Loading AI tools
Da Wikipédia, a enciclopédia livre
As licopodiáceas (Lycopodiaceae) são uma família de plantas vasculares, em grande parte epífitas, com caules e raízes com ramificação dicotómica, pertencentes à classe Lycopodiopsida. São plantas cosmopolitas, encontradas predominantemente em ambientes tropicais montanos e raramente em ambientes áridos. Não possuem grande importância económica e os seus esporos têm sido utilizados na indústria de lubrificantes e em pirotecnia.[1] São a única família extante da ordem Lycopodiales e em conjunto com as Isoetales e Selaginellales constituem os únicos representas das linhagens de Lycopodiophytina que em tempo dominaram o mundo vegetal. O registo fóssil mais antigo que se conhece data de há cerca de 420 milhões de anos (de Ludlow, Silúrico) da Austrália.[2]
Lycopodiaceae | |||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Classificação científica | |||||||||||||||
| |||||||||||||||
Géneros | |||||||||||||||
Estas plantas possuem ramificação dicotômica tanto caulinar como radicular, em geral são de tamanho reduzido, podendo variar de 5 a 20 centímetros de altura, com exceção de algumas espécies epífitas que chegam a ter 2 metros de comprimento. Suas folhas são simples e com nervura não ramificada, variando de 0,2 a 2 centímetros de comprimento e com características diversas, podendo ter formato de escamas ou formar uma camada recobrindo o caule denominada microfilo.[1]
Os esporos são deiscentes por fenda transversal e parcialmente reniformes.[1] Geralmente estão presentes na região axilar ou na base dos esporofilos.[3]
As espécies da família Lycopodiaceae possuem esporângios homosporados, ou seja, que apresentam um único tipo de esporos, estes podem ser solitários e localizados na axila foliar, ou distribuídos na base foliar.[1] Após sua dispersão, o esporo germina dando origem a um gametófito bissexuado do qual o esporófito é totalmente dependente, onde este só morre quando o esporófito está em condições ideais para se estabelecer no ambiente.[1]
Com cerca de 450 espécies, a classificação de Lycopodiaceae se mostra ainda incerta, porém, o uso de análises moleculares tem permitido o desenvolvimento da mesma. Atualmente é aceita sua divisão em três gêneros, sendo estes Lycopodium e Lycopodiella em conjunto formando um clado, e um clado irmão deste formado pelo gênero Huperzia. Entretanto, em alguns estudos é atribuído ainda um quarto gênero, Phylloglossum, que consiste em uma única espécie característica das regiões da Austrália, Tasmânia e Nova Zelândia.[1]
Inicialmente foi relacionada ao grupo das samambaias em conjunto com as famílias Isoetaceae e Selaginellaceae, porém, análises moleculares mostraram que representa um grupo monofilético de plantas vasculares microfífilas e sem sementes, apresentando relação discreta com as samambaias megafilosas.[4]
Lycopodiaceae é considerada uma família antiga, porém, possui muitas espécies relativamente recentes. Acredita-se que o epifitismo em espécies ancestrais do gênero Huperzia foi favorecido pelo surgimento de ambientes de sub-bosque criados devido à formação de florestas latifoliadas. Além disso, as reversões da evolução do hábito terrestre em ambientes tropicais montanos pode ter ocorrido em resposta à formação dos Andes.[1]
As Lycopodiales são uma ordem da classe Lycopodiopsida das plantas vasculares. São consideradas um grupo basal no contexto das plantas vasculares, isto é, as Monilophyta (fetos ou samambaias) estão mais intimamente relacionadas com as plantas com semente (Spermatophyta) do que com as Lycopodiales.
Nas Lycopodiophyta, estudos genéticos mostraram que as Lycopodiales são o grupo basal. O cladograma que se segue mostra as relações dentro das Lycopodiales extantes:[5][6]
Lycopodiophyta |
| ||||||||||||
A família integra 4 géneros e de 380 a 400 espécies.
O género fóssil Lycopodites, do Devoniano Superior, já era morfologicamente muito semelhante aos actuais representantes da linhagem. A família permaneceu relativamente inalterada durante cerca de 300 milhões de anos. A maior parte da diversidade, no entanto, surgiu apenas em tempos geologicamente recentes, pois a maioria das espécies de Huperzia vive nos trópicos como epífitas em árvores, o que é considerado uma adaptação relativamente jovem.[8]
O género Huperzia, na sua antiga circunscrição taxonómica, é um táxon parafilético, enquanto Lycopodium e Lycopodiella são monofiléticos. A relação entre esses taxa é a que consta do seguinte cladograma:[8]
| |||||||||||||||||||||||||
O cladograma que se segue apresenta a estrutura e enquadramento filogenético do agrupamento:
Lycopodiophyta |
| ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Agrupa a todos os membros extantes da divisão Lycophyta, um grupo antigo e basal de plantas vasculares. O termo Lycopodiidae pertence à categoria taxonómica de subclasse na moderna classificação de Christenhusz et al. 2011,[9][10][11] sendo nesse sistema o único táxon do grupo que contém representantes vivos. A subclasse é dividida em três ordens:
Clasificação e números de família atribuídos segundo o sistema de Christenhusz et al. 2011,[9][10][11] baseada en Smith et al. 2006,[12] 2008;[13] que provee una secuencia lineal de las licofitas y monilofitas.
Esta família não é endêmica do Brasil, mas se distribui amplamente por grande parte do território do país, principalmente nas regiões Sul e Sudeste,[14] sendo reconhecida a existência de 62 espécies confirmadas dispersas ao longo do território, com exceção de Sergipe e Rio Grande do Norte, onde sua presença ainda não possui confirmação oficial.[3] No território brasileiro, encontram-se espécies representantes das subfamílias Huperzioideae, Lycopodioideae e Lycopodielloideae.[4]
No Brasil ocorrem os seguintes géneros e espécies:[3]
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.