Loading AI tools
Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Marchinha de Carnaval é um gênero de música popular que foi predominante no Carnaval Brasileiro dos anos 20 aos anos 60 do século XX, altura em que começou a ser substituída pelo samba enredo em razão de que as escolas de samba não queriam pagar os altos preços cobrados pelas escolas públicas do Brasil e escolheram o carnaval como momento de fazer uma grande celebração.
A primeira marcha foi a composição de 1899 de Chiquinha Gonzaga, intitulada Ó Abre Alas, feita para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro.[1][2]
Um estilo musical importado para o Brasil, descende diretamente das marchas populares portuguesas, partilhando com elas o compasso binário das marchas militares, embora mais acelerado, melodias simples e vivas, e letras picantes, cheias de duplo sentido. Marchas portuguesas faziam grande sucesso no Brasil até 1920, destacando-se Vassourinha, em 1912, e A Baratinha, em 1917.[carece de fontes]
Inicialmente calmas e bucólicas, a partir da segunda década do século XX passaram a ter seu andamento acelerado, devido a influência da música comercial norte-americana da era jazz-bands, tendo como exemplo as marchinhas Eu vi e Zizinha, de 1926, ambas do pianista e compositor José Francisco de Freitas, o Freitinhas.[3]
A marchinha destinada expressamente ao carnaval brasileiro passou a ser produzida com regularidade no Rio de Janeiro, a partir de composições de 1920 como Pois não de Eduardo Souto e João da Praia[4], Ai amor de Freire Júnior e Ó pé de anjo de Sinhô[3], [carece de fontes] e atingiu o apogeu com intérpretes como Carmen Miranda, Emilinha Borba, Almirante, Mário Reis, Dalva de Oliveira, Silvio Caldas, Jorge Veiga e Blecaute, que interpretavam, ao longo dos meados do século XX, as composições de João de Barro, o Braguinha e Alberto Ribeiro, Noel Rosa, Ary Barroso e Lamartine Babo. O último grande compositor de marchinha foi João Roberto Kelly.
As marchinhas de carnaval tiveram seu auge nos anos 30, 40 e 50. Depois delas, muito foi produzido, pouco aproveitado. Dos anos 60 em diante, as marchinhas começaram a perder espaço para os sambas-enredo. As escolas de samba, agremiações de grandes sambistas, começavam a ditar quais eram os sucessos. Alguns compositores, como Chico Buarque, se arriscaram a escrever as suas marchinhas. Caetano Veloso também se arriscou, mas flertou com outro gênero, o frevo, que anima em Pernambuco, tal qual as marchinhas no Rio de Janeiro, a festa de carnaval. Mas ficou nisso.
Nos anos 80 algumas regravações chegaram a fazer sucesso, como Balancê, de João de Barro e Alberto Ribeiro – talvez a maior dupla de compositores de marchinhas - lançada por Gal Costa em 1980 e Sassaricando, de Luís Antônio, Jota Júnior e Oldemar Magalhães, gravada por Rita Lee para a trilha sonora da novela de mesmo nome; mas era muito pouco para um País que somente em 1952 produziu cerca de 400 músicas de carnaval, a maioria delas marchinhas alegres e divertidas.
Em 2011, a revista Veja elegeu as 10 melhores marchinhas de Carnaval de todos os tempos.[5] São elas:
# | Marchinha | Intérprete | Compositor(es) | Data de Composição |
---|---|---|---|---|
10 | Chiquita Bacana | Emilinha Borba | Alberto Ribeiro e Braguinha | 1948 |
9 | Maria Sapatão | Chacrinha | João Roberto Kelly | Década de 1950 |
8 | A Pipa do Vovô | Silvio Santos | Manoel Ferreira e Ruth Amaral | Década de 1980 |
7 | Aurora | Joel e Gaúcho | Mario Lago e Roberto Roberti | 1941 |
6 | Me Dá Um Dinheiro Aí | Moacyr Franco | Ivan Ferreira, Homero Ferreira e Glauco Ferreira | 1959 |
5 | Saca Rolha | Zé da Zilda | Zé da Zilda, Zilda do Zé e Waldir Machado | 1954 |
4 | Ó Abre Alas | Chiquinha Gonzaga | Chiquinha Gonzaga | 1889 |
3 | O Teu Cabelo Não Nega | Lamartine Babo | 1932 | |
2 | Mamãe Eu Quero | Carmen Miranda | Jararaca e Vicente Paiva | 1939 |
1 | Turma do Funil | Vocalistas Tropicais | Mirabeau, M de Oliveira e Urgel de Castro | 1956 |
Marchinha "Gosto, mas não é muito", composta por Ismael Silva e Francisco Alves. Gravação de 1933 por Francisco Alves.
|
|
Problemas para escutar este arquivo? Veja a ajuda. |
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.