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professor académico alemão Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Justus von Liebig (Darmstadt, 12 de maio de 1803 — Munique, 18 de abril de 1873) foi um químico e inventor alemão.[1]
Justus von Liebig | |
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Conhecido(a) por | Lei de Liebig, condensador de Liebig, fertilizante NPK |
Nascimento | 12 de maio de 1803 Darmstadt |
Morte | 18 de abril de 1873 (69 anos) Munique |
Nacionalidade | alemão |
Alma mater | Universidade de Bonn, Universidade de Erlangen-Nuremberg |
Prêmios | Medalha Copley (1840) |
Orientador(es)(as) | Karl Wilhelm Gottlob Kastner |
Orientado(a)(s) | Carl Schmidt, Nikolay Zinin, Henri Victor Regnault, Carl von Voit, Hermann von Fehling, Hermann Franz Moritz Kopp, Friedrich August Kekulé von Stradonitz, August Wilhelm von Hofmann, Lyon Playfair, Emil Erlenmeyer, Moritz Traube, Adolph Strecker, Wilhelm Henneberg |
Instituições | Universidade de Giessen, Universidade de Munique |
Campo(s) | química |
Filho de um comerciante de anilina, Liebig tornou-se destacado cientista e professor de química. Seu legado foi um dos maiores do século XIX. Seus experimentos possibilitaram a criação de fertilizantes químicos, sabão, explosivos e alimentos desidratados. Sua contribuição para a humanidade foi extraordinária. Além de inúmeras fórmulas e processos para a química orgânica, Liebig institucionalizou o uso didático do laboratório de química.[1]
Desde cedo Liebig mostrou determinação, dizendo a seus professores que tornaria-se ‘químico’ (numa época em que uma carreira com este nome nem existia), e achava que a educação na época não era suficiente. Ao ajudar seu pai, Liebig já causava explosões em seus laboratórios caseiros. Aos 17 anos de idade entrou para a Universidade de Bonn. Ao interagir com um dos seus professores constatou que este desconhecia o cálculo para análises minerais, e em consequência decidiu que era melhor continuar seus estudos sozinho.
Achando que não encontraria melhores professores em seu país, pediu permissão para o grão duque de Hessen e foi para Paris. Em novembro de 1822 Justus von Liebig se juntaria aos grandes químicos franceses Louis Jacques Thénard, Gay-Lussac, Michel Eugène Chevreul, e Louis Nicolas Vauquelin. Graças às recomendações de Thénard, Liebig foi admitido em um laboratório privado e pôde continuar seus experimentos, apresentando seus trabalhos na Academia Francesa em 22 de março de 1824. Dois dias após a apresentação, Liebig foi nomeado, aos 21 anos de idade, professor extraordinário da Universidade de Giessen, Alemanha.[1]
Apesar de hostilizado pelos demais docentes – não era comum um jovem tornar-se professor --, Liebig permaneceu determinado e, convencido de sua própria experiência, decidiu montar um laboratório no único edifício disponível da universidade, um anexo abandonado. Tal laboratório serviria de modelo a todos os demais laboratórios no mundo, sendo que os alunos de Liebig chegaram a se especializar na arte de soprar vidros. Mesmo em condições precárias, Liebig criou fama e atraiu estudantes de toda a Europa e Estados Unidos. Muitos de seus alunos tornariam-se grandes cientistas laureados com o Prêmio Nobel em física e biologia.
Um dos fundadores da química orgânica, Liebig aperfeiçoou os métodos de análise dos compostos químicos. Descobriu numerosos compostos orgânicos, como o clorálio, o clorofórmio, alguns aldeídos; estudou os ácidos e amidos correspondentes. Ao aplicar a química ao estudo da fisiologia vegetal, Liebig refutou a teoria até então aceita, segundo a qual as plantas absorveriam as substâncias orgânicas resultantes da decomposição de corpos de animais no terreno. Em vez disso, as plantas alimentam-se de alimentos inorgânicos - como o dióxido de carbono da atmosfera e os compostos amoniacais -, sendo o terreno tanto mais fértil quanto maior a quantidade de sais de elementos ali encontrados. Essa descoberta redunda em importante contribuição para a agricultura.
Liebig também revolucionou a produção de alimentos, aplicando princípios da química, chegando à conclusão de que as plantas alimentícias cresceriam melhor e teriam maior valor nutritivo se fossem adicionados elementos químicos na mínima quantidade adequada ao seu cultivo. Deste modo, von Liebig chegou à famosa fórmula NPK, iniciando a era dos fertilizantes químicos. No mesmo período outro estudioso sobre a composição química dos nutrientes, Julius Hensel, propunha que pós de rocha fariam o mesmo efeito sem desequilibrar o meio ambiente e ainda com baixos custos.
Ambos promoveram na Alemanha debates acalorados sobre como evitar a fome e proporcionar o bem-estar nutricional. Julius Hensel obteve pouco reconhecimento pelo seu trabalho, além de ter sido processado e seu livro Pães de Pedra ter sido censurado. Somente em 1997 seu livro foi reeditado, aproveitando-se o mercado da remineralização dos alimentos.
Devem-se a Liebig 318 memórias das mais variadas questões de química. Em 1840 publicou Die Organische Chemie in ihrer Anwendung auf Agrikulturchemie und Physiologie (A Química orgânica em sua aplicação à química agrícola e à fisiologia). Fundou o periódico Annalen der Pharmazie (Anais de Farmácia), mais tarde transformado em Annalen der Chimie und Pharmazie.
Justus von Liebig continuou suas pesquisas sobre o metabolismo e a fisiologia, estudando quais as melhores maneiras de nutrir corpos adoecidos. Mesmo erroneamente, acreditava que o corpo era fortalecido pela ingestão de proteína, e muitos ainda acreditam, o que levou à criação de dois produtos muito difundidos no século XX: Liebig's Infant Food (alimento lácteo para substituir o leite materno) e Liebig's Fleisch Extract (extrato de carne líquido).
Há um mistério em torno da morte de Justus von Liebig, de acordo com documentos da época: Liebig teria cometido o suicídio, porém nada mais foi documentado a respeito. Tanto sua lápide como suas últimas sentenças demonstravam que Liebig havia se arrependido em tentar consertar a natureza através dos compostos químicos.
Em homenagem, ao fim da Segunda Guerra Mundial a Universidade de Giessen foi renomeada Justus Liebig University Giessen e seu laboratório transformado no Museu Liebig.
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