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Panicats

Assistentes de palco do programa Pânico Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Panicats
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Panicats é a designação pelas quais ficaram conhecidas as assistentes de palco do programa Pânico e de seus derivados: Pânico na TV, exibido pela RedeTV!, e Pânico na Band, exibido pela Rede Bandeirantes. Entre 2003 e 2017, 27 mulheres desempenharam a função de assistentes de palco nos programas, sendo conhecidas pelo apelo visual de seus corpos e participando de alguns quadros e desafios. Casos de assédio moral e sexual, além da baixa remuneração, ganharam atenção na mídia quando algumas ex-integrantes do grupo expuseram publicamente as situações que vivenciaram nos bastidores.

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Logotipo do programa Pânico na TV, exibido entre 2003 e 2012, que foi responsável por popularizar as panicats.
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Descrição

As panicats eram assistentes de palco do programa Pânico e de seus derivados, Pânico na TV e Pânico na Band.[1] Elas eram caracterizadas por seus corpos bem definidos,[2] frequentemente exibidos enquanto usavam, principalmente, biquínis.[3] Com o tempo, começaram a participar de quadros e desafios desses programas.[1][2][3]

Integrantes

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Repercussão

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Perspectiva

Devido à visibilidade midiática e ao interesse público nas panicats, o grupo foi objeto de diversas críticas e estudos sobre a sexualização das mulheres. Além disso, surgiram relatos de assédio por parte de ex-integrantes nos bastidores do programa.[50][51][52]

Assédio e prostituição

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Dani Bolina foi uma das primeiras a relatar ao público os casos de assédio e prostituição que ocorreram no programa Pânico.

Em 2012, Regiane Brunnquell, que integrou o grupo entre 2007 e 2008, afirmou em uma entrevista ao Extra que presenciou assédios sexuais e relatou que as panicats eram obrigadas a mostrar as nádegas para os integrantes do programa nos corredores.[53] Na mesma entrevista, ela contou ter sofrido uma hemorragia interna após levar um golpe na cabeça durante um quadro agressivo ao qual foi obrigada a participar.[53] Um ano antes, Dani Bolina havia relatado no programa Hoje em Dia, da Record, que uma colega pediu demissão após sofrer assédio e que um "chefão" do programa ameaçava diminuir a visibilidade das panicats que não aceitavam "sair" com ele. Ela também afirmou que algumas das assistentes eram garotas de programa.[54] Em 2017, Babi Muniz corroborou que algumas se envolviam em prostituição.[55]

Gabi Levinnt, que foi panicat durante o período do programa na Bandeirantes, relatou ter sido vítima de assédio sexual por parte de um dos diretores. Ela afirmou que foi chamada para um local reservado, agarrada e quase forçada a realizar sexo oral com ele. Gabi também relatou que as assistentes que aceitavam ter relações sexuais recebiam mais visibilidade no programa e que todas eram constantemente ofendidas por diretores e atores.[56]

Relatos de assédio moral relacionados ao peso das panicats foram divulgados ao longo do tempo. Carol Dias, por exemplo, afirmou ter sido humilhada na frente das outras assistentes por uma diretora do programa após "ganhar um pouco de peso" em 2016, destacando a pressão para que as mulheres se mantivessem "extremamente magras".[57] Em 2021, Carol Narizinho corroborou os relatos de Carol Dias, afirmando que as assistentes do programa eram extremamente cobradas para ter o corpo perfeito. Ela revelou que, devido a essa pressão, fez dietas restritivas e usou anabolizantes. Carol também contou que diretores iam até o camarim delas para criticá-las por estarem gordas. Em uma ocasião, um diretor comentou na frente de alguns fãs que ela estava com celulite e com as "bunda" cheias de buracos.[58]

Sexualização e machismo

Um artigo acadêmico escrito por Silmara Vitto, Raphael Carlos Sperb e Camila Candeia Paz, publicado pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, classifica as panicats como "mulheres-objetos". O artigo reflete não apenas a exposição dos corpos das panicats, mas também a descaracterização racional de suas atuações, além de incluir comentários de teor machista.[3] Em uma linha de raciocínio semelhante, Daniele Ribeiro Fortuna, da Universidade do Grande Rio, afirmou que o Pânico retrata o corpo como um objeto, que faz parte do cenário e está disponível para tudo, especialmente para o sexo e para o escatológico. Ao mencionar a escatologia, Daniele cita como exemplo um quadro em que as panicats são filmadas vomitando. Nessas cenas, que eram repetidas inúmeras vezes, a câmera foca no rosto da modelo que vomita, às vezes em câmera lenta.[1] Já Priscila Aline Rodrigues Silva atribui ao Pânico na TV a responsabilidade de ser um dos pioneiros na exibição de corpos femininos para atrair a atenção do público masculino na televisão brasileira, e às panicats o impacto negativo na autoestima do público feminino.[59] Enquanto Gabrielli Caroline Akimoto destacou que o programa reforçava o estereótipo preconceituoso da mulher "bonita e burra" e da mulher "inteligente e feia" através de comentários que comparavam os corpos de outras mulheres com os das panicats.[60]

