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matemático brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Newton Carneiro Affonso da Costa (Curitiba, 16 de setembro de 1929 – 16 de abril de 2024) foi um matemático, lógico e filósofo brasileiro e um dos pensadores brasileiros mais reconhecidos internacionalmente.[2]
Newton da Costa | |
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Newton da Costa em Berkeley em 1973 | |
Conhecido(a) por | lógica paraconsistente |
Nascimento | 16 de setembro de 1929 Curitiba |
Morte | 16 de abril de 2024 (94 anos) |
Residência | Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Cônjuge | Neusa Feitosa Affonso da Costa |
Alma mater | Universidade Federal do Paraná |
Prêmios | Prêmio Jabuti Moinho Santista[1] |
Orientador(es)(as) | Edison Farah |
Campo(s) | filosofia, matemática, lógica |
Tese | 1961: Topological Spaces and Continuous Functions |
Da Costa ficou reconhecido principalmente pela formulação da lógica paraconsistente, um tipo de lógica distinta da lógica clássica.[3] A lógica paraconsistente põe em xeque o princípio da não contradição, segundo o qual duas afirmações contraditórias não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo, um dos pilares da lógica clássica. Da Costa mostrou que é admissível criar sistemas lógicos que aceitem contradições sem por isso se tornarem triviais, ou seja, sem que o verdadeiro e o falso se tornem indistinguíveis dentro deles. Seus trabalhos, divulgados em mais de 250 obras, abrangem a filosofia da ciência, a filosofia da física, as teorias da verdade, os fundamentos da matemática, a economia, a teoria da computação e o direito, entre outros campos.[2] Por conta de sua teoria, da Costa é chamado de “pensador da contradição”.[1]
Obteve três graduações pela Universidade Federal do Paraná: em 1952 formou-se em engenharia civil, e em 1955 e 1956 obteve o bacharelado e licenciatura em matemática, ambos pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Especializou-se em licenciatura de matemática em 1957, e concluiu o doutorado em análise matemática e análise superior em 1961, orientado por Edison Farah. Newton da Costa foi professor catedrático da UFPR, professor titular de matemática e de filosofia na USP, e professor titular na Unicamp. Foi, também, professor visitante em instituições da Austrália, França, Estados Unidos, Polônia, Itália, Argentina, México e Peru.[1]
Da Costa nasceu em 1929, em Curitiba, e fez toda a sua carreira dentro de universidades brasileiras, embora tenha lecionado em diversas universidades ao redor do Mundo. Iniciou na Universidade Federal do Paraná, onde doutorou-se, e, depois disso, transferiu-se para a Universidade de São Paulo lecionando no Instituto de Matemática e Estatística e na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Filho de uma professora de francês, da Costa teve influência de autores franceses, interessando-se mais tarde pela filosofia e lógica.[2]
Mais especificamente, em uma entrevista para Revista de Filosofia Sísifo, Newton da Costa comenta sobre a sua influência filosófica, afirmando que "tenho dívidas com muitos autores, tais como Russell, Carnap, Quine e Brunschvicg. No entanto, jamais poderia me considerar um discípulo de qualquer um deles. O que fizeram por mim foi, principalmente, me ajudarem a resolver meus problemas por meio de argumentação própria: aguçaram meu senso crítico e contribuíram para que eu pudesse formar um pensamento próprio".[4]
Newton da Costa faleceu em 16 de abril de 2024[5], devido a um acidente doméstico.[6]
Esta seção não cita fontes confiáveis. (Maio de 2018) |
Em sistemas lógicos paraconsistentes a existência de proposições contraditórias não implica a trivialidade dos sistemas[6]. As implicações destes sistemas lógicos têm importância acadêmica e prática tanto para os fundamentos quanto para as aplicações de ciências como direito, matemática, física e engenharia. Ser um dos criadores desta lógica não clássica deu parte do reconhecimento internacional que o Professor Da Costa granjeou. Os conhecidos cálculos Cn de Da Costa foram amplamente generalizados e ampliados pelas Lógicas da Inconsistência Formal, investigados por Walter Carnielli, Marcelo E. Coniglio e João Marcos.
Juntamente com seus colegas (e ex-orientandos), o lógico Walter A. Carnielli, professor da UNICAMP, a matemática Leila Zardo Puga professora da PUCSP, Da Costa deu uma contribuição original à Lógica Dêontica. Da Costa, Carnielli e Puga mostraram que uma lógica menos rígida que a lógica clássica pode dar uma nova resposta aos chamados paradoxos ou dilemas deônticos. Esta contribuição ao debate é reconhecida no verbete Deontic Logic da Stanford Enc. of Philosophy.[7]
Da Costa com alguns de seus colaboradores, estendeu o conceito escolástico de verdade, formulando, à maneira de Alfred Tarski, uma noção, a teoria da quase verdade ou verdade parcial que então aplicou aos fundamentos da ciência. Um exemplo de quase-verdade, segundo da Costa, é a mecânica clássica: ela pode ser usada para construírem-se prédios, mas é "falsa" na medida em que foi suplantada pela teoria da relatividade.[6]
O método axiomático é uma ferramenta que estende a compreensão a respeito dos limites e desdobramentos das teorias. As pesquisas de Da Costas incluem teoria dos modelos, teoria de Galois, axiomatização da mecânica quântica e da relatividade restrita e teoria da complexidade.
Da Costa juntamente com o físico Francisco A. Dória axiomatizou, utilizando o predicado de Suppes, várias teorias físicas, chegando a resultados importantes como o da incompletude ou indecidibilidade de certas proposições da teoria de sistemas dinâmicos, em sua versão axiomatizada. Este resultado também foi estendido para o equilíbrio de Nash.
O problema P = NP? é um dos problemas mais importantes da teoria da computação e relaciona-se diretamente com a limitação do poder de processamento dos computadores, entre outras questões de aplicação prática.
Juntamente com Francisco A. Dória, Da Costa publicou dois artigos que condicionam a consistência do problema P=NP? à teoria de conjuntos ZFC. Os resultados obtidos são similares aos obtidos por outros autores e a comunidade científica ainda está avaliando estes resultados.
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