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Marco Cornélio Cetego (m. 196 a.C.; em latim: Marcus Cornelius Cethegus) foi um político da gente Cornélia da República Romana eleito cônsul em 204 a.C. com Públio Semprônio Tuditano.
Marco Cornélio Cetego | |
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Cônsul da República Romana | |
Consulado | 204 a.C. |
Morte | 196 a.C. |
Cetego aparece pela primeira vez como edil curul no final de 213 a.C,[1] quando, junto com seu colega e parente, Cipião Africano, organizou os jogos romanos que, apesar das escassas possibilidades financeiras do momento por causa da guerra, foi bastante dispendioso e acabou sendo renovado apenas por um dia.[2] Entre seus aliados, estava o quiliarca hispânico Merico, que já havia participado da conquista de Siracusa pelo cônsul Marco Cláudio Marcelo. Foi eleito pontífice entre 213 e 212 a.C.[3] e substituiu o pontífice máximo Lúcio Cornélio Lêntulo Caudino até a eleição do novo ocupante do cargo, Públio Licínio Crasso Dives.
Em 211 a.C., foi eleito pretor na Apúlia.[4] Com o retorno de Marcelo a Roma no final do verão daquele ano, coube a Cetego o encargo de fazer cumprir na Sicília as ordens do Senado: Soside, que havia traído Siracusa ao permitir que os romanos entrassem na cidade à noite, e a Merico, que havia rendido Naso e sua guarnição, foi concedida a cidadania romana e quinhentos acres de terra. Soside recebeu suas terras perto de Siracusa, antes pertencentes aos habitantes da cidade, além de uma casa na cidade, confiscada como espólio de guerra. Merico e os hispânicos que o acompanhavam recebeu uma cidade e todo o seu território na Sicília, escolhida entre as que haviam abandonado a aliança com os romanos. Finalmente Beligene, que convenceu Merico a desertar, recebeu 400 acres.[5]
Depois da partida de Marcelo, a frota cartaginesa desembarcou na Sicília 8 000 soldados e 3 000 cavaleiros númidas. As cidades de Murgência (moderna Morgantina) e Ergentium passaram para o lado cartaginês, seguidas depois por Ibla e Macela, além de outras cidades menores. Os númidas passaram a saquear e incendiar o território das cidades aliadas dos romanos, vagando por toda a Sicília. Na mesma época, o exército romano, indignado por não ter podido seguir Marcelo até Roma com Marcelo e proibido de invernar nas cidades, negligenciou suas funções militares a ponto de ficar a ponto de revolta se não recebesse rapidamente um comandante que pudesse retomar a iniciativa. Enfrentando todas as dificuldades, Cetego conseguiu acalmar os ânimos, punindo alguns e promovendo outros. No final, conseguiu retomar todas as cidades rebeladas, entregando Morgantina aos hispânicos, que, por decreto senatorial, tinham direito a uma cidade na Sicília.[6]
Cetego assumiu o comando da Sicília em 210 a.C. como propretor.[7] Lívio conta que Cetego reuniu um grande número de pessoas em Roma para protestar contra Marcelo, que era seu adversário, e imputar-lhe falsas acusações. Conta ainda que a guerra na Sicília ainda não havia acabado, sempre com o objetivo de desacreditar Marcelo, que demonstrou, porém, um grande auto-controle.[8] Quando o cônsul daquele ano, Marco Valério Levino, assumiu o comando da província da Sicília, o exército de Cetego foi debandado por ordem do Senado.[9]
Em 209 a.C., Cetego foi eleito censor[10] com Públio Semprônio Tuditano, apesar de nenhum deles ter sido cônsul antes. Durante seu mandato, os dois discordaram sobre qual senador deveria ser nomeado príncipe do senado. Tuditano tinha a palavra final e escolheu Fábio Máximo, enquanto Cetego preferia o censor mais velho ainda vivo, como era o costume, Tito Mânlio Torquato.[10] Este precedente permitiu que Roma rompesse com a tradição e, partir daí, o mais destacado senador seria escolhido o príncipe do senado, o que abriu caminho para o jovem Cipião Africano tornar-se príncipe no ano de seu censorado (199 a.C.).
Vale notar que estes dois jovens censores mantiveram-se no cargo durante todo o lustrum, coisa que não se cumpria desde o começo da Segunda Guerra Púnica devido à morte de algum dos censores (normalmente no transcurso de alguma batalha).
Em 204 a.C., foi eleito cônsul em 204 a.C. com Públio Semprônio Tuditano,[11] provavelmente para ajudar Cipião Africano, seu parente, que já estava na África. No ano seguinte, foi nomeado procônsul no norte da Itália, onde, em conjunto com o pretor Públio Quintílio Varo, consegue uma vitória contra Magão Barca, irmão de Aníbal, no território dos ínsubres, obrigando-o a retornar pelos Alpes até a Gália.
Morreu em 196 a.C. durante uma epidemia em Roma. Já era muito famoso por sua oratória, tanto que Ênio o descreveu como a "quintessência da persuasão" (em latim: suadae medulla) e Horácio o considerava uma autoridade no uso do latim.[12]
Cônsul da República Romana | ||
Precedido por: Públio Licínio Crasso Dives com Cipião Africano |
Marco Cornélio Cetego 204 a.C. |
Sucedido por: Cneu Servílio Cepião |
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