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Hipófise (também denominada glândula pituitária) é uma glândula endócrina com cerca de 1 cm de diâmetro alojada na sela túrcica (A sela turca protege a hipófise, mas deixa um espaço bem pequeno para expansão) ou fossa hipofisária do osso esfenoide na base do cérebro. Está localizada abaixo do hipotálamo e posteriormente ao quiasma óptico, sendo ligada ao hipotálamo pela haste pedúnculo hipofisário ou infundíbulo, é envolvida pela dura-máter (exceto o infundíbulo). A hipófise é considerada uma "glândula mestra", pois secreta hormônios que controlam o funcionamento de outras glândulas, sendo grande parte de suas funções reguladas pelo hipotálamo.
Hipófise | |
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Localizada na base do crânio, a hipófise é protegida por uma estrutura óssea chamada sela túrcica. | |
Diagrama de um corte sagital mediano através da hipófise de um macaco adulto. | |
Detalhes | |
Precursor | ectoderme neural e oral, incluindo a bolsa de Rathke |
Identificadores | |
Latim | hypophysis |
Gray | pág.1275 |
MeSH | Pituitary+Gland |
Dorlands/Elsevier | Pituitary gland |
É uma glândula endócrina de dupla origem embriológica, pois o assoalho do diencéfalo sofre uma invaginação e forma a neurohipófise, enquanto o ectoderma do teto do estomodeu forma uma evaginação e origina a adenohipófise.[1]
Do ponto de vista fisiológico, a hipófise é dividida anatomicamente e funcionalmente em duas partes distintas: o lobo anterior (adeno-hipófise) e o lobo posterior (neuro-hipófise). A adeno-hipófise possui origem de células epiteliais, enquanto neuro - hipófise possui origem nervosa. Entre essas duas porções existe uma zona pouco vascularizada chamada de parte intermédia, praticamente ausente em humanos, mas bem desenvolvida e funcional em outros animais.[2]
É responsável pela regulação da atividade de outras glândulas e de várias funções do organismo como o crescimento (hormônio do crescimento - adeno - hipófise) e secreção do leite através dos seios (ocitocina - neuro - hipófise). Possui dimensões aproximadas a um grão de ervilha, pesando de 0,5 a 1 grama.
Embriologia: durante o processo de formação na vida embrionária, observa-se que a parte distal e a parte intermediaria se originam da bolsa de Rathke (originada do teto da cavidade oral do embrião, ectoderma, o estomodeu) e que a parte nervosa se origina de uma invaginação do assoalho do terceiro ventrículo. Em seguida, as duas partes se aproximam e formam uma glândula aparentemente única.[1] Como remanescente deste desenvolvimento embriológico, observamos a presença de folículos entre neurohipófise e adenohipófise, cuja função é ainda desconhecida.
Histologia: Limite da neuro-hipófise com a adeno-hipófise
Em fotomicrografia com menor aumento, se observa uma porção da pars distalis, uma porção da pars nervosa da neuro-hipófise e entre essas duas situa-se a pars intermedia da adeno-hipófise.
A pars intermedia é, pelo menos parcialmente, uma glândula endócrina folicular. Pequenos folículos glandulares estão presentes.
A pars nervosa corresponde à neuro-hipófise. É formada por fibras nervosas provenientes do hipotálamo, pituícitos (células da neuroglia) e por capilares sanguíneos. Não há corpos de neurônios na pars nervosa. A maioria dos núcleos observados nesta porção da glândula pertence a pituícitos.
O lobo posterior é conectado à parte do cérebro chamada de hipotálamo através do infundíbulo. A neurohipófise não produz nenhum hormônio apenas armazena os secretados pelo hipotálamo, e estes hormônios são então transportados pelos axônios das células nervosas em direção à hipófise posterior.
Os hormônios secretados pela hipófise posterior são
O lado anterior é derivado do ectoderma oral e é composto de epitélio glandular. Através da conexão vascular da hipófise anterior com o hipotálamo, o hipotálamo integra sinais estimulatórios e inibitórios centrais e periféricos para os cinco tipos fenotipicamente distintos de células da hipófise.
