Luís Norton Barreto Murat (Itaguaí, 4 de maio de 1861Rio de Janeiro, 3 de julho de 1929) foi um jornalista, poeta, filósofo e político brasileiro. Foi o fundador da cadeira 1 da Academia Brasileira de Letras.

Factos rápidos
Luís Murat
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Luís Murat
Nascimento 4 de maio de 1861
Itaguaí, Rio de Janeiro
Morte 3 de julho de 1929 (68 anos)
Rio de Janeiro, Distrito Federal
Nacionalidade brasileiro
Cidadania Brasil
Ocupação jornalista, poeta, filósofo e político
Movimento literário Parnasianismo
Simbolismo
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Biografia

Foi batizado em 4 de maio de 1862 na igreja do distrito de São José da Cacaria, em Piraí. Filho do Dr. Thomas Norton Murat, de ascendência inglesa e francesa,[1] e Antonina Barreto Murat. Seus padrinhos foram Luís Murat e Maria Norton Murat. Este assento se encontra nas folhas 70 e 71 do livro 1 de batismo da Matriz de São José da Cacaria.

Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo em 17 de março de 1886. Sua estreia literária deu-se em São Paulo, em 1879, no Ensaio Literário, órgão do clube literário Curso Anexo, redigido por ele e outros colegas.[2] Mudou-se para o Rio de Janeiro e abraçou o jornalismo, e seus artigos captavam as atenções gerais. Publicou seu primeiro livro de poesias, Quatro Poemas, em 1885. Fundou o jornal Vida Moderna (10 julho de 1886 a 25 junho de 1887) com Artur Azevedo, em que colaboravam também Araripe Júnior, Xisto Bahia, Coelho Neto, Alcindo Guanabara, Guimarães Passos e Raul Pompeia, dentre outros. Depois contribuiu para a Cidade do Rio, de José do Patrocínio, e em A Rua, com Olavo Bilac e Raul Pompéia, além outros jornais cariocas. Usava eventualmente pseudônimo Franklin. Jornalista combativo, teve participação significativa nas campanhas em prol da Abolição e pelo advento da República.[2]

Em janeiro de 1890, publicou o poema dramático A Última Noite de Tiradentes, em folhetim, na Gazeta de Notícias. No mesmo ano, foi eleito deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro, aos 29 anos de idade, e atravessou várias legislaturas. Foi também secretário geral do governo fluminense e escrivão vitalício da provedoria da cidade, que era então Capital Federal. Demonstrou oposição a Floriano Peixoto, recebendo ordem de prisão, mas os privilégios parlamentares o pouparam. Começou a escrever, então, para o jornal O Combate, atacando veementemente o presidente.[2]

Na Revolta da Armada, em setembro de 1893, participava da redação do jornal Cidade do Rio, que publicou o manifesto do Almirante Custódio José de Melo.[3] Esteve ao lado dos revoltosos na esquadra e foi preso. No Paraná, foi julgado e unanimemente absolvido.[2]

Poeta romântico, liga-se por cronologia à geração parnasiana, sendo suas manifestações como poeta difusas e pouco claras. Sofreu influências dos românticos Victor Hugo e Théophile Gautier, evidenciados na tendência para as imagens fulgurantes e para a exaltação verbal, e dos poetas nórdicos, ao expressar certas notas profundas, obscuridades e uma atmosfera de espiritualismo. Como poeta, era culto e investigador, e "fez a poesia sem parecer preocupado em filiar-se a uma escola".[2] Encontra-se colaboração da sua autoria no semanário Branco e Negro (1896-1898).[4]

Dentre seus descendentes, são atualmente conhecidos: a cineasta Lúcia Murat, sua sobrinha bisneta; seu sobrinho neto, o escritor, político e jurista Raphael Murat; e seus bisnetos, o escritor e dramaturgo Rodrigo Murat e o escritor e professor Fernando Murat.

Obras

  • Quatro Poemas (1885).
  • A Última Noite de Tiradentes, poema dramático (1890).
  • Ondas - 1a série, poesias (1890).
  • Poesias (1892).
  • Ondas - 2a série (1895).
  • Sarah, poema (1902).
  • Ondas - 3a série (1910).
  • Poesias Escolhidas (1917).
  • Ritmos e Ideias, poesia (1920).

Academia Brasileira de Letras

Foi o fundador da Cadeira 1 da Academia Brasileira de Letras. Recebeu o acadêmico Humberto de Campos.

Referências

  1. 'E. Taunay, Afonso. «Discurso de posse de Afonso d'E. Taunay». ABL (Academia Brasileira de Letras). Consultado em 18 de abril de 2022
  2. «Luís Murat | Academia Brasileira de Letras». Academia Brasileira de Letras. Consultado em 22 de janeiro de 2017
  3. Um "monarquista da gema" no governo Floriano Peixoto": Francisco Correa Vasques, a imprensa e o teatro nos anos iniciais da república. Por Silvia Cristina Martins de Souza. ANPUH – XXIII Simpósio Nacional de História. Londrina, 2005
  4. Rita Correia (1 de Fevereiro de 2012). «Ficha histórica: Branco e Negro : semanario illustrado (1896-1898)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 21 de Janeiro de 2015

Ligações externas

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