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governador colonial português, fundador de Colônia de Sacramento Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Manuel Lobo ou Manuel Lobo de Alcáçova (Verdelha, 19 de fevereiro de 1635 - Buenos Aires, 7 de janeiro de 1683) foi um militar português que atuou na Guerra da Restauração de Portugal (1640-1668) e foi governador da capitania do Rio de Janeiro a partir de 1679. Em 1680 fundou a Colônia do Sacramento, povoação atualmente localizada no Uruguai.
Manuel Lobo
Fundador de Colônia do Sacramento | |
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A Colônia do Sacramento, fundada por Manuel Lobo no ano de 1680 | |
Nascimento | 19 de fevereiro de 1635 Verdelha do Ruivo, Portugal |
Morte | 7 de janeiro de 1683 (48 anos) Buenos Aires |
Nacionalidade | Portuguesa |
Ocupação | Militar, Fidalgo, Político |
Manuel Lobo nasceu em 1635 na aldeia de Verdelha do Ruivo, freguesia de Vialonga de Vila Franca de Xira, em Portugal.[1] Seus pais, de nobre linhagem, eram João da Costa Fogaça de Sá e Maria de Menezes. O apelido "Lobo" foi derivado de seu avô materno, D. Manuel Lobo de Alcáçova Carneiro, da casa dos Alcaides de Campo Maior.[2][3]
Em 1652, aos 17 anos, no contexto da Guerra da Restauração (1640-1668), Manuel Lobo entrou para o exército como soldado de infantaria.[4] Participou da retomada de Mourão (outubro de 1657) e teve destacada atuação na tomada do Forte de São Miguel, durante o Cerco de Badajoz (julho de 1658).[5] Em 1659 participou na Batalha das Linhas de Elvas.[6] Os feitos de armas de Manuel Lobo valeram-lhe uma comenda da Ordem de Cristo e uma soma de 120 ducados anuais, como consta numa resolução real datada de 9 de Agosto de 1663.[7] Também participou da Batalha do Ameixial (Junho de 1663) e na Batalha de Montes Claros (Junho de 1665)[8] e exerceu o cargo de comissário geral da cavalaria do Alentejo.[9]
Manuel Lobo, já com patente de general, foi nomeado governador da Capitania do Rio de Janeiro pelo Príncipe Regente Pedro II de Portugal, como consta numa resolução datada de 8 de Outubro de 1678, por um período de três anos, como sucessor de Matias da Cunha.[10] A nomeação fora uma premiação pela atuação de Manuel Lobo na guerra da Restauração.[9] Um outro documento real, de 18 de Novembro de 1678, contém detalhadas instruções para que o novo governador dê início à colonização da parte sul do Brasil colônia, na região do Rio da Prata, logo depois de tomar posse da capitania.[10]
O novo governador chegou ao Rio de Janeiro em 9 de Maio de 1679, e imediatamente iniciou os preparativos para a viagem ao sul, recrutando voluntários para a expedição e juntando mantimentos e barcos. Ao partir, deixou João Tavares Roldão no cargo de governador interino.[11]
A expedição colonizadora era de variada composição. Os regimentos militares consistiam em três companhias de infantaria de 50 homens cada uma, sob o comando dos capitães João Lopes da Silveira, Manuel de Aquila Elgueta e Simão Farto de Brito. Havia ainda um regimento de cavalaria comandada pelo capitão Manuel Galvão, que na prática era o segundo de Manuel Lobo.[11] Galvão era o único branco que levava sua esposa, Joana. A artilharia, cujo capitão era António Velho, levava 18 peças de artilharia em total.[11] Outros personagens importantes eram Francisco Naper de Lencastre, que viria a ser governador de Colônia, e o capelão António Durão da Mota. Também acompanhavam a expedição dois jesuítas, artesãos (carpinteiros, pedreiros), índios e 60 escravos negros.[11]
Do Rio de Janeiro, Manuel Lobo zarpou com três barcos para São Vicente, onde tentou juntar mais recursos e pessoal. Lá uniram-se à expedição dois barcos mais, de forma que a frota em total era composta por cinco barcos. A nave principal - a Santa Veríssima - tinha 30 canhões e era comandada pelo capitão António Fernandes Poderoso.[11] Com os que embarcaram em São Vicente, a expedição tinha um total de 400 pessoas, aproximadamente.[11]
Nos termos de uma provisão de 12 de Novembro de 1679, as capitanias do sul voltaram a depender da jurisdição do Rio de Janeiro, novamente autónoma em relação à Bahia[12] (esta situação havia sido revogada em 1663).
