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movimento político-religioso Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Hutis[5][6] (em árabe, الحوثيون, transl. al-Ḥūthiyyūn, também chamados al-hutis ou houthis, em alusão ao nome dos seus dirigentes, Hussein Badreddine al-Houthi e seus irmãos) é a denominação mais comum do movimento político-religioso Ansar Allah, (em árabe أنصار الله, transl. anṣār allāh: 'partidários de Deus')[7] majoritariamente xiita zaidita (embora inclua também sunitas)[8] do noroeste do Iêmen.[9]
Hutis حوثيون | |
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Ansar Allah أنصار الله | |
Participante na | |
Slogan do movimento: | |
Datas | 1994–presente (armado desde 2004) |
Ideologia | |
Objetivos | Defender os interesses dos Zaiditas Defender a independência do Iêmen Acabar com a influência da Arábia Saudita no Iêmen |
Organização | |
Líder | Hussein Badreddin al-Houthi (morto em 2004) Abdul-Malik al-Houthi |
Orientação religiosa |
Zaidismo |
Sede | Sana, Iêmen |
Área de operações |
Iêmen Arábia Saudita |
Efetivos | 100 000[4] |
Relação com outros grupos | |
Aliados |
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Inimigos |
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Sítio web: www.mmy.ye |
Hussein Badreddine al-Houthi, líder do grupo, foi morto em setembro de 2004, por forças do exército iemenita.[10] Outros integrantes da liderança houthi, incluindo Ali al-Qatwani, Abu Haider, Abbas Aidah e Yousuf al-Madani (um genro de Hussein al-Houthi) também foram mortos pelas forças governamentais iemenitas.[11][12]
Em 2014, apoderaram-se de uma grande parte do país, incluindo a capital Saná. Em março de 2015, a Arábia Saudita criou uma coalizão militar composta por cerca de quinze países, entre os quais os Emirados Árabes Unidos e o Egito, para derrotar os Houthis e repor no poder o governo do Presidente exilado Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi. Os Houthis mantiveram o controle do antigo Iémen do Norte.
Parte do grupo tem sido referida como um "poderoso clã",[13] denominado Ash-Shabab al-Mu'min (em árabe, الشباب المؤمن; em português, Jovens Crentes) [14] ou Jovens Crentes.[12]
Os hutis formaram-se como grupo político nos anos 1990, após a unificação do Iêmen (antes dividido em Iémen do Norte e Iémen do Sul). Antes da unificação, o Iémen do Norte, de população maioritariamente zaidita, era uma república nacionalista árabe instalada nos anos 1960, após um golpe militar e uma longa guerra civil que pôs fim ao teocrático Reino do Iêmen, expulsando os imãs zaiditas, que haviam governado o território desde o final do século IX (ca. 897). Em 1990, quando ocorreu a unificação do país, o presidente do antigo Iémen do Norte, Ali Abdullah Saleh, é eleito presidente da nova República do Iêmen.
O grupo tem origem no Fórum dos Jovens Crentes, uma organização religiosa e cultural co-fundada em 1992. A maioria dos seus membros são Zaidi, um movimento religioso geralmente associado ao xiismo, mas alguns são sunitas. Foi em parte uma resposta à propagação do salafismo no Iémen, financiado pela Arábia Saudita. Em 2004, o assassinato pelas forças de segurança iemenitas de um deputado e fundador do Fórum dos Jovens Crentes, Hussein al-Houthi, desencadeou a primeira insurreição Houthi contra o Estado.
Saleh manteve-se no cargo até 2012, quando foi destituído, na esteira de revoltas populares ocorridas durante a chamada Primavera Árabe - com apoio dos hutis, violentamente combatidos pelo seu governo.[15]
Mais recentemente, porém, Saleh acabou por se aliar aos hutis,[16] quando deflagrou a nova guerra civil, precipitada pela captura da capital iemenita, Sana'a, pelos insurgentes, o que obrigou o presidente Abdrabbuh Mansur Hadi a sair do país.
Armado desde 2004, em 2005 o movimento contava com 1 000 a 3 000 combatentes;[17] a partir de 2009, estimava-se que o número se cifrasse entre os 2 000 e os 10 000.[18] De acordo com Ahmed Al-Bahri, os hutis tinham um total de 100 000-120 000 seguidores, incluindo combatentes armados e partidários desarmados.[19] Em 2022, o grupo tomou precauções, no sentido de evitar a disseminação do COVID-19, no país, sendo um dos poucos países imunes à doença.[20]
Os hutis afirmam que as suas ações são para a defesa da sua comunidade e contra a discriminação por parte do governo. O governo do Iémen, por sua vez, acusa-os de querer derrubá-lo e instituir uma lei religiosa xiita,[21] desestabilizar o governo e "fazer agitações sociais, movidas por sentimentos antiamericanos".[22]
O governo iemenita também acusou os hutis de ter ligações a patrocinadores externos, especialmente com o governo iraniano.[23] Por sua vez, os hutis rebateram essas acusações, afirmando que o governo iemenita é apoiado por agentes externos, particularmente, a Arábia Saudita e a Al-Qaeda[24][25][26] [27]
Em menos de um mês (de 26 de março a 13 de abril de 2015), os ataques contra os hutis produziram 3 897 feridos e resultaram na morte de aproximadamente 2 600 civis, incluindo um grande número de crianças e mulheres. A Arábia Saudita e os seus oito aliados árabes justificam os ataques pela necessidade de defender a legitimidade do presidente iemenita, Abdrabbuh Mansur Hadi, além de suprimir a ameaça que os hutis alegadamente, representariam para a Arábia Saudita, e principalmente evitar que o Irão estenda a sua influência na região, por meio dos rebeldes. [28]
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