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Instituição de pesquisa em saúde ligada ao Ministério da Saúde do Brasil Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é uma instituição brasileira de ciência, tecnologia e inovação em ciências biológicas e da saúde, inicialmente localizada no estado do Rio de Janeiro e vinculada ao Ministério da Saúde do Brasil, encontra-se distribuída por território nacional com presença internacional.[3] Criada em 1900 pelo renomado médico sanitarista Oswaldo Cruz, é a mais importante instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina, sendo referência em pesquisas na área de saúde pública.[4]
Fundação Oswaldo Cruz | |
---|---|
Fiocruz | |
Organização | |
Natureza jurídica | Fundação pública[1] |
Missão | Promover a saúde e o desenvolvimento social, gerar e difundir conhecimento científico e tecnológico, ser um agente da cidadania. |
Dependência | Governo do Brasil Ministério da Saúde |
Chefia | Mário Moreira, presidente[2] |
Localização | |
Jurisdição territorial | Brasil |
Sede | Rio de Janeiro, Rio de Janeiro |
Histórico | |
Antecessor | Instituto Soroterápico Federal, Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos, Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Instituto Oswaldo Cruz |
Criação | 25 de maio de 1900 (124 anos) |
Sítio na internet | |
www.fiocruz.br |
Sua sede localiza-se no bairro de Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde estão os prédios históricos do antigo Instituto Soroterápico Federal – como o Pavilhão Mourisco, o Pavilhão do Relógio e a Cavalariça.[5]
A Fiocruz está presente em 10 estados brasileiros, além de um escritório internacional em Maputo, Moçambique. Conta com 16 unidades técnico-científicas, voltadas para ensino, pesquisa, inovação, assistência, desenvolvimento tecnológico e extensão no âmbito da saúde.[6][7]
As origens da fundação remontam ao início do século XX com a criação do Instituto Soroterápico Federal em 25 de maio de 1900 (cujo objetivo inicial era o de fabricar soros e vacinas contra a peste bubônica). Em 1901, passou para o governo federal, com o nome modificado para Instituto Soroterápico Federal.[8]
Em 12 de dezembro de 1907, passou a denominar-se Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos (referência ao nome do bairro carioca onde fica sua sede) e, em 19 de março de 1918, em homenagem a Oswaldo Cruz, passou a chamar-se Instituto Oswaldo Cruz. Em maio de 1970, tornou-se Fundação Instituto Oswaldo Cruz, adotando a sigla Fiocruz, que continua a ser utilizada mesmo depois de maio de 1974, quando recebeu a atual designação de Fundação Oswaldo Cruz.[8]
Seu principal objetivo é a pesquisa e o tratamento das doenças tropicais. Seu trabalho não se limitou ao Rio de Janeiro nem à pesquisa e produção de vacinas. Nas campanhas de saneamento das cidades assoladas por surtos e epidemias de febre amarela, varíola e peste bubônica, teve que enfrentar uma cerrada oposição e um levante popular — a Revolta da Vacina. Ao se ocupar de condições de vida das populações do interior, deu origem a debates que resultaram na criação do Departamento Nacional de Saúde Pública, em 1920.[8]
Em 1970, o instituto e outros órgãos federais foram congregados na Fundação Oswaldo Cruz, mais conhecida como Fiocruz, atualmente considerada uma das mais importantes instituições brasileiras de pesquisa na área da saúde.[8]
O Castelo da Fiocruz, também conhecido como Pavilhão Mourisco ou Palácio de Manguinhos, foi projetado pelo arquiteto português Luiz Moraes Júnior com base em desenhos do próprio Oswaldo Cruz. A edificação começou a ser construída em 1905 e foi inaugurada em 1918. O edifício mescla referências mouriscas e europeias, e situa-se no alto de uma elevação, destacando-se na paisagem. Grande parte dos seus materiais foi importada, com exceção da madeira e do granito, e sua construção foi executada por mão de obra majoritariamente estrangeira.[9][10]
A instituição que receberia seu nome, foi imaginada por Oswaldo Cruz à semelhança ao Instituto Pasteur, em Paris, reunindo a produção de vacinas e remédios, a pesquisa científica e demais atividades ligadas à saúde pública. Hoje, o edifício abriga áreas administrativas da Presidência da Fiocruz e do Instituto Oswaldo Cruz, mas está aberto à visitação, fazendo parte do circuito oferecido pelo Museu da Vida Fiocruz da Casa de Oswaldo Cruz.[10]
Em 1981 o Pavilhão Mourisco, junto a outros edifícios componentes do Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos, foi tombado a nível federal pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A própria Fiocruz atua na preservação e restauração desse conjunto, assim como de todo o patrimônio arquitetônico, arqueológico e urbanístico da Fundação.[11][10]
Por sua importância história, cultural e científica, o Castelo Fiocruz é candidato à Patrimônio Cultural da Humanidade.[10]
Além do desenvolvimento de novas tecnologias para a fabricação em larga escala das vacinas contra a febre amarela e a varíola, devem ser citadas outras importantes contribuições, como:
O Arca Dados é o repositório oficial da Fiocruz para arquivar, publicar, disseminar, preservar e compartilhar os dados digitais para pesquisa produzidos pela comunidade Fiocruz ou em parceria com outros Institutos ou órgãos de pesquisas, com o objetivo de fomentar novas pesquisas, garantir a reprodutibilidade ou replicabilidade de pesquisas existentes e promover uma ciência aberta e cidadã.
