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Poesia épica (em grego clássico: ἐπύλλιον, plural: ἐπύλλια, epyllia) ou epopeia é um género da literatura em que se celebra uma acção grandiosa e heroica, na qual se exprime um mito colectivo.[1]

Epopeia

Epopeia é uma narrativa que apresenta, com maior qualidade os fatos originalmente contados em versos, a saber as características: personagens, tempo, ação, espaço. Também pode conter factos heroicos muitas vezes transcorridos durante guerras.

Epopeia é um poema épico ou lírico. Um poema heroico narrativo extenso, uma coleção de feitos, de fatos históricos, de um ou de vários indivíduos, reais, lendários ou mitológicos. A epopeia eterniza lendas seculares e tradições ancestrais, preservada ao longo dos tempos pela tradição oral ou escrita. A epopeia exalta um povo que é representado por um herói (exemplo: Os Portugueses em Lusíadas). Os primeiros grandes modelos ocidentais de epopeia são os poemas homéricos a Ilíada e a Odisseia, os quais têm a sua origem nas lendas sobre a guerra de Troia.

Segundo Aristóteles, a epopeia é a imitação de homens superiores, em versos com metro único e forma narrativa, diferindo assim das tragédias. As epopeias não possuem limite de tempo ou espaço, tornando-se ilimitadas, diferindo assim das tragédias, que possuem tempo determinado, como por exemplo o período de um dia inteiro.

Dentre os poemas épicos podem ser citados:

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Epopeias orais

Os primeiros épicos foram produtos de sociedades pré-letradas e tradições poéticas de história oral. A tradição oral foi usada junto com as escrituras escritas para comunicar e facilitar a difusão da cultura. Nessas tradições, a poesia é transmitida ao público e de intérprete a intérprete por meios puramente orais. O estudo do início do século XX sobre a vida de tradições épicas orais nos Bálcãs demonstrou a paratática, modelo usado para compor esses poemas. O que eles demonstraram foi que os épicos orais tendem a ser construídos em episódios curtos, cada um de igual status, interesse e importância. Isso facilita a memorização, pois o poeta está relembrando cada episódio por vez e usando os episódios completos para recriar todo o épico à medida que o interpreta. A fonte mais provável para os textos escritos das epopeias de Homero foi o ditado de uma apresentação oral.[2] Os épicos homéricos, as primeiras obras da literatura ocidental, eram fundamentalmente uma forma poética oral. Essas obras constituem a base do gênero épico na literatura ocidental. Quase todos os épicos ocidentais (incluindo a Eneida de Virgílio e a Divina Comédia de Dante) se apresentam conscientemente como uma continuação da tradição iniciada por esses poemas.

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Algumas obras épicas

Mais informação Título, Autor ...
Título Autor Onde foi criada Data
Epopeia de GilgamésanônimoSuméria séc. XXII – XII a.C.[3]
IlíadaHomeroGrécia c. séc. VIII a.C.
OdisseiaHomeroGrécia c. séc. VIII a.C.
TeogoniaHesíodoGrécia séc. VII a.C.
Os Trabalhos e os DiasHesíodoGrécia séc. VII a.C.
MahabharataViasaÍndia séc. IV – III a.C.
As ArgonáuticasApolônio de RodesGrécia séc. III a.C.
AnaisÊnioRoma séc. III a.C.
EneidaVirgílioRoma séc. I a.C.
MetamorfosesOvídioRoma séc. I a.C.
FarsáliaLucanoRoma séc. I
PúnicaSílio ItálicoRoma séc. I
TebaidaEstácioRoma séc. I
AquileidaEstácioRoma séc. I
ArgonáuticasValério FlacoRoma séc. I
Do rapto de ProsérpinaClaudianoRoma séc. IV
GigantomaquiaClaudianoRoma séc. IV
BeowulfanônimoInglaterra séc. VIII – XI
Canção de RolandoanônimoFrança séc. XI
Digenis AcritasanônimoImpério Bizantino séc. XI ou XII
Canção dos NibelungosanônimoAlemanha c. 1200
Cantar de Mio CidanônimoEspanha c. 1200
ParzivalWolfram von EschenbachAlemanha séc. XIII
Saga dos VolsungosanônimoIslândia c. 1300
Divina ComédiaDante AlighieriItália1304 – 1321
Orlando FuriosoAriostoItália séc. XIV–XVI
Os LusíadasCamõesPortugal1572
Jerusalém LibertadaTorquato TassoItália1580
Malaca ConquistadaFrancisco de Sá de MenesesPortugal1634
Paraíso PerdidoJohn MiltonInglaterra1667
Viriato TrágicoBrás Garcia de MascarenhasPortugal1699
O UraguaiBasílio da GamaBrasil1769
CaramuruSanta Rita DurãoBrasil1781
Hermann e DoroteiaGoetheAlemanha1796 – 1797
O OrienteJosé Agostinho de MacedoPortugal1814
O novo argonautaJosé Agostinho de MacedoPortugal1825[4]
Destruição de NíniveEdwin AtherstoneInglaterra1828-1868
Pan TadeuszAdam MickiewiczPolónia1834
KalevalaElias LönnrotFinlândia1835–1849
Batismo sobre SavicaFrance PrešerenEslovênia1836
A Confederação dos TamoiosDomingos José Gonçalves de MagalhãesBrasil1856
MensagemFernando PessoaPortugal1934
BrasileidasCarlos Alberto da Costa NunesBrasil1938
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Ver também

Referências

  1. Cunillera, António. Cultura Geral. Portugal: Ferreira e Bento. p. 243
  2. Goody, Jack (1987). A interface entre o escrito e o oral. Cambridge University Press. pp. 110–121. ISBN 978-0-521-33794-6.
  3. Sin-léqi-unnínni (2007). Ele que o abismo viu. Traduzido por Jacyntho Lins Brandão. [S.l.]: Autêntica. p. 13 e 23-24. ISBN 978-85-513-0283-5
  4. O Novo Argonauta, José Macedo, 1825.

Bibliografia

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