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O Museu de Arte Contemporânea de Teerã (em persa موزه هنرهای معاصر تهران) é um dos mais importantes museus do Irã. Foi inaugurado em 1977, a partir do acervo adquirido pela imperatriz Farah Pahlavi pouco antes da queda da monarquia. A seleção das peças ficou a cargo do arquiteto Kamran Diba, primo de Farah, responsável também pelo projeto do edifício-sede do museu, localizado no Parque Laleh, na capital do país, agregando elementos da arquitetura persa tradicional e do Modernismo.[1][2]
Museu de Arte Contemporânea de Teerã | |
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Tipo | museu de arte contemporânea |
Inauguração | 1967 (57 anos) |
Área | 5 000 metro quadrado, 16 000 metro quadrado |
Página oficial (Website) | |
Geografia | |
Coordenadas | |
Localização | District 6 - Irão |
Patrimônio | Património Nacional Iraniano |
O museu possui uma das mais completas e valiosas coleções de arte ocidental no continente asiático, cobrindo o período que vai do Impressionismo às últimas décadas do século XX. Abriga também um conjunto expressivo de arte persa e iraniana, do século XVI em diante, mantém biblioteca, cinemateca e exposições temporárias.[3][4]
No período subseqüente à Segunda Guerra Mundial e à abdicação do xá Reza Pahlavi, artistas iranianos passaram a incorporar influências ocidentais em sua produção artística, realizando sínteses bem sucedidas entre essas influências e suas tradições nacionais.[5] A morte do pintor Kamal al-Mulk, ocorrida em 1940, marcou simbolicamente o fim de uma era de estrita aderência à tradição pictórica acadêmica iraniana. Nas décadas de 1950 e 1960, esse processo de abertura e síntese se acentuaria, resultando na ampla participação de artistas iranianos em exposições e feiras internacionais, com a criação de galerias comerciais e o desenvolvimento do colecionismo.[6][7]
Na década de 1970, a imperatriz Farah Pahlavi começou a adquirir, com fundos governamentais, obras de arte modernas e contemporâneas, selecionadas por seu primo, o arquiteto Kamran Diba, visando a futura criação de um museu de arte moderna ocidental na capital iraniana. A alta do preço do petróleo, que se mantinha desde o começo dos anos 70, favoreceria duplamente a empreitada, pois ao mesmo tempo em que garantia uma arrecadação crescente de divisas ao governo iraniano, debilitava o mercado de arte europeu e norte-americano.[8][9] Aproximadamente 150 obras de artistas exponenciais, como Claude Monet, Pablo Picasso, Jackson Pollock e Roy Lichtenstein, foram adquiridas por preços relativamente acessíveis.[3]
Kamran Diba foi incumbido pela imperatriz de projetar o edifício que serviria de sede ao museu e apontado como seu primeiro diretor. Diba idealizou uma edificação de inspiração brutalista, congregando elementos da arquitetura tradicional iraniana. O museu foi inaugurado em 14 de outubro de 1977, dia do aniversário da imperatriz, com a presença de Nelson Rockefeller e curadores de diversas instituições museológicas ocidentais, apresentando uma exposição permanente de obras de artistas iranianos e de grandes nomes da arte universal.[8] O historiador de arte norte-americano David Galloway foi o primeiro curador da instituição.[9]
A Revolução de 1979, o retorno do aiatolá Khomeini, e a subseqüente instauração de uma república islâmica, modificaram sensivelmente o panorama cultural do país. O Museu de Arte Contemporânea foi fechado em função das manifestações cíclicas e da escalada da violência. Consolidada a revolução, o museu foi reaberto com uma exposição de fotografias de Francesco Abbas, documentando os conflitos.[10] A criação artística iraniana no período subsequente seria dominada pelo tema dos horrores ocasionados pela guerra com o Iraque (1980-1988) e da tensão política com ocidente[7], afastando-se da iconografia, tendências e temáticas artísticas dominantes na Europa e nos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que o novo governo, preocupado com o que considerava ser uma influência excessiva da cultura ocidental, passa a dispensar maior atenção à arte tradicional iraniana. Com as desapropriações por parte do governo iraniano de coleções particulares, o museu, na condição de depositário, vê crescer o seu acervo.[9]
Em 1994, a direção do museu negociou com um colecionador norte-americano a troca da pintura Mulher III de Willem de Kooning por um rara edição manuscrita e decorada com iluminuras do Épica dos Reis, datado do século XVI.[9] Em 2003, discutiu-se no Parlamento Iraniano a possibilidade de vender algumas das obras que, em função das restrições iconográficas islâmicas, não poderiam ser disponibilizadas ao público. A ideia foi rechaçada pelas autoridades religiosas, sob a justificativa de que “o que não pode ser exibido, não pode ser comercializado”. O acesso a tais obras é permitido a artistas, pesquisadores, profissionais e estudantes de arte.[11]
