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Povos indígenas do Maranhão
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De acordo com o Censo 2022, do IBGE, o Maranhão tinha 57.214 indígenas de diversas etnias, com 72,93% vivendo em terras indígenas. Entretanto, 15.488 estavam fora desses territórios, vivendo em cidades ou áreas não demarcadas.[1][2][3]
Classificam-se em dois troncos linguísticos: Tupi-Guarani e Macro-jê.
Tenetehara (guajajara e tembé), Awá-guajá, Urubu-Kaapor são povos de língua Tupi; enquanto que os Canela Apaniekrá e Ramkokamekrá, Pukobyê (Gavião), Krikati e Timbira Krepumkateyê e Krenyê são povos de origem Jê.[4]
Povos como os Akroá-Gamela e Tremembés ainda lutam por reconhecimento étnico e demarcação de terras.[5]
Entretanto, a maioria das etnias, como os Tupinambás (presentes na cidade de São Luis), Barbado, Amanajó, Araioses, Kapiekrã, entre outros, deixaram de existir, seja por extermínio ou por assimilação.[6]
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Terras Indígenas
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São Terras Indígenas com status de homologadas no estado do Maranhão, no ano de 2020[7]:

Encontram-se na fase procedimento "declarada": Bacurizinho, etnia guajá, em Grajaú, com 134.040,0000 ha; Porquinhos dos Canela-Apãnjekra, etnia kanela, em Formosa da Serra Negra, Mirador, Fernando Falcão e Barra do Corda, com 301.000,0000 ha.[7]
Encontram-se na fase de procedimento "em estudo": Governador, etnias tenetehara e gavião pukobiê, em Amarante do Maranhão; Vila Real, etnia tenetehara, em Barra do Corda.[7]
Encontra-se na fase de procedimento "delimitada": Kanela Memortumré, etnia kanela, em Fernando Falcão e Barra do Corda, com 100.221,0000 ha.[7]
As Terras Indígenas maranhenses se concentram especialmente na região leste (bioma da Amazônia Oriental) e no centro do estado (bioma do Cerrado).
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População
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No Maranhão, a população indígena corresponde a 0,84% da população total, ocupando o estado a 12ª colocação no ranking de proporção indígena nos estados e terceira no Nordeste. A população indígena do Maranhão representa 3,38% da população total de indígenas no país, sendo a oitava maior população indígena do país no Censo de 2022.[9][10]
De acordo com o Censo Demográfico de 2010 do IBGE, a população dos povos indígenas maranhenses encontrava-se assim distribuída, sendo os guajajaras um dos mais numerosos do Brasil (ocupando a sexta posição)[11]:
Os municípios com a maior população indígena no estado são os seguintes, conforme o Censo de 2022 do IBGE[9][2]:
A etnia com a maior população são os guajajaras, no Maranhão, 24.428 pessoas, sendo a língua guajajara a língua indígena mais falada no Nordeste e uma das mais faladas no país, com 8.269 falantes, conforme o Censo de 2010 do IBGE.[9]
Os tembés vivem no Maranhão (Terra Indígena Alto Turiaçu) e no Pará (Terras Indígenas Alto Rio Guamá e Turé-Mariquita), separados pelo rio Gurupi.
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Cultura indígena
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Cada etnia apresenta traços culturais e modo de vida e organização próprios.
Os padres franceses deixaram detalhados registros de sua relação com os povos indígenas e sua cultura, na ilha de Upaon-açu, durante o período da França Equinocial, iniciada em 1612.
Entre o povo awá-guajá, existe uma das últimas sociedades que sobrevivem somente da caça e da coleta no continente americano. Originalmente, não apresentavam vida sedentária, por não se utilizarem da agricultura como meio de sobrevivência. No entanto a maior parte da população já vive em aldeias, com a floresta continuando a ser fundamental no estilo de vida dos awá-guajás, com a caça como elemento central na vida das aldeias, ainda que também pratiquem a agricultura. Ocupam uma uma extensão territorial que vai desde a terra indígena Alto Turiaçu até a terra indígena Caru.[4]
Estudos genéticos revelaram que os maranhenses, de forma geral, são resultado de uma mistura 42% europeia, 39% indígena e 19% africana. Tal composição é muito semelhante ao observado em Belém, aproximando geneticamente o Maranhão da Região Norte e o afastando dos demais Estados do Nordeste.[15]
O Maranhão tem uma das populações mais miscigenadas do país, tendo os índios influenciado nos traços físicos, hábitos na alimentação, modo de viver, expressões e palavras usadas no dia a dia (ex. "Hen-hem", do tupi "sim"), nomes de cidades e lugares, instrumentos musicais, danças e ritmos, lendas, mitos e alguns elementos presentes na religiosidade popular. O bumba-meu-boi apresenta influência indígena.
