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espaço natural protegido nas províncias de Salamanca e Samora, Castela e Leão, Espanha Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Parque Natural das Arribas do Douro[1] (em castelhano Parque Natural de Arribes del Duero) é uma área verde protegida localizada no oeste espanhol, nomeadamente a noroeste da província de Salamanca e sudoeste da província de Samora, na comunidade autónoma de Castela e Leão, junto à fronteira portuguesa.[2] No lado português corresponde-se com o Parque Natural do Douro Internacional.
Parque Natural das Arribas do Douro | |
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Categoria V da IUCN (Paisagem/Costa Protegida) | |
A barragem de Saucelhe, a partir do miradouro de Penedo Durão. | |
Localização | |
País | Espanha |
Comunidade | Castela e Leão |
Província | Salamanca Samora |
Dados | |
Área | 106 105 hectares |
Criação | 11 de abril de 2002 |
Visitantes | 39.540 (em 2010) |
Gestão | Junta de Castela e Leão |
Sítio oficial | www.patrimonionatural.org |
Arribes, arribas e arribanzos são as palavras leonesas utilizadas para denominar a geomorfologia que apresentam os rios Águeda, Douro, Esla, Huebra, Tormes e Uces neste território. Esta é caraterizada por uma zona de depressão ou de altitude mais baixa e outra de planície ou de altitude mais elevada, sendo as arribas o conjunto das dois zonas, que se sitúam à beira destes rios.
A denominação de Arribas aplica-se localmente à geografia dos rios Águeda, Douro, Esla, Huebra, Tormes e Uces. O topónimo em língua castelhana faz uso da palavra arribes e não arribas, o que demonstra a particularidade das falas da Serra de Gata, de origem asturo-leonesa.[3][4]
Em quase toda a área protegida, os canhões dos cursos fluviais dos rios Douro e Águeda fazem de fronteira natural entre Espanha e Portugal. A Junta de Castela e Leão colocou este território na sua rede de parques naturais no 11 de abril de 2002.[2] O governo português fez o mesmo com a sua parte um pouco antes, no 11 de maio de 1998, sob o nome de Parque Natural do Douro Internacional.
No 9 de junho de 2015, os dois parques são considerados reserva da biosfera transfronteiriça pela Unesco sob a denominação de Meseta Ibérica, junto a outras várias zonas protegidas espanholas e portuguesas, salientando o Parque Natural Lago de Sanabria y sierras Segundera y de Porto em solo espanhol e o Parque Natural de Montesinho na parte lusa, bem como distintos espaços da Rede Natura 2000.
Os grandes desníveis da sua orografia, o alto vazão do Douro e os numerosos rios que nele desaguam, tornam esta zona um dos locais de maior potencial hidroelétrico da península ibérica toda. É por isto que foi construída uma rede de barragens e albufeiras conhecida como Saltos do Douro. A sua peculiaridade orográfica é também a razão da existencia de um inusual microclima mediterráneo que contribui à diversidade vegetal e faz do parque um local idóneo para o abrigo da fauna selvagem, nomeadamente para as aves.
A sua localização fronteiriça, distante das grandes povoações e com poucas infraestruturas, vai causar um processo continuo de despovoamento das suas aldeias, embora que também permitiu a conservação de um ámplio património histórico, cultural e natural, entre os que salientam a sua paisagem, arquitetura e tradições. Nos últimos anos, com a criação do parque natural, chegaram algunas iniciativas de investimento ligadas ao turismo e o comércio minorista transfronteiriço. Esta ocorrência evidenciou que seja preciso garantir e privilegiar o seu hábitat natural, o seu património e as suas tradições socioculturais, principais ativadores da sua economía.
A orografia do parque caracteriza-se pela existéncia de arribas. Existem arribas do Águeda, arribas do Douro, arribas do Esla, arribas do Huebra, arribas do Tormes e arribas do Uces. São o conjunto da zona onde se manifesta a erosão milenária destes rios. Apresentam uma área de depressão ou de altitude mais baixa e outra de planície ou de altitude mais elevada. Em alguns puntos existem desníveis de até 400 m.
