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Partido Comunista Francês

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Partido Comunista Francês
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O Partido Comunista Francês (em francês: Parti Communiste Français, PCF) é um partido político comunista de França, fundado em 1920.[3] Em 2019, tinha 47 349 militantes, verificando perdas eleitorais.[4][5]

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História

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O Partido Comunista Francês foi fundado em 1920 por membros da Secção Francesa da Internacional Operária, inspirados pelo sucesso da Revolução de Outubro, e que, seguiam uma linha comunista, marxista-leninista e de defesa do centralismo democrático.[6] Originalmente, o partido chamava-se Secção Francesa da Internacional Comunista, dado que o partido rapidamente se integrou na Internacional Comunista (COMINTERN).[6]

O partido entrou na Parlamento francês, mas também promoveu ações de greve e se opôs colonialismo, uma posição que estava isolada no cenário político francês da época. A União Intercolonial, criada em 1922, reuniu ativistas das colônias francesas em torno de reivindicações de igualdade política (direito de voto) e igualdade social ("salário igual para trabalho igual"). Assim, os comunistas pediram a confraternização com os rebeldes marroquinos durante a guerra do Rife (1925-1926) e a evacuação do Marrocos pelo exército francês, pediram o fim dos combates e a independência da Síria francesa durante a Grande Revolta Síria de 1925-1927, e denunciaram as festividades do centenário da colonização da Argélia, organizando em particular uma campanha para boicotar a Exposição Colonial de Paris (1931).[7]

O partido foi organizado em torno de líderes que eram em sua maioria da classe trabalhadora, estabelecendo esquemas de treinamento e promoção e incentivando a apresentação de candidatos da classe trabalhadora nas eleições. A equipe de Maurice Thorez, Jacques Duclos e Benoit Frachon, que haviam sido mineiros, metalúrgicos e pasteleiros, respectivamente, tiveram uma longevidade excepcional e lideraram o partido francês por quase três décadas. O trabalhador ferroviário Pierre Semard havia sido secretário geral do partido de 1924 a 1929.[7]

Com a ascensão do Fascismo depois de 1934, o PCF apoiou a Frente Popular, que chegou ao poder sob Léon Blum em 1936. O partido apoiou a Segunda República Espanhola, e se opôs ao acordo de Munique de 1938 com Hitler.[8][9]

O papel e prestígio do PCF cresceu, exponencialmente, durante e no pós Segunda Guerra Mundial, muito pelo papel dos comunistas na resistência aos nazis na França.[9] Este imenso prestígio do PCF, no pós-Segunda Guerra Mundial, seria demonstrado nas eleições de 1945, as primeiras após o fim da Guerra, onde, pela primeira vez na história, os comunistas venciam umas eleições democráticas, com 26,1% dos votos.[9] O PCF iria entrar nos primeiros governos franceses depois de 1945, mas, com o crescer das tensões entre os Estados Unidos (EUA) e a União Soviética (URSS), ou seja, o inicio da Guerra Fria, o PCF foi expulso do governo francês pelos democratas-cristãos e socialistas, que, assim, indicavam que a França se iria tornar uma fiel aliada do Mundo Ocidental, face à URSS.[9] Após a saída do governo e a criação de um tácito pacto anti-comunista entre os diferentes partidos franceses, incluindo os socialistas, o PCF iria permanecer isolado até à década de 1960, embora, eleitoralmente, este isolamento não prejudicou o partido, que se manteve como o maior partido da esquerda francesa.[9]

Apesar de seu conservadorismo moral nas décadas de 1930 e 1960, o PCF foi o partido mais feminino da França ao longo do século XX. Comprometido com o direito de voto das mulheres desde os anos 20, em 1946 elegeu dezessete das trinta e três primeiras deputadas. Em 1956, havia apenas dezenove mulheres na Assembléia Nacional, mas quinze eram comunistas.[7]

