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dor no ouvido Da Wikipédia, a enciclopédia livre
A Otalgia é definida como uma dor no ouvido.[1] Essa dor pode ser um complicador na vida do indivíduo, visto que pode prejudicar as atividades diárias e os comportamentos pessoais por ser desagradável e até perturbadora. Além disso, pode ter consequências na funcionalidade da audição e em situações extremas, levar a incapacidade completa.[2]
A otalgia pode ser classificada como primária ou secundária, dependendo do local da dor. Caso originada em estruturas do ouvido é denominada primária; já se a dor for proveniente de algo externo ao ouvido, é chamada de secundária.[1]
Em outras palavras, a otalgia primária é consequência de uma doença otológica, enquanto a secundária, também chamada de referida ou refletida, decorre de processos patológicos que se originam em outras estruturas além da orelha, mas que compartilham vias neuronais comuns.[3]
Diversas são as etiologias correlacionadas a otalgia. A origem da dor podem ser separadas de acordo com o tipo:
No caso da otalgia secundária, a história médica completa e exame físico dos pacientes, na maioria das situações, são suficientes para determinar a sua origem. No entanto, há indivíduos que possuem fatores de risco que podem necessitar de estudos adicionais.[5]
Clinicamente, os sintomas decorrentes da otalgia são ligados a sua etiologia:
Otalgia Primária:
Otalgia Secundária:
Não existe um protocolo de ação bem definido para a avaliação da otalgia, porém, a maioria dos autores concordam que o diagnóstico deve iniciar pela história clínica, o exame físico e a otoscopia.[13]
No exame físico, os pontos chaves incluem a inspeção da orelha, das regiões pré e pós auriculares e da região cervical. A palpação, dor à mobilização da orelha ou compressão do tragus apontam para otite externa. Para um resultado mais assertivo, a otoscopia é fundamental no sentido de descrever os achados na membrana timpânica e no conduto auditivo.[9]
A anamnese é um dos facilitadores dessa avaliação inicial, ela dá pistas que facilitam a identificação do local associado a otalgia. Se o relato das queixas não for associado a questões otológicas, é possível estar ligado às dores de origem oral, facial e cervical, além de disfagia e tosse. Por outro lado, se houver a associação da otalgia a queixas do sistema auditivo indica uma causa otológica.[14]
Ademais, é importante que o paciente caracterize sua dor de acordo com alguns critérios:
Somada a história clínica do paciente, na prática clínica otorrinolaringológica, o exame físico completo da orelha e estruturas adjacentes deve ser realizado para chegar ao diagnóstico definitivo.[15]
Existem casos que o diagnóstico é auxiliado por exames complementares. A depender da suspeita clínica, a realização de tomografia computadorizada de crânio, seios da face, mastoide ou pescoço, bem como ressonância magnética de encéfalo pode ser necessária.[14] Geralmente, estes exames são pedidos quando há fatores de risco associados: tabagismo, abuso de álcool, diabete mellitus e idade superior a 50 anos.[16]
Outros exames complementares também ajudam no diagnóstico, como a audiometria e os testes de função vestibular. Nas situações em que não se encontra a causa da otalgia, pode ser necessária uma avaliação bucomaxilar por dentista especializado.[16]
Considerando a dor do paciente, deve-se determinar aspectos como o início do incômodo, ou seja, se é recente (aguda ou subaguda) ou de longa data (crônica); a lateralidade, uni ou bilateral; se é contínua ou intermitente. Além de identificar se há fatores de melhora ou piora, se o início foi súbito ou progressivo, se há um padrão de percepção e se houve algum pródromo.[14]
A investigação de sintomas associados também é imprescindível. Esses podem ser otorreia, prurido auricular, hipoacusia, plenitude auricular, vertigem e paralisia facial que indicam para causas otológicas; ou relacionados a queixas odontológicas, disfonia, disfagia, odinofagia ou cervicalgia sugerem otalgia secundária. Em casos de febre, é possível apontar para doenças inflamatórias, em particular infecções.[14]
Há ainda queixas que indicam um comprometimento sistêmico,[3] dentre essas, podem ser citadas:
Além disso, é importante considerar que, em casos que a otalgia aparece como um sintoma único, ela pode estar associada a condições mais severas, como arterite temporal ou neoplasias malignas.[16]
Deve-se também, dar especial atenção a pacientes com cefaleia, vômitos, alteração do nível de consciência ou sinais de toxicidade. Esses sinais podem indicar problemas mais graves.[9]
O tratamento da otalgia deve estar associado a sua causa, sendo assim, o diagnóstico é de extrema importância. De modo geral, é possível que o médico, em primeiro momento, aconselhe o paciente quanto aos cuidados básicos: evitar molhar o canal auditivo externo, recomendar mediações tópicas e se necessário, instruir sobre o uso de analgésicos para alívio do desconforto.[17]
As infecções de ouvido, causa principal, deve ser tratada com analgesia e recomendações comportamentais para que o paciente faça o tratamento correto. Em caso de otite crônica ou recorrente, pode-se considerar um estudo microbiológico para identificação o causador e repensar o diagnóstico. Já, frente a quadros clínicos com baixo risco e sem sinais de alerta, é possível usar um método terapêutico empírico pela administração de anti-inflamatórios.[13]
Quando o tratamento é feito com medicações, o indivíduo deve apresentar um quadro de melhora em pelo menos 72 horas, porém, é preciso alertar que a recuperação completa pode levar até duas semanas. Nas situações em que não houver uma evolução nesse período, o paciente deve voltar ao médico para realização de outros métodos de tratamento.[17]
Sendo assim, o profissional da saúde, deve reavaliar o paciente em busca de persistência ou agravamento dos sintomas.[13] Se for o caso, o médico, em seguida, pode realizar a microaspiração do ouvido para permitir que o medicamento tópico alcance com mais facilidade o local a ser tratado. Também, em circunstâncias mais graves, a pessoa acometida pode ser encaminhada a emergência para administração de antibiótico por via intravenosa.[17]
De modo geral e considerando o quadro clínico do paciente, é possível instruí-lo quanto:
Como citado anteriormente, a otalgia apresenta diversos causadores. Essas causas suas consequentes implicações clínicas podem ser sintetizadas por meio do quadro abaixo.[16]
Causa | Quadro clínico |
---|---|
Otite média | Infecção de vias aéreas superiores prévia, eritema do tímpano |
Mastoidite aguda | Febre, dor pós-auricular, otorréia |
Otite externa | Otalgia localizada no canal auditivo, edema e eritema do canal |
Cerume, corpo estranho impactado | Dor vaga acompanhada por perda da audição |
Perfuração da membrana do tímpano | Otalgia aguda com posterior hemorragia e redução da audição |
Neoplasia de nasofaringe, faringe ou base da língua | Associada com álcool ou tabaco, unilateral, crônica |
Neuralgia | Dor severa e lancinante |
Disfunção da articulação temporomandibular | Dor associada ao movimento da mandíbula e trismus |
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