Hormônio da hipófise anterior | Hormônio hipotalâmico | Corantes (tipo) | Tipo de célula |
hormônio do crescimento | secreção causada pelo GHRH (hormônio liberador de hormônio do crescimento) | acidófilo | somatotrofo |
prolactina | secreção INIBIDA pela DA (dopamina, "prolactin inhibiting factor"/PIF) | acidófilo | lactotrofo |
hormônio folículo-estimulante | secreção causada pelo GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina) | basófilo | gonadotrofo |
hormônio luteinizante | secreção causada pelo GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina) | basófilo | gonadotrofo |
hormônio estimulante da tireóide | secreção causada pelo TRH (hormônio liberador de tireotrofina) | basófilo | tireotrofo |
hormônio adrenocorticotrófico | secreção causada pelo CRH (hormônio liberador de corticotrofina) | basófilo | corticotrofo |
endorfinas | - | - | - |
Os hormônios hipotalâmicos viajam até o lobo anterior por um sistema especial de capilares, chamados de vasos portais hipotalâmico-hipofisários.
Também existe uma interação entre os hormônios do hipotálamo, por exemplo, o TRH induz a secreção de prolactina.
Pars distalis também conhecida com adeno-hipofise, composta por celulas cromófilas, cujas acidofilas são produtoras de GH e prolactina e as basófilas são produtoras de FSH,LH,TSH e ACTH.
Os hormônios tróficos ou trópicos atuam sobre outras glândulas endócrinas regulando suas secreções. O sistema nervoso central manifesta seu controle sobre a hipófise através do hipotálamo via ligações nervosas ou substâncias parecidas com hormônios conhecidas como fatores de liberação no sexo.
Os hormônios tróficos são classificados em:
Herring bodies são as terminações nervosas do neurônio de origem hipotalâmica.
As artérias para a hipófise são as artérias hipofisárias superiores, ramos da carótida interna ou da artéria comunicante posterior, e as artérias hipofisárias inferiores, ramos da carótida interna mas atravessam o seio cavernoso. Os ramos das artérias superiores abastecem a haste e as partes adjacentes do lobo anterior. Os ramos das artérias inferiores suprem o lobo posterior. A suplência sanguínea da parte distal é feita sobretudo através de veias de um sistema porta. O sangue dos capilares da parte tuberal e adjacências da haste drena para as veias, que descem ai longo do infundíbulo e terminam em numerosos capilares sinusoídes da parte distal.
As veias da hipófise são as veias hipofisárias laterais que drenam para os seios cavernosos e intercavernosos.
Nervos: A parte distal não tem inervação específica. Fibras do gânglio cervical superior do sistema simpático têm sido seguidas ao longo dos vasos sanguíneos, mas não foram associadas as células glandulares. A neuro - hopófise recebe fibras dos núcloes supra - ópticos e paraventrincular do hipotálamo. Grânulos osmiofilos análogos de neurossecreção são encontrados nas células deste núcleos e em seus prolongamentos, que se dirigem em direção caudal para o lobo posterior e constituem o feixe hipotalâmico - hipofisário.
As secreções da hipófise são controladas por sinais hormonais ou nervosos provenientes do hipotálamo. A secreção do lobo posterior da hipófise é controlada por sinais nervosos que se originam no hipotálamo e terminam na neuro - hipófise. Em contraste, pois a secreção pelo lobo anterior da hipófise é controlada por hormônios denominados hormônios ou fatores hipotalâmicos de liberação ou inibição secretados pelo próprio hipotálamo e, posteriormente, transportados até a adeno - hipófise por meio de pequenos vasos sanguíneos, conhecidos como vasos porta hipotalâmicos - hipofisários. Na adeno- hipófise, esses hormônios de liberação e inibição atuam sobre as células glandulares, controlando sua secreção.
O sistema porta hipotalâmico hipofisário é constituído por pequenos vasos comuns à extremidade inferior do hipotálamo e á hipófise anterior, unidos através do infundíbulo. Neurônios especias, situados no hipotálamo, sintetizam e secretam os hormônios hipotalâmicos liberados e inibidores. A função desses hormônios é a de controlar a secreção dos hormônios da hipófise anterior. O hipotálamo recebe sinais de quase todas as fontes possíveis do sistema nervoso. Por conseguinte, o hipotálamo é um centro coletor da informação, relacionada com o bem - estar interno do organismo; por sua vez, grande parte dessa informação é utilizada no controle das secreções dos numerosos hormônios hipofisários importantes.
