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Palazzo del Collegio Romano é um palácio maneirista localizado na Piazza del Collegio Romano, no rione Pigna de Roma, famoso por ter sido por muitos anos a sede do Colégio Romano, o mais famoso seminário da capital italiana.
Atualmente, o palácio abriga o Ministério dos Bens e Atividades Culturais e do Turismo e abriga uma grande biblioteca de arqueologia e história da arte[1].
Por muito tempo a construção do palácio, iniciada em 1582, foi atribuída a Bartolomeo Ammannati[2], mas atualmente acredita-se que o responsável tenha sido Giuseppe Valeriani, um frade jesuíta[1]. Seja como for, o palácio foi construído por ordem do papa Gregório XIII Boncompagni para realizar um desejo de Santo Inácio de Loyola, o fundador da Companhia de Jesus, que queria centralizar ali as várias escolas católicas de Roma[1]. A importância do edifício, inaugurado em 1584 e que fica no mesmo quarteirão da igreja de Sant'Ignazio, sempre foi muito grande graças à fama dos professores jesuítas que ali ensinavam, o que atraía como alunos os filhos das mais importantes e nobres famílias da Itália. Muitos futuros cardeiais e papas estudaram ali, mas o Colégio não era reservado apenas aos que pretendiam seguir a carreira eclesiástica[1][2].
Foi neste palácio que Galileu Galilei apresentou suas teorias para os professores jesuítas do Colégio Romano em 1611. Em 1774, os jesuítas foram expulsos e só reassumiram o comando do edifício (e da igreja vizinha) novamente em 1824. Neste período, o comando passou para o Pontificio Seminario Romano Maggiore, que reassumiu o palácio novamente em 1848 durante a breve República Romana[3].
Em 1870, depois da Unificação da Itália, o palácio foi confiscado pelo Reino da Itália, que o transformou primeiro em quartel e, já no ano seguinte, em sede do primeiro Liceo Gimnasio estatal romano (ainda hoje existente), dedicado ao arqueólogo Ennio Quirino Visconti[2], uma escolha repleta de conotações políticas[1]. Visconti (1751-1818), um ex-aluno do Colégio Romano, foi um antiquário, historiador da arte, escreveu um extensivo catálogo de obras de arte antigas presentes nos Museus Vaticanos e foi curador dos Museus Capitolinos. Em 1798, os franceses o nomearam como um dos cinco cônsules responsáveis pelo governo da breve República Romana. No final do ano seguinte, Roma foi reocupada por forças napolitanas e Visconti fugiu para Paris, onde assumiu diversas posições importantes no Louvre, foi nomeado cavaleiro da Legião de Honra e lá permaneceu até morrer[1].
A escola jesuíta, expulsa de sua sede original, acabou se dividindo: a seção universitária foi transferida inicialmente para o Palazzo Gabrielli-Borromeo e depois, em 1930, para o novo campus da Universidade Gregoriana na Piazza della Pilotta; as escolas médias e infantis foram abrigadas pelo Istituto Massimo e depois foram transferidas para a EUR. Além do Liceo, o palácio também foi sede, a partir de 1878, do "Observatório Astronômico" dirigido pelo padre Secchi, transferido em 1938 para a sede atual no alto do Monte Mário, na villa do Parco Mellini. Ali ficava também a Biblioteca dos Jesuítas, com cerca de 50 000 volumes, que incorporou, a partir de 1876, a "Biblioteca Central Nacional Vittorio Emnauele II", depois transferida para a sede atual na Via di Castro Pretorio. Finalmente, o palácio abrigou também o prestigioso Museo Preistorico-Etnografico Luigi Pigorini, em homenagem ao ilustre paleoetnólogo parmense[2]. Em 1977, todos os museus abrigados no palácio foram realocados no Palazzo delle Scienze all'EUR para permitir a instalação do Ministério dos Bens e Atividades Culturais e do Turismo italiano no local[3].
Localizado num terreno de formato irregular (um trapézio), o palácio se apresenta de frente para a praça com uma grandiosa fachada, provavelmente obra de Paolo Maruscelli, dividida em três corpos distintos, um central, mais alto e com três pisos, e dois laterais, com apenas dois, e mais um ático. À sua direita está uma torre construída em 1787 para facilitar observações astronômicas[2]. Contudo, por motivos de estabilidade, o observatório foi mudado em 1852 para o local exato onde deveria estar a cúpula de Sant'Ignazio, jamais construída[1].
O corpo central apresenta, nas extremidades, dois grandes portais decorados por dragões, símbolos heráldicos dos Boncompagni, dos quais apenas um era necessário e outro foi aberto somente para fins estéticos[1][2]. No piso superior estão o brasão do papa Gregório XIII e a placa que recorda a fundação do Colégio: "GREGORIUS XIII P.M. RELIGIONI AC BONIS ARTIBUS MDLXXXVIII". No centro da fachada, bem no alto, está um relógio que, por muito tempo, forneceu a hora exata para todos os demais relógios de Roma; ali está também uma balaustrada sobre a qual se eleva uma lógia com um pequeno domo para o sino (que diariamente marcava o início das aulas) e duas lápides com tímpanos triangulares com relógios de sol.
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