Inglês antigo
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O inglês antigo, também denominado anglo-saxão[nota 1] ou inglês saxônico[2] (conhecido como Englisċ (pronunciado: [ˈeŋɡliʃ]), por seus falantes e Old English ou Anglo-Saxon em inglês moderno) é a forma mais antiga da língua inglesa,[3] falado onde hoje é a Inglaterra e o sul da Escócia, entre meados do século V e meados do século XII.[2]
Inglês antigo Englisċ | ||
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Falado(a) em: | Inglaterra (exceto o extremo sudoeste e extremo noroeste), partes sul e orientais da Escócia, e partes orientais do País de Gales moderno. | |
Total de falantes: | Extinta, evoluiu ao inglês médio. | |
Família: | Indo-europeia Germânico Germânico ocidental Ingveônico Anglo-frísio Inglês antigo | |
Escrita: | Rúnico, posteriormente latino (Alfabeto inglês antigo). | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | -- | |
ISO 639-2: | ang | |
ISO 639-3: | ang
| |
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Trata-se de uma língua germânica ocidental, do grupo anglo-frísio e é, portanto, próximo ao frísio antigo e ao saxão antigo.[4] No entanto, alguns linguistas, como o professor de linguística da Universidade de Oslo Jan Terje Faarlund, consideram o inglês uma língua nórdica.[5] Outros autores, como Richard W. Bailey e Karl Maroldt, classificam o inglês médio (descendente imediato do inglês antigo a partir do qual se desenvolveu o inglês moderno) como uma língua crioula que teria sido resultado da mistura do inglês antigo e o francês normando.[6] O inglês antigo se desenvolveu a partir de um conjunto de dialetos anglo-frísios ou ingvaeônicos falados originalmente por tribos germânicas tradicionalmente conhecidas como anglos, saxões e jutos.[7]
O inglês antigo não foi um idioma estático. Seu uso cobre um período de aproximadamente 600 anos, das migrações anglo-saxãs no século V até a invasão normanda de 1066,[8] quando a língua sofreu uma mudança radical por causa da invasão normanda de Guilherme, o Conquistador, que trouxe muitas palavras e influências normandas para o inglês. Deste ponto em diante, a língua é conhecida como inglês médio.[9]
O inglês antigo se dividia em quatro dialetos: o saxão ocidental, no qual foram escritos os primeiros documentos em inglês antigo, incluindo o Beowulf;[10] o kentiano, mércio, dialeto no qual o inglês tem importantes raízes; e o nortúmbrio.[11][12]
Etimologia
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Perspectiva
Englisċ, do qual a palavra English é derivada, significa 'pertencente aos anglos'.[13] No inglês antigo, essa palavra foi derivada de Angles (uma das tribos germânicas que conquistou partes da Grã-Bretanha no século V).[14] Durante o século IX, todas as tribos germânicas invasoras eram chamadas de Englisċ. Foi levantada a hipótese de que os anglos adquiriram seu nome porque as terras onde eles viviam na costa da Jutlândia (hoje Dinamarca continental) se assemelhavam a um anzol. *Anguz, do protogermânico, também significava "estreito", referindo-se às águas rasas perto da costa. Essa palavra no final das contas remonta à palavra *h₂enǵʰ, do protoindo-europeu, também significando 'estreito'.[15]
Outra teoria é que a derivação de 'narrow' (estreito, em português) é a mais provavelmente conectada com angling (pesca com anzol, em português), que se originou de uma raiz protoindo-europeia que significa dobra, ângulo.[16] O elo semântico seria fishing hook (anzol de pesca, em português), que é curvo ou dobrado em um ângulo.[17] Em qualquer caso, os anglos podem ter sido chamados assim porque eram pescadores ou descendiam originalmente deles e, portanto, a Inglaterra significaria 'terra dos pescadores' e o inglês seria 'a língua dos pescadores'.[18]
Fonologia
