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A ponte (também chamada de protuberância, protuberância anelar ou ponte de Varólio) é uma estrutura pertencente ao tronco cerebral.
A ponte pertence ao rombencéfalo. Nasce da porção anterior do metencéfalo, recebendo ainda uma contribuição da porção alar do mielencéfalo.
Situa-se anteriormente em relação ao cerebelo, superiormente ao bulbo e inferiormente aos pedúnculos cerebrais (mesencéfalo).
Limites:
A protuberância é constituída por duas porções:
Entre o bolbo raquidiano e a protuberância existe a separá-los o sulco bulboprotuberancial. Entre este sulco e a fissura mediana anterior existe um pequeno orifício, designado de buraco cego.
A protuberância apresenta então a protuberância basal, o tegmento, os pedúnculos cerebelares médios e parte do quarto ventrículo.
Na face ventral esta contém um sulco basilar, onde se encontra a artéria basilar; pedúnculos cerebelosos médios lateralmente e para onde convergem as fibras transversas da protuberância. O nervo trigémio (V), entra no tronco cerebral no seu ponto médio, e outros três nervos cranianos entram, no sulco que existe entre a protuberância basal e o bolbo raquidiano (abducente, facial e vestibulococlear). Origem aparente do nervo oculomotor, ao nível do sulco pôntico superior.
O nervo abducente (VI) é o menor e localizado mais medialmente, emergindo no sulco ponticobulbar sobre as pirâmides. O nervo facial (VII) é mais lateral e apresenta duas partes – a raiz motora que é a maior e mais medial e a raiz sensitiva, mais pequena, às vezes referida como nervo intermédio. O nervo vestibulococlear (VIII) é mais lateral que o nervo facial e apresenta também duas partes – a divisão vestibular que é mais medial à divisão coclear.
A parte tegmentar da protuberância apresenta vários núcleos – núcleo abducente, facial e vestibulococlear. Apresenta também o corpo trapezóide que separa a protuberância basal do tegmento e é perfurada pelo lemnisco medial.
Observam-se no tegmento as fibras dos lemniscos que de medial para lateral são:
O pedúnculo cerebelar superior, forma muito do tecto do quarto ventrículo na protuberância e emerge do cerebelo para a linha média, entrando lateralmente, junto à junção entre a protuberância e o mesencéfalo. Nesta junção, emerge o nervo troclear (IV) da superfície dorsal do tronco cerebral.
O pedúnculo cerebelar superior é coberto na protuberância rostral por fibras do lemnisco lateral, que formam parte do sistema auditivo ascendente.
A cada nível do tronco cerebral podem ser identificadas três áreas gerais em corte transversal:
A única parte do tronco cerebral onde a área posterior ao espaço ventricular contém uma quantidade significativa de tecido neuronal é o mesencéfalo – esta região é designada de tecto e é constituída pelos colículos superiores e inferiores. Na protuberância e porção rostral do bolbo o quarto ventrículo é coberto posteriormente pela vela medular superior, pela vela medular inferior e pelo cerebelo.
A área anterior ao espaço ventricular é designada de tegmento e contém a formação reticular, núcleos e feixes dos nervos cranianos, vias ascendentes e descendentes.
Vias ascendentes e descendentes principais: As estruturas na superfície anterior do tronco cerebral contêm fibras descendentes do córtex cerebral para a medula (corticoespinhais), para certos núcleos de nervos cranianos ou para núcleos pônticos que por sua vez projectam fibras para o cerebelo. Estas estruturas incluem os pedúnculos cerebrais, a protuberância basal e as pirâmides do bolbo.
Na protuberância existem portanto três tipos de fibras descendentes:
As três maiores vias (corticoespinhal, epinhotalâmico e coluna posterior) estando presentes na medula espinhal estão também presentes no bolbo raquidiano. Dois destes três – o cortinhoespinhal e o espinhotalâmico permanecem na mesma posição relativa com a medula espinhal.