As profundas incisões dos rios Douro e Águeda, que agem como fronteira natural entre Espanha e Portugal, partilham uma zona de iguais características entre os dois países. O Douro e os tributários dele são o elemento comum e ligação de um território todo que se espalha linealmente ao longe de mais de 120 km. O Douro é internacional da barragem de Castro até Barca d'Alva. Neste local é ligado a ele o rio Águeda, que é internacional desta aldeia até o lugar onde se encontra com o rio Turones, perto de La Bouza. A faixa espanhola, assinalada Parque Natural de Arribas do Douro, espalha-se sobre uma superfície de 106.105 hectares mesmo que a faixa portuguesa, declarada Parque Natural do Douro Internacional, estica-se sobre uma superfície de 85.150 hectares. Os dois parques sumam uma superfície de 191.255 hectares, o que torna esta zona uma das áreas protegidas mais grandes da Europa. No 9 de junho de 2015 são declarados reserva da biosfera transfronteiriça pela Unesco sob a denominação de Meseta Ibérica, junto ao parque natural Lago de Sanabria y sierras Segundera y de Porto, el Parque Natural de Montesinho, os Canhões do Douro, as Lagoas de Villafáfila, a Serra da Culebra e a Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo.
A atual geomorfologia desta área verde protegida é originaria de uma evolução que tive a sua origem na orogenia hercínica, ao final da era Paleozoica (há 600-225 milhões de anos). Foi nesta quadra em que se originaram os atuais granitos, xistos e gneis das arribas.
Durante o período Mesozoico (há 225-68 milhões de anos) e começos do Cenozoico (há 68-1,7 milhões de anos), produz-se a erosão das cordilheiras e as zonas mais altas, até formar a atual planície que depois foi coberta por sedimentos e, seguidamente, alagada pelo mar.
Finalmente, a orogenia alpina no meio do terciario produz um progressivo levantamento do leste da península Ibérica e uma clara inclinação até o océano Atlántico. Esta última ocorrência ocasionou que o Douro, mesmo que outros rios peninsulares, tivesse que se abrir caminho na planície, dando lugar, com o passo do tempo, ao inmenso canhão de paredes, quase verticais, que forman as arribas.
A rede hidrográfica das arribas fica marcada de jeito vertebral pelo rio Douro, sendo os seus tributários mais importantes o Águeda, o Esla, o Huebra, o Tormes e o Uces. Por sua vez, existem numerosas ribeiros, córregos e regatos estacionais que entregam as sus águas aos anteriores e sobre os que se localizam pontes tradicionais e moinhos. As suas máximas crescidas se produzem entre os meses de janeiro e abril, nomeadamente em março, mes em que podem observar-se no seu máximo esplendor as numerosas cascatas, sendo a do Pozo de los Humos a mais grande e conhecida.
Outras cascatas menos conhecidas são as de Rupurupay em Aldeadávila, as Lastras de Águas Bravas em Fariza, o Cachón de Peñavela, as cascatas de La Cicutina e La Escalá em Fermoselle, o Cachón del Camaces em Hinojosa de Duero, a Cascata del Pinero em Masueco, o Pozo Airón em Pereña de la Ribera, o Cachón de Carranzo em Saucelhe, o Cachón del Berrido e Cachón de la Diabla em Sobradillo e a cachoeira do Desgalgadero em Vilarinho.
O forte desnível provocado pelo Douro e os seus influentes, ligado a outros factores como a impermeabilidade do solo, a escasa povoação e a alta rentabilidade económica da energia hidroelétrica, provocaram uma infrequente concentração de barragens e albufeiras nestas terras. Entre elas as espanholas de Aldeadávila, Almendra, Castro, Ricobayo, Saucelhe, Villalcampo e as portuguesas de Bemposta, Miranda e Picote. As espanholas são chamadas de Saltos do Douro. A potência instalada nelas ultrapassa os 3000 MW. Este factor faz com que Castela e Leão, com 3979 MW, seja a primeira comunidade autónoma espanhola em potência hidráulica instalada, e con 5739 GWh, a segunda em produção.