Com a subida ao poder do general De Gaulle em 1958, o PCF e os socialistas, cada vez mais enfraquecidos eleitoralmente, começaram a tentar a estabelecer pactos eleitorais para travar a dominância dos gaullistas, o que levou, nas eleições de 1965, o partido a apoiar a candidatura presidencial de François Miterrand, ao lado de outros partidos de centro-esquerda e esquerda, de forma a travar De Gaulle.[10] Estas tentativas de aproximação entre comunistas e socialistas tornaram-se realidade, quando Miterrand foi eleito líder do recém-formado Partido Socialista em 1971, com o objectivo da celebração de um pacto eleitoral entre PS e PCF, algo que viria acontecer em 1972.[10] O PCF, com este acordo, saía da isolação a que havia sido vetado em 1947.[6] Além de mais, ideologicamente o partido parecia estar numa fase de renovação ideológica, embarcando na onda do Eurocomunismo, ao lado dos comunistas italianos e espanhóis.[6] No final da década de 1970, as tensões entre PCF e PS vieram ao cima, quando,nas eleições 1978, o PS ultrapassava o PCF como força política da esquerda, pela primeira vez desde 1936.[6] Estas tensões entre socialistas e comunistas levaram que o acordo entre ambos fosse terminado.[6] A partir de então, e apesar de ter participado num governo com o PS entre 1981 a 1984, o PCF voltaria a uma linha comunista, marxista-leninista e pró-soviética, distanciando-se, em total, do PS.[6] Mesmo com o aparecimento de Gorbachev e o início da Perestroika, o PCF manteve-se um partido comunista ortodoxo, rejeitando totalmente pactos com os socialistas, além de criticar a linha seguida por Gorbachev.[6] Eleitoralmente, a partir do acordo assinado com o PS em 1972, o PCF caiu a pique, perdendo grande parte da influência que detinha em favor dos socialistas e, mesmo com a ruptura do pacto com os socialistas, os resultados do partido em nada melhoraram.[11]

Após o fim do Bloco Socialista em 1989, o PCF voltou a moderar-se ideologicamente, criticando a URSS, além de se reaproximar do PS, assinando com os socialistas diversos pactos eleitorais locais e eleitorais, algo que permitiu ao PCF voltar a um governo da França em 1997, coligado com socialistas e verdes.[11] O partido conseguiu recuperar eleitoralmente, em votos e deputados, mas sem nunca voltar ao auge da década de 1940 a 1970.[11]

Com a vinda do novo século, o PCF voltaria a atravessar um período de enorme crise, obtendo os seus piores resultados da história, como foram exemplos, os 1,9% dos votos conseguidos pela candidata do PCF nas eleições presidenciais de 2007, ou os 4,3% conseguidos nas legislativas de 2007.[12]

Para inverter esta nova crise eleitoral, o partido voltaria a abrir-se para pactos eleitorais, mas, desta vez, com partidos de esquerda e extrema-esquerda e, também, com diversos movimentos sociais, algo que viria ser concretizado em 2008, com a criação da Frente de Esquerda, onde o PCF juntou-se a outros partidos de esquerda e extrema-esquerda.[13] Esta coligação tem conseguido travar o declínio do PCF, bem como recuperar alguma força eleitoral, como disso foi exemplo os 11,1% conseguidos por Jean-Luc Mélenchon nas eleições de 2012, o melhor resultado de um candidato apoiado pelo PCF desde 1981.[14]

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Resultados eleitorais

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Sede do Partido

O edifício-sede do PCF foi projetado em 1966 pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que nada cobrou pelo projeto. A obra, executada em duas fases, só foi concluída em 1980.[15]

Referências

  1. «Parties and Elections in Europe». parties-and-elections.eu. Consultado em 14 de abril de 2016
  2. Bell, David Scott; Criddle, Byron (1 de janeiro de 1994). The French Communist Party in the Fifth Republic (em inglês). [S.l.]: Clarendon Press. ISBN 9780198219903
  3. Bell, David Scott; Criddle, Byron (1 de janeiro de 1994). The French Communist Party in the Fifth Republic (em inglês). [S.l.]: Clarendon Press. ISBN 9780198219903
  4. Blackmer, Donald L. M.; Tarrow, Sidney (8 de março de 2015). Communism in Italy and France (em inglês). [S.l.]: Princeton University Press. ISBN 9781400867387
  5. Weidmann-Koop, Marie-Christine; Vermette, Rosalie (1 de janeiro de 2000). France at the dawn of the twenty-first century, trends and transformations (em inglês). [S.l.]: Summa Publications, Inc. ISBN 9781883479299
  6. Backes, Uwe; Moreau, Patrick (1 de janeiro de 2008). Communist and Post-Communist Parties in Europe: Schriften des Hannah-Arendt-Instituts für Totalitarismusforschung 36 (em inglês). [S.l.]: Vandenhoeck & Ruprecht. ISBN 9783525369128
  7. «Européennes : le «front de gauche» est lancé». Le Figaro. Consultado em 14 de abril de 2016
  8. «What Happened to the French Left? | Jacobin». www.jacobinmag.com. Consultado em 14 de abril de 2016
  9. «Cópia arquivada». Consultado em 29 de junho de 2010. Arquivado do original em 3 de setembro de 2014
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Ligações externas

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