A partir de 1679 o Rio pôde assim servir de base para as expedições que fundaram a Colónia do Sacramento, às margens do Rio da Prata, no atual Uruguai, durante o Governo de Manuel Lobo, que governou a cidade entre 1679 e 1680.
O Conselho Ultramarino encarregou D. Manuel Lobo de construir uma fortaleza na Ilha de São Gabriel, em frente à costa norte do estuário do Rio da Prata e depois em terra firme, para servir de apoio ao comércio com Potosí, região das Minas de Prata. A fortaleza estava exposta à rivalidade com a província espanhola do Rio da Prata, a algumas horas de travessia das tropas de Buenos Aires. Esta região seria por muitos anos motivo de confronto militar e diplomático entre os dois países ibéricos.
A 9 de maio de 1678 D. Manuel Lobo tomou posse no Rio de Janeiro do cargo de governador geral das capitanias do Sul. Varnhagen, porém, diz que foi nomeado a 12 de agosto de 1678 e tomou posse em maio de 1679.
No dia 1 de janeiro de 1680 Manuel Lobo iniciou a fundação da nova colónia no rio da Prata e criou o ponto mais sensível e de maior atrito entre as duas metrópoles ibéricas, com imediata reação de Buenos Aires - já em 7 de agosto. A 20 de Janeiro Manuel Lobo, com sua esquadra, lançou âncora no rio da Prata perto de San Gabriel e tomou posse do território para ali edificar um forte. A 25 de fevereiro de 1680, Manuel Lobo escreveu à câmara de São Paulo, participa a feliz chegada, agradece auxílio e pede socorro de mantimentos, pois lhe faltam víveres.
A 7 de agosto, porém, não pôde resistir a um ataque de uma importante esquadra espanhola, com forças militares compostas por 300 soldados espanhóis e 3000 índios guaranis.[13] Uma derrota vivamente ressentida por Portugal, que logo encetou negociações diplomáticas com a Espanha e a Santa Sé, vendo-se confirmar mais tarde seu direito ao Sacramento.
Manuel Lobo faleceria 3 anos depois desta derrota, como prisioneiro de guerra, em Buenos Aires.[13]
A cidade de Colônia do Sacramento deu o nome de Manuel Lobo a uma rua.[14]
8. Fernão Nunes da Costa, Tesoureiro-mór da Casa de Ceuta | |||||||||||||
4. Gonçalo Serrão da Costa, Tesoureiro-mór da Casa de Ceuta | |||||||||||||
9. Violante Serrão Perestrelo | |||||||||||||
2. João da Costa Fogaça | |||||||||||||
10. Manuel de Sousa Cid | |||||||||||||
5. Violante de Eça | |||||||||||||
11. Luísa de Castro | |||||||||||||
1. Manuel Lobo | |||||||||||||
12. D. António de Alcáçova Carneiro, Alcaide-mór de Campo Maior e Ouguela | |||||||||||||
6. D. Manuel Lobo Carneiro | |||||||||||||
13. D. Maria de Noronha e Silva | |||||||||||||
3. D. Mariana de Menezes | |||||||||||||
14. Jerónimo de Brito | |||||||||||||
7. Catarina de Távora | |||||||||||||
15. Teresa de Sande | |||||||||||||
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