Hossein Nasr
filósofo e professor iraniano Da Wikipédia, a enciclopédia livre
filósofo e professor iraniano Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Hossein Nasr /ˈnɑːsər,_ˈnæsər/; em persa: سید حسین نصر 7 de abril de 1933) é um islamólogo iraniano, professor emérito de estudos islâmicos na Universidade George Washington. Autor de diversos artigos e livros, Nasr aborda temas como filosofia, religião, espiritualidade, música, arte, arquitetura, ciência, literatura, diálogos entre civilizações e o meio ambiente.[1][2]
Hossein Nasr | |
---|---|
Nascimento | 7 de abril de 1933 (91 anos) Teerã |
Cidadania | Irã |
Alma mater | |
Ocupação | filósofo, professor universitário, escritor |
Distinções |
|
Empregador(a) | Sharif University of Technology, Universidade de Edimburgo |
Religião | xiismo |
Após o atentado de 11 de setembro, Nasr passou a ter como foco o esforço pelo convívio pacífico e harmônico entre diferentes religiões,[3] mais ativamente no diálogo entre cristãos e muçulmanos. Em 2008, foi o principal orador muçulmano, no primeiro Fórum Católico-Muçulmano organizado pelo Vaticano, palestrando ao lado do Papa Bento XVI.[4]
Nasr estudou Física e Matemática no MIT e doutorou-se na Universidade de Harvard. Escreveu ainda dois livros de poesia (Poemas do Caminho e A Peregrinação da Vida e a Sabedoria de Rumi).[5][6]
Seyyed Hossein Nasr nasceu em uma família nobre no Teerã em 1933. Seu pai era um famoso médico, deputado parlamentar e ministro da Educação. Como Nasr diz: ‘Ele [seu pai] tornou-se o chefe do sistema educacional da Pérsia desde o final da dinastia Qajar até o período Pahlavi.[7]
Nasr recebeu uma típica educação persa até a idade de doze anos, e então foi enviado para os EUA para a escola preparatória de elite até o nível de doutorado. Ele obteve seu bacharelado licenciatura em Física e Matemática no MIT em 1954, um mestrado em Geologia e Geofísica na Universidade de Harvard em 1956, e um PhD em História da Ciência e Filosofia na mesma universidade em 1958.[8]
Sua tese foi posteriormente (1964) publicada como Uma Introdução às Doutrinas Cosmológicas Islâmicas. Depois de receber seu doutorado, entre 1958 e 1979, Nasr morou no Irã e trabalhou como professor associado (1958-1963) e professor titular (1963-1979) da história de ciência e filosofia da Universidade de Teerã. Durante este período, foi nomeado ou promovido a vários cargos, como primeiro Aga Khan, Professor de Estudos Islâmicos na Universidade Americana de Beirute (1964-1965), Reitor da Faculdade de Letras (1968-1972) e Vice-Chanceler (1970-1) da Universidade de Teerã, Chanceler/Presidente (1972–5) de Aryamehr Universidade de Tecnologia (agora chamada Universidade de Tecnologia Sharif) e Presidente fundador (1974-9) da Academia Imperial Iraniana de Filosofia (agora o Instituto Iraniano de Filosofia), entre muitos outros cargos em assuntos culturais e de educação para os quais foi nomeado pelo governo.[9] Aos 30 anos, Hossein Nasr foi nomeado professor titular, o mais jovem da história da Universidade de Teerã. Ele rapidamente se tornou reconhecido como uma autoridade em filosofia islâmica, ciência islâmica e sufismo. Durante quinze anos, dirigiu com Henry Corbin - então diretor do Instituto Francês de Iranologia em Teerã - um seminário de doutorado em filosofia comparada e filosofia islâmica. Ele escreveu extensivamente em persa e inglês, ocasionalmente em árabe e francês, sobre o Islã, sua ciência e sua civilização, Sufismo, filosofia moderna confrontada com sabedoria perene, a crise ambiental, Mula Sadra , Avicena, Suhrawardî, Ibn Arabi, Al-Bîrûnî, etc. Cinco anos depois, foi nomeado reitor da Faculdade de Letras, então vice-presidente da universidade.[10]