Os hormônios (ou fatores) hipotalâmicos de liberação e de inibição de maior importância incluem: Hormônio liberador de tireotrofina (TRH), que ocasiona a liberação do hormônio tireoestimulante; Hormônio liberador de corticotrofina (CRH), que induz a liberação de adrenocorticotropina; Hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH), que promove a liberação do hormônio do crescimento; Hormônio inibidor de GH (Somatostatina), de efeito oposto; Hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), que causa liberação dos dois hormônios gonadotrópicos, hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo - estimulante (FSH); Hormônio inibidor de prolactina (dopamina), que causa inibição da secreção de prolactina e o Hormônio liberador de prolactina (PRH), de efeito contrário.[3][4]
Distúrbios envolvendo a hipófise:
Distúrbio | Causa | Hormônio |
Acromegalia | superprodução | hormônio do crescimento |
Deficiência do hormônio do crescimento | produção reduzida | hormônio do crescimento |
Síndrome de hormônio antidiurético inapropriado | superprodução | vasopressina |
Diabetes insipidus | produção reduzida | vasopressina |
Síndrome de Sheehan | produção reduzida | prolactina |
Adenoma pituitário | superprodução | qualquer hormônio da hipófise |
Hipopituitarismo | produção reduzida | qualquer hormônio da hipófise |
Há, igualmente, indicações no sentido de que distúrbios na hipófise (especialmente no eixo hipotálamo-hipofisário) possam estar interligados à Síndrome do Ovário Policístico.
As malformações congênitas são consequências de erros durante a formação do indivíduo, sendo assim, qualquer alteração nesse processo de desenvolvimento pode desencadear uma malformação, com consequências para vida pós-natal. A hipófise se desenvolve a partir do crescimento superior do ectoderma do estomodeu (que corresponde ao teto nasofaríngeo, no adulto), o divertículo hipofisário, que forma a adeno-hipófise, e um crescimento inferior do ectoderma do diencéfalo, o divertículo neuro-hipofisário que forma a neuro-hipófise.[1] As malformações congênitas desta glândula são raras. São exemplos: a duplicação da hipófise (19 casos citados na literatura)[5] e a Síndrome de Interrupção do Pedúnculo Hipofisário (SIPH) (com cerca de 1000 casos citados até julho de 2010).[6]
A duplicação da hipófise pode ser resultado da duplicação da placa pré-cordal (indica o local da boca e é um importante organizador da região da cabeça) e da porção anterior rostral da notocorda, causando duplicação do ectordema presente no teto do estomodeu e que, portanto, contribuirá para formação da hipófise. As pessoas portadoras dessa alteração frequentemente apresentam puberdade precoce e achados associados como malformações faciais (fenda palatina, hipertelorismo, micrografia, malformações de língua e de mandíbula, massas nas cavidades nasal, bucal ou na faringe - incluindo teratomas -, implantação do cabelo em "V" e implantação baixa das orelhas) e alterações intracranianas e espinhais (lipoma inter-hemisférico, agenesia do corpo caloso, ausência dos bulbos olfatórios, ausência do septo pelúcido, hipoplasia do vermis ou de todo o cerebelo, hidrocefalia, tálamos fundidos, anomalias do polígono de Willis, espinhas bífidas, diplomielia, mielomeningocele e tumores congênitos, como lipomas, teratomas).[5]
A SIPH é caracterizada por pedúnculo muito fino ou interrompido, pituitária posterior ectópica (ou ausente) (PPE) e hipoplasia ou aplasia da pituitária anterior. Apresenta-se com hipoglicemia, icterícia prolongada, anomalias congénitas, micropênis e/ou criptorquidia (ausência de testículos), convulsões, hipotensão e / ou défice cognitivo. Os achados incluem baixa estatura e taxa de crescimento diminuída. Assim, a SIPH determina deficiência permanente do hormônio do crescimento (GH).[6]
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