Papiro de Turim
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O Papiro de Turim ou Cânone Real de Turim, também conhecido como Lista de Reis de Turim ou Papiro Real de Turim, é um papiro com textos em escrita hierática, custodiado no Museu Egípcio de Turim, ao qual deve o seu nome.
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Outubro de 2020) |
O texto está datado na época de Ramessés II (embora possa ter sido escrito posteriormente) e menciona os nomes dos faraós que reinaram no Antigo Egito, precedidos pelos deuses que "governaram" antes da época faraônica.
O papiro, de dimensão 170 cm por 41 cm, consta de uns 160 fragmentos, a maioria muito pequenos, faltando muitos pedaços.
Quando foi descoberto pelo explorador italiano Bernardino Drovetti em 1822, nas proximidades de Luxor, parece que estava quase íntegro, mas quando o rei da Sardenha o doou à coleção do Museu Egípcio de Turim já estava muito deteriorado.
A importância de este papiro foi reconhecida de imediato pelo egiptólogo francês Jean-François Champollion, e posteriormente por Gustavus Seyffarth, empenhando-se na sua reconstrução e restauração. Embora se conseguisse ordenar a maior parte dos fragmentos na posição correcta, a diligente intervenção destes dois homens também chegou tarde, já que muitos pedaços deste importante papiro se tinham perdido.
Não sabemos que fontes utilizou o escriba para organizar a lista, se a copiou simplesmente de um papiro já existente, ou a compôs tendo acesso aos arquivos dos templos, compilando a lista utilizando antigas notas de impostos, decretos e documentos; a primeira possibilidade parece mais provável e implicaria que a Lista Real de Turim é realmente um documento de extraordinário valor histórico.
O papiro contém de um lado uma lista de nomes de pessoas e instituições, no que parece ser una estimação de tributos. No entanto, é o outro lado do papiro que suscitou a maior atenção, pois contém uma lista de deuses, semideuses, espíritos, reis míticos e humanos que governaram o Egito, presumivelmente desde o principio dos tempos até à época de composição deste inestimável documento.
O principio e o final da lista perderam-se, o que significa que não temos a introdução da lista – se houve tal introdução – e a relação dos reis que houve depois da XVII dinastia.
O papiro cita nomes de governantes, agrupando-os por vezes e dá a duração do governo de alguns destes grupos, que correspondem, em geral, ao resumo das dinastias de Manetão. Mostra ainda em anos, meses e dias a duração do reinado de muitos faraós.
Tem ainda os nomes de governantes efémeros, ou mandatários de pequenos territórios, que apenas se conhecem aqui, pois geralmente estão omitidos noutros documentos. A lista inclui os governantes Hicsos, normalmente excluídos de outras listas de reis, e embora os seus nomes não estejam escritos dentro de um cartucho, juntou-se o texto hieroglífico Heqa Jasut para indicar que eram governantes estrangeiros.
O texto começa com uma relação de deuses e reis míticos. O primeiro nome de faraó aparece na epígrafe 2.11 (Menés). Embora estejam agrupados de diferente forma em relação à lista de reis de Manetão, para facilitar a datação juntou-se na listagem a classificação dinástica manetoniana, a mais utilizada pelos historiadores modernos.
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