Durante a Revolução Iraniana de 1979, quase todos os seus bens, livros e anotações foram confiscados ou destruídos e ele e sua família foram forçados ao exílio. A Revolução trouxe permanentemente Nasr para os EUA. Antes de 1979, Nasr já havia sido professor visitante em Harvard (1962-5) e Princeton (1975), mas quando ele sofreu grande dificuldade financeira durante seu exílio, ele não recebeu o apoio esperado dessas duas universidades, nem mesmo de sua alma mater.[3]
Apenas a Universidade de Utah deu-lhe uma ajuda oferecendo-lhe uma posição de distinto professor visitante (1979). Mais tarde, ele recebeu uma oferta de professor titular em Estudos Islâmicos na Universidade Temple (1979-1984), e finalmente ele tornou-se Professor Universitário de Estudos Islâmicos na Universidade George Washington em 1984, cargo que ocupa desde então.[11]
Nasr é autor de mais de cinquenta livros[12] e quinhentos artigos (alguns dos quais podem ser encontrados na revista Estudos sobre Religião Comparada) sobre temas como metafísica, ciência islâmica, religião, meio ambiente, Sufismo e Filosofia islâmica. Mais recentemente, dedicou-se a contribuir para a integração pacífica islâmica em países ocidentais.[1] Ele escreveu trabalhos em persa, inglês, francês e árabe.[13]
Durante sua graduação no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Nasr já havia demonstrado sua decepção com o paradigma existente de estudar física na época, que se preocupava apenas com a estrutura matemática e não com a natureza ontológica da realidade física. Para Nasr, não perseguir o objetivo final verdade/realidade criou uma crise espiritual e intelectual inquietante que finalmente encerrou seu interesse pela física, mas por outro lado iniciou seu interesse em estudar ciências histórica e filosoficamente.
Nasr frequentou cursos nas áreas das Humanidades como filosofia, história da ciência e literatura ministradas por Giorgio de Santillana (1902-1974), um filósofo italiano e historiador da ciência do MIT. Sob seu ensino, Nasr foi apresentado pela primeira vez às obras de René Guénon e este foi também o início de sua jornada para o Perenialismo. Além de Guénon, as obras de Ananda K. Coomaraswamy e principalmente Frithjof Schuon, de quem Nasr se tornou um discípulo, também ajudaram Nasr a descobrir a philosophia perennis. Ainda estudante, visitou Schuon na Suíça e juntou-se à ordem Sufi Alawi, um ramo da Chadhiliyya. Ele considera que a obra de Schuon, pela importância central dada à prática espiritual ao lado do conhecimento doutrinário, moldou decisivamente sua vida intelectual e espiritual.[14]
Nasr enfatiza as relações comunitárias, a integração e coexistência entre muçulmanos e não-muçulmanos no Ocidente sob liberdade de religião e justiça.[3] Em vez de pedir aos muçulmanos que sejam inflexíveis sobre suas próprios valores éticos-religiosos, Nasr pede-lhes que busquem a paz, o amor, a beleza e responsabilidade, que pode ser compartilhada com não-muçulmanos. A mudança de foco se deve, sem dúvida, ao desenvolvimento do Islã político e ao crescimento progressivo da imagem negativa do Islã e dos muçulmanos após o Ataques de 11 de setembro de 2001.[3]
Após o atentado, Nasr não só produziu o livro O Coração do Islã, mas houve uma guinada em sua carreira, e ele passou a contribuir para a formação a nova geração de intelectuais, com um contexto não mais focado em temas de secularização, mas na representação e politização do Islã.[3] Portanto, em vez de apenas examinar as questões metafísica, espiritualidade e modernismo em termos de cultura, religião, ciência e secularismo, Nasr e seus alunos procuram se aprofundar em questões políticas e problemas práticos.[3]
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.