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nadadora brasileira Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Piedade Coutinho Tavares da Silva (Rio de Janeiro, 2 de maio de 1920 — 14 de outubro de 1997) foi uma nadadora brasileira.[1] Uma das maiores nadadoras da história da natação do Brasil, esteve em três finais olímpicas.
Piedade Coutinho | |||||||||||||
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Natação | |||||||||||||
Nome completo | Piedade Coutinho Tavares da Silva | ||||||||||||
Estilo | nado livre | ||||||||||||
Nascimento | 2 de maio de 1920 Rio de Janeiro, Rio de Janeiro | ||||||||||||
Nacionalidade | brasileira | ||||||||||||
Morte | 14 de outubro de 1997 (77 anos) | ||||||||||||
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Nascida Piedade Coutinho Azevedo, ela mudou seu nome para Piedade Coutinho Tavares da Silva quando se casou.
Começou a treinar natação em 1934, na recém-inaugurada piscina do Clube de Regatas Guanabara, levada pelo comandante Irineu Ramos Gomes.[2]
Em 1935, o Campeonato Brasileiro e o Campeonato Sul-Americano, nos quais Coutinho participou e apareceu pela primeira vez no cenário internacional, foram realizados no Rio de Janeiro; ambos foram os primeiros eventos de natação com mulheres. O nível de competição foi bastante rudimentar e, sendo uma novata de 15 anos de idade, Coutinho não se destacou. A maior estrela brasileira foi Maria Lenk, que competira nos Jogos Olímpicos de Verão de 1932 e estava desenvolvendo o nado peito com recuperação dos braços para fora da água, o que daria origem ao nado borboleta.[3]
Coutinho, que já era nadadora do Flamengo, melhorou no espaço de um ano, e bateu o recorde brasileiro nos 400 metros nado livre, garantindo sua participação nos Jogos Olímpicos de Verão de 1936, em Berlim.[3]
Nas Olimpíadas de Berlim, Coutinho terminou em quinto lugar nos 400 metros livre, batendo o recorde sul-americano, resultado que somente seria igualado 68 anos depois por Joanna Maranhão.[2] Foi a melhor posição em todos os tempos obtida pela natação feminina do Brasil em Jogos Olímpicos.[2] Coutinho também nadou os 100 metros livre; ela terminou em oitavo lugar mas não alcançou a final porque, naquela época, apenas sete atletas iam para a disputa de medalhas.[2]
Em 1937, Coutinho terminou o ano com o terceiro melhor tempo do mundo nos 400 metros livre e, em 1938, ela tinha dois recordes sul-americanos em estilo livre. Em 1940, Coutinho melhorou o recorde sul-americano dos 1500 metros livre[2] e superou os recordes dos 500 metros, 800 metros e 1000 metros livre.
No Campeonato Brasileiro em 1941, em São Paulo, Coutinho ganhou os 100 metros livre com um tempo de 1m08s5, recorde brasileiro, e um dos melhores tempos do mundo na época, em uma prova na qual ela não era especializada. Com este tempo, ela teria sido finalista olímpica em 1936 e na próxima edição dos jogos, que ocorreria em 1948.[3][1]
No Campeonato Sul-Americano de Natação de 1941, organizado em Viña del Mar, ela foi responsável por 50,5 pontos dos 174 pontos marcados pela equipe feminina do Brasil, que conquistou o título por países.[3] Logo depois, Coutinho deixou a natação de competição para se casar e ter um filho mas, em uma decisão sem precedentes, ela voltou para a natação em 1943.[2] Passou a treinar no Fluminense, com o técnico Cachimbau, um dos principais treinadores da época.[2]
Coutinho continuou ganhando títulos brasileiros e sul-americanos e superando recordes. Em 1948, ela foi escolhida como melhor atleta do Brasil. Aos 28 anos, casada e considerada velha para o esporte, ela ainda estava quebrando paradigmas. [3]
Nas Olimpíadas de Londres 1948, Coutinho chegou a duas finais, terminando em sexto nos 400 metros livre e sexto nos 4 × 100 metros livre,[2] juntamente com Eleonora Schmitt, Maria da Costa e Talita Rodrigues. Coutinho também nadou os 100 metros livre, não chegando à final. Para ela, no entanto, a final dos 400 metros livre não era um motivo de comemoração. Naquele ano, ela havia feito uma excepcional 5m20s3, suficiente para a medalha de prata olímpica. Mas as más condições de viagem para a Europa, alojamento e alimentação, e a perda de forma devido aos vários dias sem treinar por causa da longa viagem, teve o seu preço. Isso era típico do esporte brasileiro naqueles dias; condições semelhantes também custaram as medalhas à Maria Lenk e Manuel dos Santos.[3][1][4]
Nos Jogos Pan-Americanos de 1951, em Buenos Aires (o primeiro Pan-Americano da história), ela ganhou duas medalhas de bronze, nos 400 metros livre e no revezamento 4 x 100 metros livre,[2] junto com Idamis Busin, Ana Lúcia Santa Rita e Talita Rodrigues.[5] Ela também terminou em 4º lugar nos 200 m livres.[6]
Aos 32 anos de idade, nos Jogos Olímpicos de Verão de 1952 em Helsinque, ela nadou os 400 metros livres, mas não chegou à final.[1]
Em sua carreira, Coutinho quebrou o recorde brasileiro dos 100, 200, 400, 800 e 1500 metros livres, e fez história na imprensa brasileira por ter sua foto publicada no jornal O Globo em 1936, a primeira telefoto na história da imprensa brasileira.[7]
Depois de deixar a natação competitiva, Coutinho foi diretora de natação no Botafogo. Ela também começou um processo de recuperação para pessoas com deficiência; este interesse surgiu durante as Olimpíadas de 1936, quando ela visitou um hospital de Berlim que, através de natação, promovia a recuperação de crianças com deficiência. No final dos anos 50, fez campanha para a construção da Casa de Recuperação de Paralisia Infantil, onde desenvolveu atividades aquáticas. Ela continuou esse trabalho em Portugal, onde viveu por oito anos, e também em Brasília. [3]
Em 1983, Coutinho voltou para o Clube de Regatas Guanabara, onde ela começou a ensinar natação competitiva diária, dar aulas para os amigos e praticar pintura, seu hobby. [3]
Seu quinto lugar em 1936 manteve-se como melhor colocação olímpica entre as mulheres do Brasil até 1964, quando Aída dos Santos foi quarto lugar no salto em altura. Nos jogos pan-americanos, uma mulher brasileira só ganhou uma medalha individual na natação em 1971, com Lucy Burle, nos 100 metros borboleta. Nas Olimpíadas, o Brasil teve que esperar 68 anos para outra mulher se tornar uma finalista: Joanna Maranhão, nos 400 metros medley, em 2004. [3]
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