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Perspectiva
A fonologia do inglês antigo é similar à do inglês moderno, a maior diferença está na existência de vogais longas que mudavam o significado de palavras e algumas consoantes.[19] Haviam também variedade fonológica entre os dialetos, como por exemplo, no saxão ocidental, [æ] e [io] se convertiam em [ie].[20]
Consoantes
O sistema de consoantes do inglês é essencialmente idêntico ao do inglês moderno. No entanto, existem diferenças ortográficas, como o uso de ð e þ para, respectivamente, os sons [ð] e [θ]; o uso de ƿ para a aproximante labiovelar; o cg para [dʒ]; c para representar tanto [k] quanto [tʃ]; o f usado para simbolizar tanto o [f] (surdo) quanto o [v] (sonoro); o g usado para demonstrar [ɡ], bem como [j] e também [ɣ]; e, por fim, o uso de h para representar [x] assim como [h]. Abaixo há uma tabela das consoantes do inglês antigo.[19]
Vogais
No inglês antigo, a quantidade das vogais importava no significado das palavras, algo que não existe mais no inglês moderno. Portanto, existiam palavras como āc ("carvalho", em português) e ac ("mas, e", em português). Abaixo há uma tabela de vogais e ditongos do inglês antigo.[19]
Monomoraico | Bimoraico | |
---|---|---|
Fechado e semiaberto | iɛ | iːɛ |
Médio e semiaberto | eːɔ | |
Semiaberto | ɛɔ | |
Aberto | æa | æːa |
Ver também
Notas
- No século XVI, o termo "anglo-saxão" passou a se referir a todas as coisas do período inicial da Inglaterra, incluindo a língua, a cultura e o povo. Enquanto permanece o termo normal para os dois últimos aspectos, a língua começou a ser chamada de "inglês antigo" no final do século XIX, como resultado do nacionalismo anti-germânico cada vez mais forte na sociedade inglesa da década de 1890 e início de 1900. No entanto, muitos autores ainda usam o termo anglo-saxão para se referir ao idioma.[1]
Referências
- Crystal (2003), p. [falta página].
- Oliveira (2010), p. 620.
- Smith (2009), p. 5.
- Finbow (2016), p. 27-28.
- Faarlund, Jan Terje; Emonds, Joseph E. (1 de janeiro de 2016). «English as North Germanic: A summary». Brill. Consultado em 19 de agosto de 2021. Cópia arquivada em 11 de novembro de 2020
- Bech, Kristin; Walkden, George (2016). «English is (still) a West Germanic language». Universidade de Cambrígia. Nordic Journal of Linguistics. 39 (1). doi:10.1017/S0332586515000219. Consultado em 19 de agosto de 2021
- «Why is the English spelling system so weird and inconsistent? | Aeon Essays». Aeon (em inglês). Consultado em 11 de agosto de 2021
- Smith (2009), p. 5, 45.
- Finbow (2016), pp. 98-102.
- Oliveira (2010), p. 621.
- Ferreira (2000), p. 26.
- Finbow (2016), p. 46-49.
- Fennell, Barbara (1998). A history of English. A sociolinguistic approach. Oxônia: Blackwell. p. [falta página]
- Pyles, Thomas; Algeo, John (1993). Origins and development of the English language 4ª ed. Nova Iorque: Harcourt, Brace, Jovanovich. p. [falta página]
- Barber, Charles; Beal, Joan C.; Shaw, Philip A. (2009) [1993]. The English language. A historical introduction 2ª ed. Cambrígia: Cambridge University Press. p. [falta página]
- Mugglestone, Lynd, ed. (2006). The Oxford History of English. Oxônia: Oxford University Press. p. [falta página]
- Hogg, Richard M.; Denison, David, eds. (2006). A history of the English language. Cambrígia: Cambridge University Press. p. [falta página]
- Baugh, Albert C.; Cable, Thomas (1993). A history of the English language 4ª ed. Englewood Cliffs: Prentice Hall. p. [falta página]
- O'Donnell, Daniel Paul (18 de setembro de 2008). «The Pronunciation of Old English». Universidade de Lethbridge. Consultado em 25 de agosto de 2021. Cópia arquivada em 13 de abril de 2021
- Finbow (2016), p. 48.
Bibliografia
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