzeiro; e mundialmente famosas como a francesa Paris Match e a alemã Stern.
Maria Thereza Goulart, considerada pela Revista People a primeira-dama mais bela do Brasil e uma das 10 mais bonitas do mundo, emergiu como um ícone da moda brasileira nos primeiros anos da década de 60. Nesse período, ela fez uma escolha marcante ao adotar a então nascente alta costura brasileira, tornando-se cliente do renomado estilista Dener Pamplona de Abreu,[42] que assumiu a responsabilidade por seu guarda-roupa. Sua presença glamourosa não só atraiu a atenção da imprensa,[19] mas também capturou a imaginação dos brasileiros,[43] que se inspiravam em suas elegantes vestimentas. Maria Thereza foi, sem dúvida, a primeira-dama mais emblemática da história do Brasil. Assumindo o papel aos vinte e cinco anos de idade durante a posse,[44] ela não apenas conquistou o título de uma das nove Belezas Reinantes mundiais pela revista Time,[45] mas também adornou capas de revistas brasileiras de destaque, como Manchete, Fatos & Fotos e O Cruzeiro. Sua influência ultrapassou fronteiras, sendo destaque em publicações internacionais renomadas, incluindo a francesa Paris Match e a alemã Stern. O legado de Maria Thereza vai além da esfera política, deixando uma marca indelével como um ícone de beleza e moda.[46]
Ao assumir o papel de primeira-dama, Marcela Temer rapidamente capturou a atenção nacional e se tornou uma referência de estilo na moda brasileira. Em um momento particularmente notável, durante o desfile de 7 de setembro de 2016, ela surgiu usando um vestido branco simples, caracterizado por um decote discreto.[47] Surpreendentemente, em menos de 24 horas, o vestido esgotou-se na loja virtual da estilista brasiliense Luisa Farani.[48] O estilo de Marcela é descrito como clássico e romântico. Chama a atenção o fato de que o mesmo vestido usado em seu primeiro ato oficial como primeira-dama foi repetido em seu último ato oficial no cargo.[49] Essa escolha foi elogiada e associada à elegância da princesa britânica Catarina de Gales.[50][51]
Michelle Bolsonaro é reconhecida pelo seu estilo clássico e elegante. Sua presença ganhou destaque, principalmente, durante a posse de seu marido como Presidente da República, quando usou um vestido rosé ombro a ombro, de comprimento mídi, inspirado nas icônicas Jacqueline Kennedy, ex-primeira-dama dos Estados Unidos, e na princesa de Mônaco, Grace Kelly.[52] O modelito, apesar de sua aparente simplicidade, demandou 20 dias para ser confeccionado e recebeu inúmeros comentários positivos. No dia a dia, Michelle Bolsonaro adotou um estilo casual, frequentemente optando por calça jeans e camisetas de malha, revelando uma faceta mais descontraída de sua personalidade. Ela tem uma predileção por peças clássicas, discretas e sem decotes, sendo a cor preta a sua favorita. Em eventos oficiais, a estilista paulistana Marie Lafayette foi responsável por vestir a primeira-dama, garantindo uma presença impecável em todas as ocasiões. Destaca-se também que, em um evento promovido pelo Palácio do Planalto em abril de 2019, Michelle chamou a atenção ao usar um tubinho branco e colar de pérolas, gerando comparações com o estilo distinto de Diana, Princesa de Gales.[53][54]
Até o presente momento, cinco ex-primeiras-damas estão vivas. Em ordem de serviço são:
O registro histórico destaca que a última ex-primeira-dama a falecer foi Marisa Letícia Lula da Silva, em 3 de fevereiro de 2017, aos 66 anos.[55]
Em dois períodos distintos, o maior número de ex-primeiras-damas vivas foi registrado:
Esses períodos destacam a sobreposição temporal de várias ex-primeiras-damas que compartilhavam a condição de estar vivas, proporcionando uma perspectiva interessante sobre a história e a longevidade dessas figuras proeminentes.
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