Manuel Pinto da Fonseca
Sextuagésimo oitavo Príncipe e Grão-mestre da Ordem de São João Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Manuel Pinto da Fonseca (Lamego, 24 de maio de 1681 – Valeta, Malta, Malta, 23 de janeiro de 1773), D. Frei, foi o 68.º Grão-Mestre da Ordem dos Hospitalários de 1741 até 1773. Foi o primeiro a criar e a usar o título de Sua Alteza Eminentíssima.[1]
Manuel Pinto da Fonseca | |
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Manuel Pinto da Fonseca (1681-1773), pintat per Pierre Bernard | |
Nascimento | 24 de maio de 1681 Lamego |
Morte | 23 de janeiro de 1773 Valeta |
Cidadania | Reino de Portugal |
Ocupação | monge guerreiro, hospitaleiro |
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Religião | catolicismo |
Biografia
D. Frei Manuel Pinto da Fonseca era filho de Miguel Álvaro Pinto da Fonseca, Alcaide-Mor do Castelo de Ranhados, Capitão-Mor de Lamego, Senhor da Quinta dos Cedros, em Santa Marta de Penaguião, etc, e de sua mulher Ana Pinto Teixeira, neto paterno de Álvaro Pinto da Fonseca, Alcaide-Mor do Castelo de Ranhados, nascido em Medrões a 21 de Outubro de 1619, onde foi baptizado a 29 desse mês e ano tendo por Padrinho Pedro Guedes, Meirinho de Lamego, e de sua mulher Ana Pereira Coutinho e neto materno de Gonçalo Teixeira Pinto e de sua mulher Maria Tinoco de Faria.[carece de fontes] Foi o quarto grão-mestre da Ordem dos Hospitalários português.
Administração da Ordem de Malta
Resumir
Perspectiva
Eleito Grão-Mestre em 18 de janeiro de 1741, durante a sua administração, criou ainda muitos novos títulos nobiliárquicos, acção que contrariou grande parte da velha nobreza de Malta, além de impor impostos injustos à população. Para mais, ele ofendera o clero com a decisão não só de fechar o Colégio Jesuíta Melitense como, em 1768, expulsou os próprios Jesuítas de Malta.[2] Tais factos contribuíram para que fizesse muitos inimigos e não fosse, de facto, muito popular, incorrendo mesmo no ódio dos cavaleiros mais velhos que já esperavam que morresse para lhe poderem suceder.
Não obstante, um acontecimento relevante deu-se em 1749; um dos seus guarda-costas, Cassar, refusou-se a aderir à revolta organizada por Mustafa Paxá para iniciar uma sublevação entre os escravos muçulmanos da ilha. A sua recusa suscitou a atenção do Grão-Mestre que suprime a revolta. Curiosamente, este evento é celebrado, por tradição, como festividade de estado todos os anos a 29 de junho.
Por outro lado, em 1764, Pinto da Fonseca negoceia com Frederico o Grande da Prússia a reunificação do Bailio Protestante de Brandenburgo com a Ordem de Malta, mas o Papa Clemente XIII não admitiria a admissão de elementos que via como heréticos no seio de uma organização Católica Romanana; assim, o acordo esfumar-se-ia.[3] Foi, ainda, amigo do alquimista Cagliostro.
Teve um filho ilegítimo de Rosenda Paulichi, filha de Alberigo Paulichi e de sua mulher Patronilla Ramuzetta; ao pequeno, um rapaz, foi posto o nome de José António Pinto da Fonseca e Vilhena, e casou com a sua prima direita Maria Inácia Pinto da Fonseca de Sousa Teixeira e Vilhena, filha ilegítima de Francisco Vaz Pinto (seu pai) e de Clara Cerqueira.
Obras
No entanto, Manuel Pinto da Fonseca amou a cidade de La Valetta. Completou o Albergue de Castela, uma das construções mais importantes da capital, que tinha sido iniciada em 1574 pelo Grão-Mestre Jean de la Cassière. Na sua fachada ainda se encontra hoje em dia, um busto que o evoca. Actualmente, no Albergue encontra-se o gabinete do Primeiro-Ministro. Fez ainda numerosas doações à Igreja Conventual de S. João e construiu muitas lojas na Marina, que ainda hoje possui o seu nome.
Quando morreu, Manuel Pinto da Fonseca foi sepultado num monumento funerário no qual o seu retrato foi realizado em mosaico; hodiernamente este é ainda uma das mais importantes atracções turísticas da ilha.
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Qormi
A 25 de maio de 1743 deu o nome à cidade de Qormi que goza de um status particular (foi denominada Città Pinto). O seu brasão de armas pessoal é caracterizado por cinco crescentes vermelhos, simbolizando o número de otomanos que tinha vencido com a própria espada de uma só vez, durante a revolta. De facto, a cidade de Qormi adoptou este escudo para si mesma, como brasão, que, ainda hoje pertence à família Pinto.
Notas
- PINHO, António Brandão de (2017). A Cruz da Ordem de Malta nos Brasões Autárquicos Portugueses. Lisboa: Chiado Editora. 426 páginas. Consultado em 28 de agosto de 2017
- vd. Birgit Borowski, Reinhard Strüber: Malta. Baedeker, 2008.
- Robert M. Clark, Jr., The Evangelical Knights of Saint John: A History of the Bailiwick of Brandenburg of the Knightly Order of St. John of the Hospital at Jerusalem, Known as the Johanniter Order; Dallas, Texas: 2003; pages 18-25. Guy Stair Sainty, The Orders of Saint John: The History, Structure, Membership and Modern Role of the Five Hospitaller Orders of Saint John of Jerusalem; New York: The American Society of the Most Venerable Order of the Hospital of Saint John in Jerusalem, 1991; pages 86, 89-90.
Ligações externas
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