Desde 2017, a instituição vem ampliando o debate no âmbito da ciência aberta, com ênfase na gestão, compartilhamento e abertura de dados para pesquisa, delineando estratégias para o estabelecimento de estruturas, processos e normas para a gestão dos dados oriundos das pesquisas científicas na Instituição.
Um desses resultados é a “Política de gestão, compartilhamento e abertura de dados para pesquisa: princípios e diretrizes”,[19] lançada em 2020, que traz orientações para que os dados para pesquisa, como bens públicos, sejam disponibilizados de forma aberta, ética, íntegra, acessível, de maneira oportuna e responsável, considerando as políticas estratégicas da pesquisa científica nacional, os interesses institucionais e as normas regulatórias vigentes.
No aspecto prático, se tornou fundamental consolidar uma infraestrutura tecnológica para a implantação do Repositório de Dados de Pesquisa da Fiocruz – Arca Dados, uma plataforma para a gestão, compartilhamento, abertura e preservação dos dados para pesquisa produzidos pela Fiocruz, cujo desenvolvimento se deu a partir de 2019, a partir de um projeto piloto, desenvolvido em duas fases.
Em 13 setembro de 2023, a portaria no. 867/Fiocruz institui o Arca Dados como repositório institucional de Dados para pesquisa.
Entre os dias 27 e 29 de novembro em Brasília, aconteceu a 6ª edição da Feira de Soluções para a Saúde, que teve como tema a “Transformação Digital na Saúde”. O objetivo da feira foi encontrar soluções inovadoras digitais voltadas para a rede pública e ser um espaço de troca de experiência entre pessoas que participam de iniciavas de transformação digital na área de saúde. O Arca Dados foi premiado durante a feira de soluções inovadoras. Recebeu o segundo lugar do Prêmio Transformação Digital 2023 na categoria “Políticas públicas de saúde digital no SUS”, bem como Menção Honrosa.
Em 2024, o repositório conquistou o selo do CoreTrustSeal, uma importante certificação internacional que atesta sua confiabilidade como fonte confiável de dados, sendo o primeiro repositório de dados da América Latina a obter essa distinção.
Em 2020, a Fiocruz fez uma parceria com a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca para a produção da vacina ChAdOx1 (ou só vacina de Oxford) no Brasil. O imunizante, depois de aprovado pela Anvisa, será produzindo no Instituto Bio-Manguinhos, uma unidade da Fundação.[20]
Notas: veja também o especial Observatório Covid-19 e Vacinas contra covid-19
A Editora Fiocruz foi lançada em 1993,[21] com sede no Rio de Janeiro. Ela produz e difunde livros em saúde pública, ciências biológicas e biomédicas, pesquisa clínica, e ciências sociais e humanas em saúde,[22] além de possuir coleções nos temas de Antropologia e Saúde, Bioética e Saúde, Criança, Mulher e Saúde, Fazer Saúde, História da Saúde, Loucura & Civilização, Saúde dos Povos Indígenas e Temas em Saúde.[23]
Em 2020, durante a Pandemia de COVID-19, a Editora disponibilizou 182 livros sobre o tema de graça.[24] Em 2022, dois livros da Editora sobre COVID-19 foram finalistas do Prêmio Jabuti.[25] No mesmo ano, três livros da Editora foram finalistas no Prêmio Abeu, nas categorias de Ciências Naturais e Matemáticas e Ciências da Vida.[26]
A Fiocruz tem 21 unidades técnico-científicas, sendo 11 localizadas no Rio de Janeiro, 10 localizadas em outros estados brasileiros e uma unidade em Maputo, capital de Moçambique.
As unidades técnico-científicas localizadas no Rio de Janeiro são as seguintes:
Fundação de apoio:
As unidades técnico-científicas localizadas fora do Rio de Janeiro são as seguintes:
Também existe mais 4 unidades administrativas todas ligadas a presidência da Fiocruz.
Devido a seu papel durante a pandemia de covid-19, a Fiocruz foi amplamente citada pela imprensa. Em 03 de janeiro de 2021, o termo "Fiocruz" tinha 2 330 000 resultados para "notícias" na busca no Google.
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