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representação do nascimento de Cristo Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Presépio, na língua portuguesa, designa o local da Natividade. O presépio, todavia, é também uma referência cristã que remete para o nascimento de Jesus em Belém, na companhia de José e da Virgem Maria. Conta a Bíblia Sagrada no livro de Lucas 2,1-7 que, por motivo de recenseamento de toda a Galileia, José e a Virgem Maria foram para as imediações da Judeia, na cidade de Davi, chamada de Belém. De acordo com a mesma fonte, após o nascimento, Jesus foi envolto em panos e deitado em uma manjedoura destinada para a alimentação de animais, pois não havia lugar para eles na estalagem, e foi visitado, após o nascimento, por pastores da região, avisados por um anjo, de acordo com o livro de Lucas 2,10-16, e, uns dois anos mais tarde, não na manjedoura, mas na casa de Jesus, por Três Reis Magos vindos do oriente, guiados por uma estrela, os quais ofereceram ouro, incenso e mirra à criança, de acordo com o livro de Mateus 2,1-12.
Segundo a Bíblia, no livro de Mateus 2,13-18, estes acontecimentos ocorreram no tempo do Rei Herodes, o qual teria mandado matar todas as crianças de até 2 anos com receio de perder o seu trono para o futuro rei dos judeus.
Tornou-se costume em várias culturas montar um presépio quando é chegada a época de Natal. Variam em tamanho, alguns em miniatura, outros em tamanho real.
O primeiro presépio do mundo teria sido feito como um cenario vivo por São Francisco de Assis em 1223[1]. Nesse ano, em vez de festejar a noite de Natal na Igreja, como era seu hábito, o Santo fê-lo na floresta da cidade de Greccio, na Itália, para onde mandou transportar uma manjedoura, um boi e um burro, para melhor explicar o Natal às pessoas comuns, camponeses que não conseguiam entender a história do nascimento de Jesus.
O costume espalhou-se por entre as principais Catedrais, Igrejas e Mosteiros da Europa durante a Idade Média, começando a ser montado também nas casas de Reis e Nobres já durante o Renascimento. Em 1567, a Duquesa de Amalfi mandou montar um presépio que tinha 116 figuras para representar o nascimento de Jesus, a adoração dos Reis Magos e dos pastores ao Menino Jesus e o cantar dos anjos.
Foi já no Século XVIII que o costume de montar o presépio nas casas comuns se disseminou pela Europa e depois pelo mundo.
Em Portugal, o presépio tem tradições muito antigas e enraizadas nos costumes populares[2] Este é montado no início do Advento sem a figura do Menino Jesus que só é colocada na noite de Natal, depois da Missa do Galo.
Tradicionalmente, é perto do presépio que são colocados os presentes que são distribuídos depois de se colocar a imagem do Menino Jesus.
O presépio é desmontado a seguir ao Dia de Reis.
Na maioria das cidades o presépio é montado pelas autarquias e em algumas tenta-se ter o maior presépio, como é o caso de Vila Nova de Famalicão. entanto foi Alenquer que ganhou o epíteto de Vila Presépio depois de, em 1968, ter iniciado a tradição de montar um gigantesco presépio elaborado pelo pintor Álvaro Duarte de Almeida numa das colinas da vila. No entanto, este epíteto era já desta vila portuguesa desde o século XIII, altura em que fixou aí o primeiro convento franciscano da península ibérica. Frei Zacarias, enviado por São Francisco de Assis encontra em Alenquer um cenário a que chama de autêntica Belém, terra onde nasceu Jesus. A presença franciscana liga esta terra portuguesa à origem do presépio, em Greccio (Itália) onde o santo de Assis fez o primeiro presépio vivo.
O chamado Presépio Tradicional Português é - ao contrário do que encontramos nos outros países - formado por figuras tão diversas que não correspondem exatamente à época que deveriam representar. À exceção das figuras da Sagrada Família (São José, a Virgem Maria e o Menino Jesus), dos pastores e dos Três Reis Magos, todas as restantes figuras que surgem no Presépio Tradicional Português foram adicionadas com vista a dar uma representação "mais portuguesa" à história da Natividade. Assim, podemos encontrar figuras como: um moleiro e o seu moinho, uma lavadeira, bailarinos de um rancho folclórico minhoto, uma mulher com um cântaro na cabeça, uma banda de música, entre muitos outros personagens divertidos e tipicamente portugueses. A origem destas peças de cerâmica é dos arredores da cidade de Barcelos, na Região Norte de Portugal e, ainda hoje, são todas produzidas de modo artesanal.
Por sua vez, no Alentejo, o Presépio mais característico é o de Estremoz.
As cenas da Natividade de setecentos modeladas ao modo de Estremoz, resultam do trabalho das barristas de adaptação ao gosto e tradição local, dos grandes presépios realizados em barro por artistas como Joaquim Machado de Castro.
No início do século XX estavam praticamente em desuso e a produção era rara. Sebastião Pessanha encomenda ainda um Presépio na década de 10, com 60 peças. Disse-lhe Gertrudes Rosa Marques (uma das últimas bonecreiras que ainda trabalhava em Estremoz) que já não saia um da sua oficina há muitos anos, facto que atesta o desuso da representação da Natividade nos antigos moldes.
Entretanto, durante o Regime do Estado Novo, aos bonecos de Estremoz é dado um novo alento, conhecendo os Presépios locais uma fantástica inovação, que substituiu mesmo a antiga tradição. Nos anos 30, o Diretor da Escola de Artes e Ofícios local, o gaiense José Maria Sá Lemos, com a preciosa assistência do mestre oleiro Mariano da Conceição, junta os famosos Tronos de cascata de Santo António, com as principais figurinhas que compõem um Presépio. A cena passa então a ser composta por nove peças, mais o trono (ou altar como alguns lhe chamam), onde estão os três Reis Magos no degrau maior, estando ao meio a Sagrada Família com o Menino dentro da manjedoura, e no terceiro e último degrau estão três Pastores ofertantes. Hoje é este o Presépio que se considera tradicional em Estremoz.
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