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Isopsefia (ἴσος isos, em grego, significa "igual" e ψῆφος psephos significa "pedregulho") é a palavra grega para a antiga prática de juntar os valores numéricos das letras de uma palavra para formar um único número. Os gregos mais antigos usavam arranjos de pedregulhos (ou seixos) para estudar aritmética e geometria.
Isopsefia se relaciona à Guematria, a mesma prática que usa o alfabeto hebraico e o antigo sistema de números de outros povos (para a versão no alfabeto árabe ver numerais abjad). A Guematria das línguas com a escrita latina foi bem popular na Europa da Idade Média até o Renascimento e certamente seu legado ainda subesiste na numerologia e nos simboloismo da Maçonaria.[1]
Até os algarismos indo-arábicos serem adotados e adaptados entre os séculos VIII e IX, sendo promovidos da Europa por Fibonacci da República de Pisa com seu livro Liber Abaci de 1202, os numerais eram predominantemente alfabéticos (exemplo, os Gregos e Romanos). Com certeza, há evidências de que alguns dos antigos alfabetos foram desenvolvidos para servir a necessidades matemáticas.[2] Há um pequeno passo entre o uso de letras de alfabeto na matemática do dia a dia e a matemática perceber números em palavras e daí escrever levando em conta as dimensões numéricas das palavras.
Uma primeira antiga referência à Isopsefia, apresentando uma sofisticação maior que a usual (usando multiplicação de forma preferencial à adição), é do matemático Apolônio de Pérgamo, que escreveu no século III a.C. Ele questiona : “considerando-se o verso ΑΡΤΕΜΙΔΟΣ ΚΛΕΙΤΕ ΚΡΑΤΟΣ ΕΞΟΧΟΝ ΕΝΝΕΑ ΚΟΥΡΑΙ ('Nove donzelas louvam o glorioso poder de Artemis'), o que faz todos os produtos serem iguais?"[2] Casos mais convencionais de Ipsosefia foram encontrados em Grefittis encontrados em Pompeia e datam de 79 d.C. Em um se pode ler Φιλω ης αριθμος ϕμε, "Eu amo aquele cujo número é 545." Outro diz "Amerimnus teve considerações boas sobre sua dama Harmonia. O número do nome de sua honorável é 45." Suetônio, escrevendo em 121 d.C., registrou um slogan político escrito num muro em Roma:
Que parece ser mais caso de simbolismo numérico.[3][4] Em língua grega, Νερων, Nero, tem o valor numérico 50+5+100+800+50=1005, o mesmo valor de ιδιαν μητερα απεκτεινε (idian metera apekteine) - "Ele matou sua própria mãe", (10+4+10+1+50) + (40+8+300+5+100+1) + (1+80+5+20+300+5+10+50+5). Um famoso exemplo é 666, o Número da Besta do livro bíblico do Apocalipse (13:18): "Deixe quem tem entendimento contar o número da Besta: esse é número de um homem; e seu número é Seis centenas sessenta e seis" (O número daí obtido “conta” como ψηφισάτω, psephisato, que tem a mesma contagem de “seixos” que a palavra isopsefia).[5][6]
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Também há o caso do 1º século d.C. quando Leônidas de Alexandria criou isopsefos, epigramas dísticos equinumerais, nos quais os versos hexâmetros e pentâmetros são iguais em valores numéricos aos dois versos seguintes. Ele endereçou alguns deles a Nero:
"A musa de Leônidas do Nilo oferece a vós, Oh César esses escritos, pela data de vosso aniversário; para que o sacrifício para Calíope sejas sempre sem fumaça; mas no ano seguinte deve-se ofertar mais, se vós quiserdes, mais coisas boas do que agora." Aqui a soma de ambos primeiros dísticos é 5699. Em outro dos dísticos a linha do hexâmetro é igual ao número do pentâmetros correspondente::
"Uma linha é feita igual ao número um, não dois para dois; para que eu não mais aprove epigramas longos" Aqui cada linha totaliza 4111.[7]
Uma pedra encontrada no Santuário de Artemis Orthia, no local da antiga Esparta, é mais um exemplo de isopsefia elegíaca em verso do século II d.C:
Trata-se uma estela votiva de um rapaz que venceu uma competição de canto. Também no século II, Aelius Nicon de Pérgamo, o arquiteto e construtor grego Pérgamo, que foi descrito por seu filho medico, Galeno, como tendo sido um “mestre de todo o possível conhecimento de geometria e nímeros”, era também um mestre em compor trabalhos escritos de natureza ipsofônicos.[2]
Em Grego cada unidade de 1 a 9 é representada por uma letra específica, o mesmo valendo para cada dezena de 10 a 90 e cada centena de 100 a 900. Isso requer 27 letras e por isso o alfabeto grego de 24 letras foi estendido pelo uso de três letras obsoletas: digamma ϝ (também são usadas Stigma ϛ ou, em letras do grego moderno, στ) para 6, qoppa ϟ para 90, e sampi ϡ para 900.
Esse sistema alfabético opera no princípio de adição com os valores das letras para formar o total; Exemplo: 241 é representado por σμα (200 + 40 + 1).
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