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política e educadora brasileira Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Linda Brasil Azevedo Santos (Santa Rosa de Lima, 14 de abril de 1973) é uma educadora, política e ativista transfeminista pelos direitos humanos e da comunidade LGBTQIA+ de Sergipe, fundadora da associação Amosertrans e da casa de acolhimento CasAmor Neide Silva. Nas eleições de 2020, filiada ao PSOL, foi eleita a primeira mulher trans para um cargo público parlamentar em Aracaju. Em 2022 obteve êxito na disputa eleitoral por uma cadeira na Assembleia Legislativa de Sergipe, sendo eleita a primeira mulher trans da história sergipana a ocupar um cargo de deputada estadual.
Linda Brasil | |
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Linda Brasil | |
Deputada Estadual de Sergipe | |
No cargo | |
Período | 1° de fevereiro de 2023 até a atualidade |
Legislatura | 20ª (2023–2027) |
Vereadora de Aracaju | |
Período | 1 de janeiro de 2021 até 31 de janeiro de 2023 |
Legislatura | 43ª (2021–2023) |
Dados pessoais | |
Nome completo | Linda Brasil Azevedo Santos |
Nascimento | 14 de abril de 1973 (51 anos) Santa Rosa de Lima, Sergipe |
Nacionalidade | brasileira |
Alma mater | Universidade Federal de Sergipe |
Partido | PSOL (2015-presente) |
Religião | cristã[1] |
Profissão | educadora, ativista e política |
Nascida em Santa Rosa de Lima, na região sergipana do Cotinguiba, filha de Maria Carmen Azevedo Santos e Apolinário José dos Santos,[2] Linda Brasil se mudou para Aracaju e logo iniciou trabalho em uma empresa de contabilidade. Por receio de como seria aceita a sua condição de gênero, sua transexualidade só foi externada aos 30 anos de idade quando saiu do emprego que tinha e iniciou um salão de beleza.[3]
Em 2013, Linda Brasil começou o curso de Letras Português-Francês na UFS e desde o princípio da graduação sofreu transfobia por conta de um professor que não respeitou o seu nome social e insistia em utilizar o seu nome de registro.[4][5] Isso fez com que ela entrasse com um processo administrativo para que seu nome social fosse respeitado. A ação culminou na Portaria nº 2209 da UFS que possibilita o uso do nome social no âmbito acadêmico e administrativo dentro da instituição.[6] Este fato fez com que ela tivesse maior visibilidade e se aproximasse do movimento estudantil e LGBTQI+ organizado. Ela foi uma das responsáveis pelo Coletivo Queer Transfeminista (Des)montadxs para discutir questões de gênero e sexualidade dentro da UFS e em todo o Estado.[4] Além disso, foi a primeira mulher trans a se formar pela instituição.[7] Posteriormente, Linda obteve também pela UFS o título de Mestra em Educação.[8][9]
Em 2015, juntamente com outras pessoas trans e apoiadores, Linda Brasil criou o projeto EducaTrans através da Amosertrans (Associação do Movimento Sergipano de Travestis e Transexuais). EducaTrans foi um curso preparatório para o ENEM voltado especialmente para pessoas trans cujo principal objetivo era ampliar a inserção de pessoas trans no ambiente universitário. Essa atitude, consequentemente, poderia colocar esta população para disputar um local no mercado de trabalho tirando da realidade da prostituição compulsória.[3][10][11]
Em 2017, Linda idealizou e fundou a ONG CasAmor, inspirada em iniciativa de casas de acolhimento pelo país como a Casa 1, em São Paulo, e a Casa Nem, no Rio de Janeiro.[5][12] Sua inauguração ocorreu em 29 janeiro de 2018, no Dia Nacional da Visibilidade Trans, e marcou a abertura dos trabalhos da IV Semana da Visibilidade Trans.[13] O objetivo da CasAmor é acolher e dar apoio as pessoas da comunidade LGBTQIA+ por meio de trabalhos voluntários realizados por diversos profissionais como psicólogos, arquitetos, designers, engenheiros, professores e jornalistas, entre outros. O projeto visa ainda além de acolher e hospedar provisoriamente as pessoas que não possuem apoio familiar por causa da orientação sexual ou identidade de gênero; proporcionar cursos e oficinas visando a inserção no mercado de trabalho.[5]
Em meio a pandemia de COVID-19, enquanto Linda Brasil era uma das diretoras, a CasAmor esteve ao lado dos LGBTQIA+ que se encontravam em situação de vulnerabilidade social ampliando a entrega de cestas básicas e materiais de limpeza e higiene pessoal.[14]
A CasAmor passou a ser chamada CasAmor Neide Silva, em homenagem a "Tia Neide", uma amiga e integrante da assessoria de Linda, dedicada voluntária da ONG, que veio a falecer em março de 2021, em decorrência da COVID-19.[15][16]
Em 2016, Linda Brasil disputou a sua primeira eleição como candidata à vereadora em Aracaju e foi a 26ª candidata mais votada com 2.308 votos (0,83% do total dos votos válidos), sendo a candidata mais votada do PSOL à Câmara Municipal de Aracaju. Apesar de a cidade de Aracaju ter 24 vagas à vereança, Linda não ficou como suplente por conta do sistema de legendas da legislação eleitoral brasileira.[17] Uma marca desta campanha foi a transfobia institucional vigente que fez com que Linda fosse registrada com o gênero masculino.[18]
Em 2018, Linda concorreu à vaga de deputada estadual e foi a 38ª candidata mais votada em Sergipe com 10.107 votos, representando 0,93% do total de votos para a Assembleia Legislativa de Sergipe (ALESE), sendo a candidata mais votada do PSOL à ALESE.[19] Desses votos, 6.555 foram apenas na capital sergipana e ela chegou a ser votada em todos os municípios sergipanos.[20] Por conta de uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral acerca das eleições de 2018, nesta candidatura, Linda Brasil pôde disputar a vaga dentro do gênero condizente com ela.[21][22]
Diante dos expressivos resultados nas eleições anteriores e a modificações da legislação eleitoral no tocante a legenda eleitoral,[23] em 2020 foi pré-candidata pelo PSOL para a Câmara dos Vereadores com o slogan "Coragem para Transformar"[24][25] e foi eleita como a primeira mulher trans vereadora de Aracaju,[26] sendo a mais bem votada da capital sergipana, com 5.773 votos, fato que lhe garantiu o direito de presidir a primeira sessão plenária do Legislativo.[27][28][29][30]
Na mandata[4] da vereadora estão entre as principais pautas a defesa dos direitos humanos, das pessoas LGBTQIA+,[31] a diminuição das injustiças sociais, proteção das minorias,[32] o combate ao machismo e sexismo,[33] racismo[34] e a defesa da democracia.[35]
Em 2022 disputou uma cadeira na ALESE, logrando êxito, sendo a primeira mulher trans eleita deputada estadual de Sergipe com 28.704 votos.[36][37][38]
Ano | Eleição | Partido | Cargo | Votos | Resultado |
---|---|---|---|---|---|
2016 | Municipal de Aracaju | PSOL | (0,89%) |
Não eleita [39] | |
2018 | Estadual em Sergipe | Deputada Estadual | 10.107
(1,02%) |
Não eleita [39] | |
2020 | Municipal de Aracaju | (2,27%) |
Eleita [39] | ||
2022 | Estadual em Sergipe | (2,36%) |
Eleita [40] |
2022: Título de Cidadã Aracajuana[41]
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