Em 13 de março, o primeiro caso confirmado no estado, na capital Manaus. Se trata de uma mulher de 39 anos que havia retornado de Londres, Inglaterra.[2] Em 24 de março, a primeira morte causada pelo novo coronavírus confirmada em Parintins. Se tratava de um homem de 49 anos, portador de hipertensão arterial sistêmica.[3] Em 30 de março, a segunda morte confirmada no Estado, a primeira na capital, Manaus. Se tratava do músico Robson de Souza Lopes, o "Binho". Ele tinha 43 anos e estava internado desde o dia 20 de março. Ele era portador de asma.[4]
Em 21 de março, o governador do Amazonas, Wilson Lima, determinou o fechamento de bares e restaurantes em todo o estado para conter a propagação do novo coronavírus.[5]
Em 24 de março, o governador Wilson Lima autorizou a pesquisa do uso da cloroquina para combater o novo coronavírus, em pacientes do estado.[6]
Fevereiro de 2021
No início de fevereiro de 2021, cientistas alertam que Manaus pode ter uma terceira onda de casos de Covid-19.[7]
Em 20 de abril, Manaus começou a abrir valas comuns no maior cemitério da cidade e as imagens começaram a repercutir pelo Brasil.[9]
No dia 24 de abril de 2020, Manaus começou a registrar colapso hospitalar e funerário. Na capital do Amazonas os leitos de Unidade de terapia intensiva (UTI) ficaram na capacidade máxima, como no Hospital 28 de Agosto, que também teve que amontoar os cadáveres. Os necrotérios de Manaus passaram a não suportar mais o aumento da demanda e foram instalados contêineres de refrigeração do lado de fora dos hospitais.[10][11][12]
Em 12 de janeiro de 2021 o Amazonas passou a viver um ápice na demanda de oxigênio que não conseguiu suprir,
e foi decretado toque de recolher.[13][14]Jorge Arreaza, Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, seguindo instruções de Nicolás Maduro, ofereceu o estoque de seu país ao governo do Amazonas. Foram seis caminhões contendo um total de 137 mil metros cúbicos de oxigênio doados à rede de saúde de Manaus.[2]
O Governador do estado Wilson Lima agradeceu ao presidente da Venezuela em rede social.
A primeira medida de reforço com participação federal foi o envio de 350 cilindros de oxigênio em aviões das Força Aérea Brasileira (FAB), entre 8 e 10 de janeiro.[15]
A secretaria de Estado de Saúde do Amazonas realizou o pedido, para o Governo Federal, de novos cilindros e tonéis de oxigênio no dia 7 de janeiro de 2021, mas quase nada foi feito até a falta dos insumos. Nos dias 14 e 15 de janeiro, Manaus viveu cenas de caos pela falta de oxigênio. À época, o consumo diário de oxigênio no Amazonas estava em torno de 86 mil metros cúbicos.
De acordo com o Ministério da Saúde, foram enviados 5 mil metros cúbicos para a região.[16] O Ministério da Saúde tinha conhecimento da possibilidade de colapso desde o dia 4 de janeiro de 2021.[17]
Em discurso na região no dia 11 de janeiro, Eduardo Pazuello falou: "É importante que ninguém tenha dúvida de como é o planejamento e quais são as alternativas que nós temos. Sim, o ministério tem e terá capacidade de atender qualquer demanda que falhe em nível menor, município ou estado, ministério está preparado para isso". Porém foi sobre a compra de seringas, não sobre algum plano para lidar com a falta de oxigênio no estado. O ministro chegou a fazer pressão sobre o "tratamento precoce" e em conversa com apoiadores no dia 15 de janeiro, o Presidente Jair Bolsonaro procurou tirar o peso do Governo Federal: "A gente está sempre fazendo o que tem que fazer, né? Problema em Manaus: terrível o problema lá, agora nós fizemos a nossa parte, com recursos, meios".[16]
Em 14 de janeiro de 2021, o estado decidiu transferir para outros estados um total de 235 pacientes. Eles estão sendo transportados por aviões da FAB. Segundo o Ministério da Saúde, foram preparados e garantidos, de forma imediata, 149 leitos em outras cidades: 40 em São Luís (MA), 30 em Teresina (PI), 15 em João Pessoa (PB), 10 em Natal (RN), 20 em Goiânia (GO), 4 em Fortaleza (CE), 10 em Recife (PE) e 20 no Distrito Federal. Foi informado pelo governo do Pará a disponibilização de 30 leitos. A transferência de 61 recém-nascidos, além de bebês e grávidas na UTI foi suspensa.[18]
Em 15 de janeiro de 2021, o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Comunista do Brasil (PC do B) foram ao Supremo Tribunal Federal e pediram ao ministro Ricardo Lewandowski (Relator de ações judiciais da Corte em relação a pandemia de COVID-19 no Brasil) que se realize a lockdown, além de outras medidas mais rígidas para conter a crise sanitária no estado. De acordo com G1, "Os partidos relataram ao ministro que a situação no Amazonas representa um "estado de coisas inconstitucional", caracterizado pela "sistemática violação de direitos fundamentais".[19]
"O quadro apresentado, portanto, representa um verdadeiro estado de coisas inconstitucional, onde o poder público, sobretudo o governo federal, não cumpre o seu dever de efetivar os direitos e garantias fundamentais dos cidadãos amazonenses e manauaras, falhando na garantia ao direito básico à vida, bem como à saúde e, ao fim, à própria dignidade da pessoa humana", afirmam as siglas em nota conjunta.[19]
Algumas pessoas ficaram ao relento para tentar comprar oxigênio numa distribuidora.[20] O senador Eduardo Braga (MDB-AM) protocolou um pedido emergencial de intervenção Federal no Amazonas na área da Saúde.[21]
Dois meses depois do colapso, finalmente o estoque de oxigênio foi normalizado no estado.