Em 1998, Alireza Sami Azar assumiu a direção do museu. Em sua gestão, estabeleceu um programa educacional permanente, com conferências e cursos relacionados às artes visuais, teorias estéticas e filosofia, e buscou integrar o museu ao circuito internacional, com empréstimo ocasional de algumas peças para figurar em exposições promovidas por instituições européias.[8][11][12] Em 2003, o museu apresentou parte da coleção permanente em uma mostra denominada Expressionismo Abstrato, com obras de Jackson Pollock, Franz Kline, Robert Motherwell, Hans Hartung e Pierre Soulages, entre outros.[11]
Em 2005, durante o mandato de Mohammad Khatami, o museu organizou a exposição Modern Art Movement, apontada por parte da imprensa como a primeira vez em que a coleção de arte foi integralmente exposta desde a Revolução Iraniana, em 1979. Por ocasião da exposição, alguns periódicos ocidentais publicaram matérias acusando o governo iraniano de promover censura à arte ocidental. As autoridades locais alegam que as restrições à exposição de obras ocidentais são devidas à falta de espaço expositivo no museu.[2][8][9]
O edifício-sede do museu foi idealizado pelo primo de Farah Pahlavi, Kamran Diba. Exemplar da arquitetura iraniana contemporânea, reúne elementos da tradição persa e soluções estruturais de inspiração brutalista. O edifício possui 5000 metros quadrados de área construída, divididos em três pavimentos. O espaço expositivo conta com nove galerias, três destinadas à coleção permanente e outras seis às exposições temporárias. Possui biblioteca, ateliê de fotografia, cafeteria e livraria.[4][13]
No centro da edificação, encontram-se quatro grandes estruturas na forma de semi-arcos verticais, aludindo às torres de vento (tradicional sistema de ventilação natural usado na arquitetura persa) que funcionam como clarabóias sobre o átrio. No centro do átrio, um pequeno espelho d'água retangular faz alusão ao howz, elemento comum da arquitetura pública e privada iraniana.[13][14]
Outros semi-arcos semelhantes são utilizados e sobre as galerias, acondicionadas em um grande retângulo de concreto. Uma rampa localizada sob as clarabóias interliga os pavimentos e dá acesso ao Pátio das Esculturas, uma área externa semi-coberta, anexa ao edifício e rodeada por um jardim com 7000 metros quadrados. Nesse espaço, são exibidas permanentemente esculturas do acervo: obras de René Magritte, Alberto Giacometti, Marino Marini, Max Ernst, Alexander Calder, Henry Moore e Max Bill, entre outros.[4][13]
O acervo do Museu de Arte Contemporânea de Teerã abriga uma das mais importantes coleções de arte ocidental do continente asiático, congregando pinturas, esculturas, desenhos, gravuras e fotografias, datados entre a segunda metade do século XIX e as últimas décadas do século XX, abrangendo os principais movimentos artísticos do período por meio de seus autores mais representativos.[2][9]
Do impressionismo, há obras de autoria de Claude Monet, Camille Pissarro, Pierre-Auguste Renoir, Mary Cassatt e Edgar Degas. As tendências pós-impressionistas e o fauvismo estão representados por Édouard Vuillard, Paul Gauguin, Vincent van Gogh, Toulouse-Lautrec, Kees van Dongen, Louis Valtat, André Derain e Henri Matisse.
Retratam a consolidação do modernismo, do cubismo à década de 1920, passando pelo futurismo, autores como Georges Braque, Pablo Picasso, Fernand Léger, Giorgio Morandi e Giacomo Balla. Edvard Munch, James Ensor, Paul Klee, Max Beckmann, Georges Rouault e Alberto Giacometti exemplificam o expressionismo.
Das tendências artísticas não-figurativas (construtivismo, neoplasticismo, abstracionismo, expressionismo abstrato, etc.), há obras de Wassily Kandinsky, František Kupka, Victor Vasarely, Adolph Gottlieb, Jackson Pollock, Jasper Johns, Mark Rothko e Willem de Kooning. Representando o surrealismo e o dadaísmo, estão Max Ernst, Marc Chagall, Salvador Dalí, René Magritte, Joan Miró, Marcel Duchamp, Man Ray, George Grosz. Outros expoentes da figuração moderna são Francis Bacon, Diego Rivera e Edward Hopper.
Há um numeroso conjunto de obras da pop art, onde estão presentes Robert Rauschenberg, Jasper Jones, Roy Lichtenstein, Claes Oldenburg, Andy Warhol, James Rosenquist e Jim Dine, entre outros.
Por fim, o museu conserva um amplo conjunto de obras de artistas contemporâneos iranianos, nomeadamente Noreen Motamed. Há também uma coleção de miniaturas persas, datadas a partir do século XVI.
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