A demarcação do parque compreende (total ou parcialmente) a superfície de 37 territórios concelhios:
O património e valores das arribas está constituido por una série de bens históricos, naturais, culturais, artísticos, paisagísticos e turísticos que refletem os rasgos diferenciadores da identidade comarcal da zona e que testemunham a sua história e a dos pobladores dela. Os museus e as férias da zona são locais onde se complementa este património abrigando numerosas amostras e informação concreta.
Fermoselle e San Felices de los Gallegos ficam designadas conjunto histórico-artístico. Foram fortificadas debido à sua situação estratégica e cedo constituíram-se dois importantes sítios defensivos da fronteira. Atualmente são dois exemplos de conservação de arquitetura tradicional.
Dos quatro castelos com que conta o parque, o melhor conservado é o de San Felices de los Gallegos. Mais degradados apresentam-se os de Fermoselle e Vilvestre, dado que apenas quedam alguns restos. Do castelo de Sobradillo persiste a torre de menagem, em que hoje fica instalada a casa do parque da zona salmantina.
A peculiaridade da orografia acarreta a existência de numerosos miradouros naturais dos que é possível obter grandes vistas panorámicas. Alguns deles especialmente preparados, disponibilizam acesso adaptado e pontos de informação sobre a paisagem.
Província de Salamanca:
Província de Samora:
A cegonha-preta é a ave mais emblemática. As cavidades e curvas das arribas são o local escolhido para a nidificação desta ave que em Espanha está incluída dentro da categoria de espécie com possível perigo de extinção. Este espaço natural é, portanto, um ponto-chave para a conservação desta espécie. Em 1995 e 1998, foram designadas várias Áreas Críticas para a Conservação da Cegonha-Preta. Os 20 pares de cegonhas negras nesta área representam 8% da população espanhola e 25% da população de Castela e Leão (dados de Fevereiro de 2005).
Juntamente com a cegonha-preta, as grandes aves de rapina são as outras mais significativas e importantes que nidificam nas arribas. Entre elas, o grifo é o mais fácil de reconhecer, pois vagueia livremente pela área. Em 2005, tinha uma população de 550 pares. As silhuetas do abutre-do-egito (75 pares em 2005), o bufo-real (25 pares em 1992), a águia-real (24 pares em 2005), a águia-perdigueira (17 pares em 2005), o milhafre-real (9 pares em 2005) e o falcão-peregrino (6 pares em 2005) também se destacam e são relativamente fáceis de reconhecer. Menos incomuns são as populações de gralha-de-bico-vermelho (159 pares em 2005) e a cegonha-branca (115 pares em 1999).
Em 1990 as arribas foram declaradas Zona de Protecção Especial para as Aves (ZPE). As principais espécies envolvidas neste feito são a águia-perdigueira, a águia-real, o abutre-do-egito, o bufo-real, o grifo, a gralha-de-bico-vermelho, a cegonha-preta e o falcão-peregrino.
Añade el profesor salmantino que «"Las Arribes" deriva de Ad Ripas, junto a la orilla, evolucionando lingüísticamente a As Arribas, forma que se ha mantenido en el portugués. Su evolución lingüística solo se explica desde la influencia del antiguo astur- leones, que ha perdurado hasta la actualidad en el Habla de los pueblos la Ribera, con una marcada cerrazón de las vocales finales a > e > i, y la vocal final o _ u fenómeno aun muy común entre sus habitantes: Ad Ripas > As arribas > las arribas. Las arribas, derivaron a > Las arribes /Las arribis
Una prueba de la influencia asturiana na fala de Salamanca son los plurales femeninos en –es qu'hasta hai bien poco se sentíen pela sierra de Gata: patates, vaques, coses, gallines... exemplu d'ello son los topónimos como’l mesmu de Les Arribes, un plural femenín qu'entovía se conserva.
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