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ator de cinema português (1913-1961) Da Wikipédia, a enciclopédia livre
João Henrique Pereira Villaret OSE (Lisboa, 10 de Maio de 1913 — Lisboa, 21 de Janeiro de 1961) foi um actor, encenador e declamador português.
João Villaret | |
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João Villaret, fotografado por Silva Nogueira | |
Nome completo | João Henrique Pereira Villaret |
Nascimento | 10 de maio de 1913 Lisboa |
Nacionalidade | português |
Morte | 22 de janeiro de 1961 (47 anos) Lisboa |
Ocupação | Actor, encenador e declamador |
João Villaret nasceu em Lisboa, em 1913, filho do médico Frederico Villaret e de Josefina Gouveia da Silva Pereira. Frequentou o colégio inglês na Rua Marquês de Abrantes e depois o Liceu de Passos Manuel, onde foi bom aluno. Desde cedo revelou interesse pelas artes. Aos 15 anos ingressou no Conservatório Nacional de Lisboa. Amélia Rey Colaço e Robles Monteiro tiveram um papel preponderante na sua iniciação teatral. Em 1930 concluiu o curso e a 16 de Outubro de 1931 estreava-se interpretando um papel na peça Leonor Teles, de Marcelino Mesquita.
Trabalhou no teatro, cinema e foi um grande declamador de poesia, a sua maior paixão. Era um actor ecléctico, pois além do teatro clássico também se dedicou ao teatro de revista. Fez várias digressões a África e ao Brasil, onde esteve sete vezes. Nos últimos anos, aos domingos, tinha um programa na RTP, onde declamava poesia e contava histórias curiosas do mundo cultural. Num desses episódios referiu que o seu amigo António Botto o apresentou a Fernando Pessoa, encontro que muito o impressionou.
Villaret era diabético, mas era avesso a tratamentos e dietas. Em 1958, quando esteve em Nova Lisboa consultou um calista que ao extrair-lhe uma calosidade lhe provocou uma ferida num pé, o que viria a ter consequências funestas. Viria a morrer de insuficiência renal em 1961, aos 47 anos.[1][2]
Depois de frequentar o Conservatório Nacional de Teatro, começou por integrar o elenco da companhia de teatro lisboeta Amélia Rey Colaço-Robles Monteiro.
Mais tarde, fez parte da companhia teatral Os Comediantes de Lisboa, fundada em 1944 por António Lopes Ribeiro e o seu irmão Francisco Ribeiro, mais conhecido por Ribeirinho.
Teve uma interpretação considerada antológica na peça Esta Noite Choveu Prata, de Pedro Bloch, em 1954, no extinto Teatro Avenida, em Lisboa.
No cinema, Villaret surge em:
Nos anos 1950, com o aparecimento da televisão, transpõe para este meio de comunicação a experiência que adquirira no palco e em cinema, assim como em programas radiofónicos. Aos domingos, pelas 20 horas, declamava na RTP, com muita graça e paixão, poemas dos maiores e mais diversificados autores nacionais.[3]
Ficaram célebres, entre outras, as suas interpretações de:
Algumas interpretações notáveis de Villaret, extraídas dos programas de rádio e TV onde colaborava regularmente, ou gravadas em estúdio e ao vivo, foram registadas em vinil, numa vasta discografia, encontrando-se, ainda hoje, algumas edições em CD disponíveis no mercado.
Na música, Villaret também deu cartas, sendo criador de grandes sucessos, como "Rosa Araújo", "Santo António" (proibidos pela Censura do Estado Novo) e "Sinfonia do Ribatejo", na revista "Não Faças Ondas", em 1956, e do poema-canção "Recado a Lisboa", que até hoje predomina como um verdadeiro clássico da história da Música Portuguesa.
A sua mais conhecida obra, devido à sua originalidade, é a seguinte:
Este tema viria a conhecer uma sátira bem-sucedida nos anos 50, o Fado Mal Falado, de Almeida Amaral, Fernando Santos, Armando Augusto Freire (Armandinho) e Fernando Ávila, ecoado com muito sucesso na voz de Hermínia Silva, uma das amigas mais conhecidas de João Villaret.
A 2 de abril de 1960 João Villaret foi feito Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.[6]
Em Lisboa o Teatro Villaret recebeu o seu nome como homenagem pela sua carreira.
Em Loures há uma escola com o nome de João Villaret. A escola ensina desde o 5.º até ao 9.º ano.
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