Baixa remuneração

Apesar da exposição e visibilidade, em 2012, a imprensa brasileira noticiou que as panicats recebiam menos de mil reais pelas gravações. Na época, Thais Bianca, que fazia parte do elenco, negou a informação.[61] No entanto, outras panicats confirmaram os baixos valores. Tânia Oliveira afirmou que recebia um "cachê simbólico" de 100 reais por cada gravação externa e participação ao vivo,[62] enquanto Juju Salimeni relatou que recebia 200 reais por gravação, totalizando cerca de 800 reais ao final do mês.[63][64] Três anos depois, em 2015, Fabíola Reipert noticiou que as assistentes do programa passaram de um pagamento de 150 reais por gravação para um salário fixo de 2.500 reais mensais.[65]

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Referências

  1. Flavia Fraga; Marina Marques; Flavi Ferreira Lisboa Filho (2012). «A Análise do Merchandising no Programa Pânico na TV» (PDF). Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Consultado em 13 de setembro de 2024. Cópia arquivada (PDF) em 17 de maio de 2024
  2. «Dani Souza». Quem. Consultado em 11 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 2 de janeiro de 2024
  3. «Primeira panicat relembra: "Ganhava R$ 100"». Visão Regional. 10 de março de 2015. Consultado em 11 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 4 de março de 2024
  4. «Dani Bolina». Quem. Consultado em 11 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 5 de janeiro de 2024
  5. Lucas Pasin (13 de janeiro de 2022). «Quem é a ex-BBB que estreou em 'O Clone' e viveu affair com Luciano Szafir». Splash. Consultado em 13 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 10 de setembro de 2022
  6. Taty Bruzzi (17 de janeiro de 2014). «Produção do "Pânico na Band" busca novas Panicats para 2014». NaTelinha. Consultado em 13 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 13 de setembro de 2024
  7. Felipe Brandão (20 de janeiro de 2021). «Camarote ou Pipoca? Relembre outros realitys, que como o BBB 21, contaram com famosos nada famosos». Observatório da TV. Consultado em 13 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 13 de setembro de 2024
  8. Fabrício Falcheti (11 de setembro de 2017). «Carol Dias anuncia saída do "Pânico": "estava me sentindo um pássaro na gaiola"». NaTelinha. Consultado em 13 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 18 de maio de 2024
  9. Thaís Sant'Anna (3 de maio de 2016). «Babi Muniz usa coroa de R$ 300 mil em lançamento como cantora de funk». Ego. Consultado em 13 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 28 de maio de 2024
  10. Thiago Forato (15 de fevereiro de 2020). «Fernanda Lacerda sonha com programa de TV e relembra convite do Pânico: "Ia desistir"». NaTelinha. Consultado em 13 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 26 de fevereiro de 2024
  11. Paulo Cintra; Stefanie Gaspar (9 de novembro de 2018). «Com votação recorde, Fernanda Lacerda é a sétima eliminada». Universo Online. Consultado em 13 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 31 de dezembro de 2022
  12. Bárbara Vieira (21 de agosto de 2014). «Mari Gonzalez trancou faculdade para virar panicat e ajudar os pais». Ego. Consultado em 13 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2023
  13. Juliana Hippertt (18 de janeiro de 2020). «Mari Gonzalez é participante do BBB20, conheça!». GShow. Consultado em 13 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 21 de abril de 2024
  14. «Após saída de Renata Molinaro, 'Pânico' apresenta nova panicat; veja». iBahia. 23 de fevereiro de 2015. Consultado em 13 de setembro de 2024. Arquivado do original em 24 de fevereiro de 2015
  15. «Aline Mineiro». Notícias da TV. Consultado em 13 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 21 de maio de 2024
  16. Tabata Uchoa (10 de março de 2017). «Conheça a nova panicat, Aricia Silva». O Dia. Consultado em 13 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 14 de setembro de 2024
  17. Larissa Macahyba (22 de agosto de 2022). «Ilha Record 2: Conheça Whendy Tavares». Lorena. Consultado em 13 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 14 de setembro de 2024
  18. Tiago Minervino (16 de dezembro de 2022). «Assédio, humilhação, prostituição: ex-panicat expõe bastidores do 'Pânico'». Splash. Consultado em 11 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 17 de dezembro de 2022
  19. Vanessa Paes Barreto (19 de setembro de 2011). «Dani Bolina fala de assédio e prostituição no 'Pânico na TV'». Yahoo!. Consultado em 10 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 24 de maio de 2019
  20. Gabriel Perline (25 de outubro de 2018). «Ex-panicat relata humilhações na TV e luta contra depressão: 'Tomo remédio até hoje'». Notícias da TV. Consultado em 11 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 30 de julho de 2023
  21. Priscila Aline Rodrigues Silva (2015). «Estereótipos de beleza que permeiam os discursos de participantes de um grupo de tight lacing» (PDF). Universidade Federal de Mato Grosso. Consultado em 11 de setembro de 2024. Cópia arquivada (PDF) em 11 de setembro de 2024
  22. Fernanda Lopes (13 de novembro de 2017). «Ex-panicat revela que ganhava R$ 100 e recebia 'propostas indecentes'». Notícias da TV. Consultado em 11 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2023
  23. «Ex-panicat revela quanto ganhava no 'Pânico na TV'». Bonde. 29 de novembro de 2011. Consultado em 11 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 9 de setembro de 2024
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