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movimento político da União Soviética nos anos 1980 Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Perestroika (do russo: перестройка, literalmente "reconstrução" ou "reestruturação") foi, em conjunto com a Glasnost, uma das políticas introduzidas na União Soviética por Mikhail Gorbachev, em 1986.[1][2]
A palavra perestroika, que literalmente significa reconstrução, recebeu a conotação de reestruturação (abertura) econômica.[3] Gorbachev percebeu que a economia da União Soviética estava se deteriorando e sentiu que o sistema socialista, com a economia centralmente planificada, necessitava de uma reforma, e isto seria realizado pela perestroika. Uma chave principal da perestroika era reduzir a parcela do orçamento da União Soviética destinada à defesa e, para fazer isso, Gorbachev sentiu que a União Soviética deveria: desocupar o Afeganistão, negociar com os Estados Unidos a redução de armamentos nucleares (Corrida armamentista) e o abandono da possibilidade de interferência nos países comunistas da Cortina de Ferro (a Doutrina Brejnev).[2][4][5]
Entre as medidas aprovadas com a Perestroika estavam a Lei sobre atividade individual, de 1986, a Lei sobre empresa estatal, de 1987, a Lei sobre as Cooperativas, de 1988, e o Decreto sobre Atividade de Comércio Exterior do Estado, da Cooperativa e outras Empresas, de dezembro de 1988.[2][6] A aprovação da Lei das Cooperativas em 1988 e o Decreto que liberalizou o comércio exterior em fins de 1988 levou a autorização de importação de produtos estrangeiros , o que levou a uma variação extrema de diversos fatores econômicos, que se fizeram sentir por todo o país.[2][6][7][8][9]
Em contraste às reformas econômicas da República Popular da China, a perestroika é largamente avaliada como tendo falhado em seu objetivo principal de reestruturar a economia soviética.[10] As razões para o seu fracasso foram examinadas por muitos economistas e historiadores. Uma das razões citadas para esse fracasso foi o insucesso na promoção e criação de entidades económicas privadas e semi-privadas e a indisposição de Gorbachev em relação a uma reforma na agricultura soviética.
Outra possível razão seria a má-vontade dos altos oficiais do Partido Comunista da União Soviética (a linha dura) e da facção liberal apoiada pelos EUA e que tinha como principal líder Boris Yeltsin em aceitar as medidas da perestroika. Enquanto os primeiros não queriam mudanças, os últimos queriam que elas acontecessem mais rapidamente.[11] Isso gerou forte oposição ao projeto da perestroika.
Contrariamente às reformas no Afeganistão, a perestroika não só falhou no propósito de trazer benefícios econômicos imediatos para a maioria das pessoas, mas o desmantelar da economia planejada criou o caos econômico, o que constituiu um fator importante para o colapso da União Soviética.[12]
Com a sua implementação, a pobreza foi espalhada e os benefícios sociais removidos, como os subsídios e descontos fiscais. O programa fez com que os preços subissem, as taxas de juro aumentassem, os níveis recorde de novos impostos foram implementados, os benefícios fiscais à indústria foram cortados, e o sistema de saúde soviético desapareceu.
As alterações registadas na política externa contribuíram para extinguir a possibilidade de uma guerra, que temia-se, poder ter início na Europa e se alastrar por todo o mundo, e permitiu a dissolução do Bloco do Leste, reaproximando as duas Alemanhas numa única república.
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