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método de alfabetização de adultos Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O método Paulo Freire consiste numa proposta para a alfabetização de adultos que se caracteriza pelo reduzido tempo em que se atingem os resultados,[1] pelo uso de palavras próximas à realidade social dos alunos e pelo reduzido número de palavras geradoras (palavras usadas como base para se aprenderem os fonemas, as sílabas, e outras palavras.)[2]
O método enfatiza o poder transformador da palavra. Para Freire, ela deve ser usada para transformar a realidade, e não deve ser inócua ou supostamente "neutra".[2] Por essa razão, Freire criticava o sistema tradicional de alfabetização, que utilizava a cartilha como ferramenta central da didática para o ensino da leitura e da escrita. As cartilhas ensinavam pelo método da repetição de palavras soltas ou de frases criadas de forma forçosa, o que, comumente, se denomina como "linguagem de cartilha": por exemplo, Eva viu a uva, o boi baba, a ave voa, dentre outros.
O método foi desenvolvido enquanto Paulo Freire era diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade do Recife, adotando-o com um grupo de teste na cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte. Nessa localidade, alfabetizou 300 cortadores de cana-de-açúcar em apenas 45 dias, isso porque o processo se deu em apenas quarenta horas de aula e sem cartilha.[3]
Para Paulo Freire, a problematização é a parte do processo da alfabetização de adultos na qual os educandos são levados a desenvolver a consciência crítica acerca dos problemas sociais no ambiente em que vive. "Enquanto a concepção “bancária” [isto é, a educação bancária] serve ao sistema excludente capitalista, mantendo uma contradição entre professor e aluno, a concepção problematizadora, serve à libertação, realizando a superação, e reafirmando a dialogicidade como essência no cenário educativo"[4]
Freire propõe a aplicação de seu método nas cinco fases seguintes:[5]
Freire aplicou publicamente seu método pela primeira vez no Centro de Cultura Dona Olegarinha, um círculo de cultura do Movimento de Cultura Popular no Recife. Foi aplicado inicialmente a cinco alunos, dos quais três aprenderam a ler e escrever em 30 horas e outros dois desistiram antes de concluir. Baseado na experiência de Angicos, em janeiro de 1963, onde em 45 dias, alfabetizaram-se 300 trabalhadores, João Goulart, presidente do Brasil na época, chamou Paulo Freire para organizar o Plano Nacional de Alfabetização. Este plano, iniciado em janeiro de 1964, tinha como objetivo alfabetizar 2 milhões de pessoas em 20 000 círculos de cultura, e já contava com a participação da comunidade - só no estado da Guanabara, se inscreveram 6 000 pessoas. Mas, com o Golpe de Estado no Brasil em 1964, em abril, esse projeto foi abortado. Em seu lugar, surgiu o Movimento Brasileiro de Alfabetização, igualmente uma iniciativa para a alfabetização, porém distinta do método freiriano.
A implementação do método Paulo Freire concorreu com programas como o de Frank Laubach.[6]
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