A tiquira, proveniente do tupi antigo tykytykyr (ou tukutukur), que significa "destilar", é uma bebida alcoólica artesanal, de forte teor alcoólico e geralmente de cor roxa, obtida através da destilação artesanal da mandioca fermentada (não industrializada).
Línguas
Entre os povos indígenas, são faladas as línguas: tenetehara (dialetos guajajara e tembé), kaapor (e a língua de sinais kaapor), guajá, todas do ramo tupi; timbira, do ramo macro-jê que se divide em diversos dialetos (canela, gavião pukobiê e krikati).[16] Os Krenyê e os Krepumkateyê não são mais falantes de sua língua materna.[17]
De acordo com o Censo Demográfico de 2010 do IBGE, o número de falantes de línguas indígenas no Maranhão estava assim distribuído[12]:


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Conflitos
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O relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil, apresentado em 2016, colocou o Maranhão como o estado com o maior número de conflitos indígenas no país, com 18 casos de invasões de terras indígenas.[18] Os casos envolvem disputas com fazendeiros, grileiros, madeireiros, a influência das ferrovias, dentre outras ocorrências. No Maranhão, foram desmatados 71,28% de sua floresta original, pertencente à região da Amazônia Oriental, o equivalente 105.195 km² de mata. Grande parcela da floresta que está sendo devastada ou é explorada ilegalmente encontra-se em área indígena. As terras indígenas, que por lei são de proteção integral, equivalem a 52% dos 42.390 km² de floresta ainda restantes no estado. Conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 13% das áreas indígenas no estado foram desmatados.[19]
Em outubro de 2015, um incêndio já tinha devastado cerca de 220 mil dos 413 mil hectares da Terra Indígena Araribóia, o que representa mais de 50% da área (INPE). Em 2016, os incêndios continuaram a agravar a situação. Foram registrados 408 focos de incêndio no interior da área indígena, no período de janeiro a novembro daquele ano.[20] As queimadas provocam impacto na vida dos índios awá-guajás e guajajaras.
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Ver também
Referências
- «Tabela 9718: População residente, total e indígena, por localização do domicílio e quesito de declaração indígena nos Censos Demográficos - Primeiros Resultados do Universo». sidra.ibge.gov.br. Consultado em 7 de agosto de 2023
- «Panorama do Censo 2022». Panorama do Censo 2022 (em inglês). Consultado em 7 de agosto de 2023
- Elizabeth Maria Beserra Coelho; Mônica Ribeiro Moraes de Almeida. «31ª REUNIÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA GT 56. Povos indígenas, afrodescendentes e outros povos tradicionais, conflitos territoriais, e o não reconhecimento pelo Estado nacional.». DINAMICAS DAS LUTAS POR RECONHECIMENTO ÉTNICO NO MARANHÃO
- «Terras Indígenas». www.funai.gov.br. Consultado em 27 de março de 2018
- «Panorama do Censo 2022». Panorama do Censo 2022 (em inglês). Consultado em 7 de agosto de 2023
- «Tabela 9718: População residente, total e indígena, por localização do domicílio e quesito de declaração indígena nos Censos Demográficos - Primeiros Resultados do Universo». sidra.ibge.gov.br. Consultado em 7 de agosto de 2023
- «Quais são os povos indígenas mais numerosos do Brasil?». Super. Consultado em 27 de outubro de 2020
- Tabela 3.1 - Pessoas residentes em terras indígenas, por condição de indígena, segundo as Unidades da Federação e as terras indígenas - Brasil - 2010. [S.l.: s.n.]
- de Almeida; Figueiredo Jr, Mônica Ribeiro Moraes; João Damasceno Gonçalves. AS TECITURAS DO PROCESSO DE REORGANIZAÇÃO SOCIAL KRENY. [S.l.: s.n.]
- «Folha de S.Paulo - Genética: Maranhenses têm DNA amazônico - 31/08/2005». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 28 de março de 2018
- «Apresentação». www.funai.gov.br. Consultado em 30 de agosto de 2020
- OLIVEIRA, Ana Carolina Amorim. «A caneta é nossa borduna» (PDF)
- «Maranhão é o estado com mais conflitos indígenas, diz relatório». Jornal O Estado do Maranhão
- «No Maranhão, áreas indígenas são dizimadas por desmatadores». O Globo. 6 de abril de 2013
- «Entre o fogo e a motoserra: os Awá Guajá da Terra Indígena Araribóia - Boletim Povos Isolados». Boletim Povos Isolados. 20 de março de 2017
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