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ilustradora botânica britânica. Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Alice Matilda Smith (Bombaim, 30 de julho de 1854 — Kew, 5 de janeiro de 1927) foi uma botânica e ilustradora, cuja obra principal, consistindo em mais de 2300 gravuras, foi publicada no Curtis's Botanical Magazine ao longo de mais de quarenta anos.[2][3] Foi o primeiro artista a retratar detalhadamente a flora da Nova Zelândia, a primeira artista oficial dos Jardins Botânicos Reais de Kew e a segunda mulher admitida como sócio da Sociedade Lineana de Londres.[4][5]
Matilda Smith | |
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Nascimento | 30 de julho de 1854 Bombaim |
Morte | 5 de janeiro de 1927 (72 anos) Kew |
Residência | Londres, Kew, Lewisham |
Sepultamento | Cemitério de Richmond |
Cidadania | Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda |
Ocupação | ilustrador botânico, botânica, ilustradora científica |
Prêmios |
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Empregador(a) | Royal Botanic Gardens, Kew, Board of Agriculture |
Obras destacadas | Curtis's Botanical Magazine, Report on the scientific results of the voyage of H.M.S. Challenger during the years 1873-76 under the command of Captain George S. Nares, R.N., F.R.S., and the late Captain Frank Tourle Thomson, R.N.: Botany. Volume 1, Illustrations of the New Zealand Flora |
Matilda Smith nasceu em Bombaim, Índia Britânica, em 30 de julho de 1854, mas sua família regressou a Inglaterra quando ela era ainda pequena.[4][6] Os seus interesses em botânica e arte botânica foram estimulados por seu primo segundo grau Joseph Dalton Hooker,[7][7] cuja filha Harriet Anne Hooker Thiselton-Dyer também se tornaria uma reputada ilustradora botânica.[6] Hooker era então diretor de Kew Gardens e um talentoso ilustrador por direito próprio, tendo trazido Smith para os Jardins para a treinar como ilustrador.[4][8][9][10]
Matilda Smith admirava especialmente o trabalho de Walter Hood Fitch, que era então o artista principal da revista Curtis's Botanical Magazine.[6] Apesar do seu treino artístico limitado, Hooker encorajou Matilda a mostrar os seus trabalhos à revista, que em 1878 publicou pela primeira vez um de seus desenhos.[6]
Em 1877 ocorreu uma disputa sobre o pagamento das ilustrações entre Fitch e Hooker, para quem Fitch preparava ilustrações para vários livros, que levou Fitch a deixar a revista Curtis's, onde desde longa data trabalhava e tinha publicado um enorme acervo de ilustrações. Como a Curtis's Botanical Magazine desde há larga data requeria um ilustrador a tempo inteiro, quando procuravam um candidato para subtituir Fitch, Joseph D. Hooker lembrou-se da sua prima segunda Matilda Smith, que foi por ele induzida a mudar de ilustradora botânica de Kew Gardens para a revista. Rapidamente aprendeu o ofício que o seu imediato predecessor havia descrito como «a análise de uma flor seca, de um exemplar de herbário, talvez muito pequena, carcomida e pegajosa, e que não tem analogia evidente com qualquer outra planta conhecida».
Matilda Smith tornou-se rapidamente no ilustrador chave na revista, inicialmente trabalhando ao lado de Harriet Anne Thiselton-Dyer.[4][11] No período de 1879 a 1881, cada edição incluía cerca de 20 dos seus desenhos, e em 1887 ela era quase a única ilustradora da revista.[4][7] Em 1898, passou a ser a única artista oficial da revista.[6] Ao longo dos mais de quarenta anos que medeiam entre 1878 e 1923, Smith desenhou mais de 2 300 ilustrações para a revista, no total apenas 600 a menos do que Fitch, embora tenha recebido muito menos reconhecimento por essa conquista em sua própria vida do que aquele.[4][8][9][12]
Esta falta de reconhecimento, em boa parte por ser mulher, ainda está refletido em obras de meados do século XX, como a do professor de arte Wilfrid Blunt, que no seu livro The Art of Botanical Illustration, a caracteriza como uma artista de habilidades inferiores, elogiando vagamente o seu charme, a sua ética de trabalho e a sua utilidade na criação de um registo de plantas de outra forma não retratadas.[13][14][15] Nesta análise, aquele crítico segue um padrão, percetível pela primeira vez na era vitoriana, de desvalorização progressiva da botânica e da arte botânica à medida que as mulheres entraram profissionalmente naquelas atividades.[16] Outros autores, porém, tanto agora quanto na própria época, admirearam a clareza e a precisão do seu traço, para além de que as suas quatro décadas de emprego no centro do mundo botânico britânico atestam o valor duradouro das suas habilidades.[8]
No decorrer da longa associação de Matilda Smith com os Kew Gardens, a artista criou mais de 1500 ilustrações para os volumes de Icones Plantarum, um levantamento monumental das plantas de Kew, editado por Hooker.[4] Começando com a ilustração n.º 1354, Smith foi a única artista desta série, com fundos garantidos para a manter naquela função pelo tempo que ela quisesse.[8]
Também realizou a reprodução de gravuras para a biblioteca da instituição, elaborando reproduções de placas ausentes em volumes incompletos existentes na Biblioteca de Kew. Foi também o primeiro artista botânico a retratar extensivamente a flora da Nova Zelândia.[4][8] Smith era especialmente admirada pela sua capacidade de criar ilustrações confiáveis a partir de plantas secas, achatadas e às vezes de espécimes imperfeitos.[4][6][8] As suas contribuições excecionais para Kew Gardens levaram a que fosse designada como a primeira artista botânica oficial de Kew Gardens em 1898.
Em 1921, no ano em que se aposentou de Kew, foi admitida como associada da Linnean Society of London, sendo a segunda mulher eleita sócia daquela instituição, que ao tempo tinha 25 sócios como o número máximo de memebros.[4][6] Em 1926 foi distinguida com a Medalha Memorial Veitch de Prata (Silver Veitch Memorial Medal) da Royal Horticultural Society pelo seu trabalho de desenho botânico em geral e pelas suas contribuições para o Curtis's Botanical Magazine em particular.[4][6]
Matilda Smith faleceu a 5 de janeiro de 1927 em Gloucester Road, Kew, e foi sepultada a 9 de janeiro no Richmond Cemetery.[6][10]
O seu apelido é o epónimo dos nomes genéricos: Smithiantha Kuntze[17] (Gesneriaceae); Smithiella Dunn[18] (Urticaceae). O Matilda Smith Memorial Prize, suportado pela Kew Guild, foi criado em sua memória e atribuído ao melhor aluno de trabalhos práticos que frequente a instituição.[10]
Entre outras, é autora das seguintes obras:
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