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Mamífero Da Wikipédia, a enciclopédia livre
A mula[1] (quando fêmea) ou mulo[2] (quando macho), é um mamífero híbrido originário do cruzamento do burro com a égua ou da burra com o cavalo[3].
Em virtude do número irregular de cromossomas resultante desses cruzamentos, estes animais são, por via de regra, estéreis.[4]
Dada a sua robustez e adaptabilidade, a mula é um animal de montaria, tração e carga muito utilizado em todo o mundo, tendo sido utilizada, inclusive, em campanhas militares.
O animal recebe ainda várias denominações comuns: muar[5] ou até mesmo mu[6].
Regionalmente, no português do Brasil, também se pode designar o mulo como «burro[7]» (não confundir com o Equus asinus, que é a espécie mais comummente conhecida, por essa designação). [8]
O espécime resultante especificamente do cruzamento do cavalo com a burra, também pode ser conhecido como «bardoto»[9].[nota 1] ou «mulo asneiro»[10][11][12].
O temo «Mulo» proveio do étimo latino mulus, com o mesmo significado que encerra hoje.[13]
Por agrupar características apreciadas em ambas espécies de que provém (equinos e asinos), é um animal adaptado ao transporte de cargas, tendo sido muito utilizado até meados do século XX, principalmente em locais de topografia acidentada. É mais resistente a doenças e a fadiga que o cavalo.[14]
Devido ao fato de cavalos possuírem 64 cromossomas, e jumentos 62, resultando em 63 cromossomas, as mulas são quase sempre estéreis.[4] São raros os casos de mulas que deram à luz; com efeito, desde 1527, data em que os casos começaram a ser arquivados, apenas 60 deles foram registados.
A zootecnia argumenta desde o século XIX que sem bons progenitores não é possível obter boas mulas.[12] O maior híbrido do cruzamento entre equinos e asnos é a mula-poitvin da França, uma raça híbrida selecionada, originária do cruzamento de asnos-poitou com éguas-poitevin.
Em Portugal tornaram-se comuns os termos «mula eguariça»[11][10][15], para a mula resultante do cruzamento de égua com jumento e «mula asneira»[11][10][16] para a mula que procede de cavalo e jumenta, tendo esses termos sido amplamente usados na literatura de longa data, como se lê na publicação Revista de Portugal, de 1944:
Bestas muares eguariças e asneiras (...) há diferença determinada pela mãe, que é quem dá o nome: se é jumenta [cruzada com cavalo] a muar é asneira; se é égua [com jumento], é eguariça.[17]
No Brasil, por seu turno, costuma-se chamar o híbrido resultante do cruzamento de um jumento com uma égua de «mula» ou «burro», enquanto o cruzamento inverso, de um cavalo com uma jumenta, é chamado de «bardoto».[4][18] No segundo caso, os híbridos são sempre de menor tamanho, já que são das fêmeas que os filhotes herdam o tamanho.[14][11]
A diferenciação é importante, entre outros fatores, porque tais híbridos têm constituição sanguínea diferente, de acordo com o tipo de cruzamento.
(...) Assim nasceram os machos e mulas eguariços e asneiros. Desses dois híbridos, os eguariços são, sem a mínima dúvida, os mais bem-sucedidos. Com efeito, a mula eguariça herda da mãe a forte musculatura e a estatura elevada, mas o pai lega-lhe a resistência e a sobriedade. A mula suporta as maiores fadigas, é capaz de suportar intempéries que seriam fatais para o cavalo e é, ainda por cima, insensível às vertigens. A mula asneira é mais pequena e menos robusta. A mãe burra marcou-a, além disso, com o temperamento um tanto preguiçoso próprio da espécie.
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