Porém, com a crise sanitária se agravando em todo o país, o governo do estado decidiu doar cilindros de oxigênio para outros estados.
O primeiro estado contemplado é o Paraná, mas não foi informado se a carga será transportada com o avião da FAB ou num avião comercial.
[22]
Em 29 de janeiro de 2021, o governo do Estado, decretou a ampliação do decreto do toque de recolher para 24 horas até 7 de fevereiro. Além disso, o ponto facultativo no feriado de carnaval foi suspenso para evitar aglomerações.
[23]
Num comunicado em 5 de fevereiro de 2021, o Governo do Estado reduziu o horário do toque de recolher. O que era de 24 h, passa a ser de 19h até às 6h do dia seguinte. Este decreto entrou em vigor a partir de 8 de fevereiro e durou até 5 de março O estado ficou na fase roxa neste período, devido a nova variante da COVID-19.[24]
Num comunicado em 5 de março de 2021, o governador Wilson Lima flexibilizou a quarentena e retirou o estado da fase roxa. O transporte intermunicipal de barcos e barcaças foi autorizado, além de muitas outras atividades não essenciais.
Mas o toque de recolher continua, das 21h até as 6h do dia seguinte. [25]
Gêmeas de um empresário conhecido no Amazonas causaram polêmica ao se vacinarem contra a COVID-19 sem serem do grupo prioritário.
Segundo o R7, elas ainda divulgaram as fotografias nas redes sociais.
O prefeito David Almeida ordenou em decreto que médicos não tirem nem divulguem fotos nas redes sociais se vacinando.
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O prefeito de Manaus também é investigado pelo Ministério Público do Amazonas, além de 2 secretários e 4 assessores por contratos irregulares na contratação de médicos, por favorecer pessoas a "furarem fila" na campanha de vacinação contra a COVID-19 e por irregularidades na distribuição de vacinas. Lembrando que em 21 de janeiro de 2021, o TJ-AM suspendeu a campanha de vacinação no estado, sendo retomado 7 dias depois.
Em 28 de janeiro de 2021, o Ministério Público pediu a prisão do prefeito David Almeida e da secretária de saúde do estado Shadia Fraxe pelas denúncias citadas acima.
Em nota, o prefeito disse ao G1 que está "profundamente indignado com a atuação ilegal e arbitrária" do MP e informou que "ingressará com as medidas cabíveis contra os responsáveis". O comunicado ainda afirma que "não há o menor indício de desvio de recursos públicos, ato lesivo ao erário ou repercussão criminal".
Além deles, o órgão pede também o afastamento do subsecretário de Gestão de Saúde, Luís Cláudio de Lima Cruz, e dos assessores da Secretaria municipal de Saúde Djalma Pinheiro Pessoa Coelho, Stenio Holanda Alves e Clendson Rufino Ferreira.
Entre os investigados e alvos de busca e apreensão, estão o secretário municipal de Limpeza Urbana, Sebastião da Silva Reis, e a secretária municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania, Jane Mara Silva de Moraes. [27]
Os gráficos acima apresentam o crescimento de casos e óbitos no Amazonas. Nos gráficos de casos e óbitos novos, as barras representam o número real de notificações por dia, enquanto a linha é uma média móvel de sete dias para ajudar a suavizar as anomalias entre um dia e outro e revelar a tendência geral. Os dados são do Ministério da Saúde (MS).