As fibras corticoespinhais' atravessam os pedúnculos cerebrais e a protuberância basal e as pirâmides do bolbo na parte ventral do tronco cerebral. Na junção espinhobulbar a maioria das fibras decussam formando o feixe corticoespinhal lateral.
O tracto espinhotalâmico continua na mesma posição relativa, apresentando-se na porção anterolateral do tegmento. Os feixes da coluna posterior continuam no bolbo para terminar nos núcleos da coluna posterior – gracilis e cuneados. As suas fibras decussam e formam o lemnisco medial que atinge o tálamo. O lemnisco medial começa junto á linha média e desloca-se progressivamente na direcção lateral à medida que se ascende no tronco cerebral.
Desde a parede rostral onde os pedúnculos cerebelares inferiores entram posteriormente no cerebelo até à porção rostral dos pedúnculos cerebelares médios.
Estende-se da porção rostral dos pedúnculos cerebelares médios até à extremidade caudal do aqueduto cerebral.
A protuberância apresenta uma forma cubóide, achatada no sentido ântero-posterior com direcção próxima da vertical. É constituída por 6 faces:
Face anterior - Convexa vertical e transversalmente. Repousa na goteira basilar do occipital e é formada por estrias transversais que se estendem, horizontalmente, de um pedúnculo cerebeloso médio ao outro. Tem na linha média o sulco basilar onde se relaciona com a artéria basilar – os bordos elevam-se pela passagem das vias córtico-espinhais através da ponte.
Faces laterais - Continuam-se em cima e atrás pelos pedúnculos cerebelosos médios. No limite entre a face anterior e a lateral emergem as raízes motoras e sensitivas do nervo trigémeo (V). Esta emergência faz-se por 2 raízes:
Póstero-superiormente aos pedúnculos cerebelosos médios estão os pedúnculos cerebelosos superiores. A separação destes efectua-se por um sulco oblíquo ântero-superiormente, que se prolonga na face lateral do mesencéfalo.
Face Posterior - Limitada supero-lateralmente pelos pedúnculos cerebelosos superiores, que se reúnem na extremidade superior da protuberância formando um espaço triangular de vértice superior – triângulo superior ou triângulo protuberancial do pavimento do IV ventrículo;
De cada lado deste sulco, de dentro para fora:
Face superior - Corresponde aos Pedúnculos cerebrais continuando-se com estes. Estas duas formações estão separadas pelo sulco pedúnculo-protuberancial ou Ponto-peduncular e pela diferente direcção das fibras destes órgãos.
Face inferior - Corresponde à base do bulbo raquidiano. Adiante, está separada do bulbo pelo Sulco bulbo-protuberancial. Deste emergem, de interno para externo, o Nervo Motor Ocular Externo ou Abducente (VI), o Nervo Facial (VII) e o Nervo Auditivo ou Vestíbulo-coclear (VIII) Atrás, a demarcação não existe, sendo feita a separação ao nível de uma linha imaginária que une os dois ângulos laterais do IV ventrículo.
Adiante, está separada do bulbo pelo Sulco bulbo-protuberancial de onde emergem, de interno para externo, o Motor Ocular Externo ou Abducente (VI), o Nervo Facial (VII) e o Nervo Auditivo ou Vestíbulo-coclear (VIII)
A protuberância é dividida, pelas fibras transversalmente dispostas do corpo trapezóide:
Para se estudar a estrutura da protuberância, divide-se a mesma através de dois níveis:
Contém os núcleos sensoriais e motores do trigémeo:
Encontramos o lemnisco interno (mediano), o qual sofre uma rotação quando passa do bulbo para a protuberância e encontra-se na parte mais anterior do tegumento. O lemnisco interno é acompanhado do lemnisco espinhal e externo, que se encontram mais externamente. O corpo trapezóide é feito de fibras do núcleo coclear e do núcleo do corpo trapezóide que atravessam parte anterior do tegumento. O pedúnculo cerebeloso superior está situado póstero-externamente ao núcleo motor do trigémeo.
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