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Rei da França e Navarra (1830–1848) Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Luís Filipe I (Paris, 6 de outubro de 1773 – Surrey, 26 de agosto de 1850), apelidado de "o Rei Cidadão" e "o Rei Burguês", foi Rei dos Franceses de 1830 até sua abdicação em 1848. Seu pai era Luís Filipe, Duque de Orleães, que havia apoiado a Revolução Francesa e mesmo assim acabou guilhotinado durante o Período do Terror. Luís Filipe foi declarado rei em 1830 depois de Carlos X ter sido forçado a abdicar.
Luís Filipe I | |
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Rei dos Franceses | |
Reinado | 9 de agosto de 1830 a 24 de fevereiro de 1848 |
Proclamação | 9 de agosto de 1830 |
Antecessor(a) | Carlos X |
Sucessor(a) | Monarquia abolida (Napoleão III como Imperador) |
Nascimento | 6 de outubro de 1773 |
Paris, França | |
Morte | 26 de agosto de 1850 (76 anos) |
Claremont House, Surrey, Inglaterra | |
Sepultado em | Capela Real, Dreux, França |
Nome completo | Louis Philippe d'Orléans |
Esposa | Maria Amélia das Duas Sicílias |
Descendência | Fernando Filipe, Duque de Orleães Luísa Maria de Orleães Maria de Orleães Luís, Duque de Némours Francisca de Orleães Clementina de Orleães Francisco, Príncipe de Joinville Carlos, Duque de Penthièvre Henrique, Duque de Aumale Antônio, Duque de Montpensier |
Casa | Orleães |
Pai | Luís Filipe II, Duque de Orleães |
Mãe | Luísa Maria Adelaide de Bourbon |
Religião | Catolicismo |
Assinatura |
Durando seu reinado, a França foi dominada por ricos burgueses e vários ex-oficiais napoleônicos. Ele seguiu políticas conservadoras a partir de 1840, especialmente sob a influência de François Guizot. Luís Filipe promoveu uma amizade com o Reino Unido e apoiou uma expansão colonial, notavelmente a Conquista francesa da Argélia. Sua popularidade diminuiu e ele foi forçado a abdicar em fevereiro de 1848, vivendo o resto de sua vida em exílio no Reino Unido.
Nascido no dia 6 de outubro de 1773 em Paris, Luís Filipe era o filho primogénito de Luís Filipe II, Duque de Orleães, apelidado de "Filipe Igualdade" (Philippe Égalité), e guilhotinado durante o Período do Terror na Revolução Francesa. Pertencia à Casa de Orleães, do ramo cadete da Casa de Bourbon, francesa. Sua mãe, Luísa Maria Adelaide de Bourbon, era uma herdeira extremamente rica que descendia do rei Luís XIV de França através de uma linhagem legitimada.
A educação de Luís Filipe foi confiada a condessa de Genlis, que incutiu nele uma predileção pelo pensamento liberal e iluminista. Quando o avô de Luís Filipe morreu em 1785, seu pai o sucedeu como Duque de Orleães e Luís Filipe sucedeu seu pai como duque de Chartres.
Luís Filipe pronunciou-se a favor dos ideais revolucionários de 1789, e, em 1790, uniu-se aos radicais nas fileiras jacobinos. Ao completar dezoito anos, obteve nomeação de coronel do exército da revolução. No período em que a França enfrentou o Sacro Império Romano Germânico no ano de 1792, Luís Filipe fez parte das fileiras que eram comandadas por Charles François Dumouriez, participando das batalhas de Jemappes e de Valmy. Porém, Luís Filipe acabou aliando-se aos inimigos e, por este motivo, foi acusado de conspirar contra seu país, tendo que se refugiar na Suíça e viver com uma falsa identidade para não ser reconhecido.
Fora de seu país de origem, viveu de forma precária e, para sobreviver, arrumou emprego como professor em uma escola de Reichenau. Em 1793 o pai de Luís Filipe é executado e ele herda do título de Duque de Orleães, o que fortalece suas ambições dinásticas. Muda-se para os Estados Unidos, onde vive dois anos, e depois vai morar no Reino Unido. Entre os anos de 1804 e 1814, durante o Período Napoleônico, Luís Filipe reconcilia o ramo de sua família com Luís XVIII, rei francês que havia sido exilado. No ano de 1809, muda-se para a Sicília e desposa Maria Amélia das Duas Sicílias, filha do rei Fernando I das Duas Sicílias.
Quando Luís XVIII foi reconduzido ao trono, em 1814, Luís Filipe regressou à França, onde recuperou algumas propriedades e aderiu à oposição liberal. No mês de julho de 1830 ocorreu uma rebelião que derrubou a nova monarquia. Depois de uma revisão da constituição, Luís Filipe é proclamado rei através da Assembleia Nacional Francesa e obtém apoio da alta burguesia. Considerado como uma monarquia constitucional, seu reinado favoreceu a burguesia em um período em que a nação francesa iniciava um processo de Revolução Industrial.
Seu reinado representa a idade de ouro da burguesia francesa, anos em que triunfaram os princípios liberais e nacionalistas. Mas a aparência democrática do novo governo desapareceu progressivamente e o regime foi endurecendo a fim de reprimir a oposição republicana e o crescente mal-estar das classes operárias. Inicialmente, governou de forma despretensiosa, evitando a pompa e os gastos extravagantes de seus predecessores reais. Apesar dessa aparência externa de simplicidade, seu apoio veio da burguesia rica. No início, ele era muito amado e chamado de "Rei Cidadão" e "monarca burguês", mas sua popularidade sofreu, pois seu governo foi percebido como cada vez mais conservador e monárquico.[1]
Enfrentou várias rebeliões favoráveis à volta dos Bourbons e dos republicanos, inclusive bonapartistas liderados pelo futuro Napoleão III. Devido aos vários atentados contra sua vida, teve de aplicar medidas severas e restritivas das liberdades. A industrialização e o crescimento urbano deram novas características ao movimento republicano, e a crise econômica de 1846 precipitou a Revolução de 1848.
O rei se viu obrigado a abdicar em favor de seu neto Luís Filipe, Conde de Paris, e exilou-se em Claremont House na Inglaterra. Os revolucionários, porém, negaram-se a reconhecer o sucessor e proclamaram a Segunda República Francesa.
Exilado em Claremont House, Luís Filipe morreu no dia 26 de agosto de 1850, aos setenta e seis anos. Foi sepultado primeiro na Igreja de São Carlos Borromeu em Surrey. Em 1876 seus restos mortais foram transladados para a Capela de Dreux, necrópole real da Casa de Orleães, construída, em 1816, por sua mãe.
Nacionais:
Estrangeiras:
Luís Filipe I casou-se com a princesa Maria Amélia das Duas Sicílias, de quem teve os seguintes filhos:
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