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Henrique Dumont

Engenheiro e pai de Alberto Santos Dumont Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Henrique Dumont
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Henrique Honoré Dumont[1] (Diamantina, 20 de julho de 1832Rio de Janeiro, 30 de agosto de 1892) foi um engenheiro,[3] cafeicultor brasileiro e pai de Alberto Santos Dumont. Filho de imigrantes franceses, é considerado o segundo "rei do café" da sua época[4], "sucedendo" Joaquim José de Sousa Breves e "antecedendo" Francisco Schmidt.

Factos rápidos
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Henrique aos 21 anos.[1]
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Biografia

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Perspectiva

A família de Henrique era proveniente da França. Seu avô era um ourives de Bordeaux que tinha uma filha chamada Eufrásia Françoise Honorée,[2] que se casou com François Dumont. O sogro convenceu o genro, François, a vir para o Brasil à procura de pedras preciosas que alimentariam sua indústria. Mas após a descoberta de diamantes na África do Sul, os preços caíram e François adoeceu, vindo a falecer em 1842.[1] No Brasil o casal teve três filhos, sendo que o segundo foi Henrique Dumont.[5]

Ajudado por seu padrinho, formou-se engenheiro na Escola de Artes e Manufaturas de Paris (o equivalente atual da Faculdade de Engenharia). Formando-se com apenas 21 anos de idade, voltou ao Brasil e passou a prestar serviços à Prefeitura de Ouro Preto. Henrique Dumont e sua esposa Francisca Santos, filha do Comendador Francisco da Paula Santos, casaram-se em 6 de setembro de 1856, na Freguesia de Nossa Senhora do Pilar, em Ouro Preto.[5][1]

Em 1871, Henrique, por contrato com Joaquim Saldanha Marinho, construiu um barco a vapor, lançado no Rio São Francisco pelo Imperador Dom Pedro II.[6]

Durante o Império de Dom Pedro II, foi encarregado, em 1872, de construir um trecho da Estrada de Ferro Central do Brasil em Minas Gerais, na subida da Serra da Mantiqueira. Com o canteiro de obras fixado na localidade de Cabangu, a família se instalou em uma fazenda próxima; nesse local, em 1873, nasceria no mesmo dia em que o pai completou 41 anos, o seu filho mais ilustre: Alberto Santos Dumont.[7][6]

Quando a ferrovia foi concluída, Henrique Dumont decidiu dedicar-se ao cultivo do café. Sai de Minas Gerais e vai para o município de Valença, no Rio de Janeiro; nessa região, seu filho Santos Dumont, foi batizado em 1877 na Paróquia de Santa Tereza, atual município de Rio das Flores.[5][6]

Buscando terras mais apropriadas ao cultivo do café, muda-se para Ribeirão Preto, em São Paulo, e instala-se na Fazenda Arindeuva,[8] possuindo então pouco mais de 300 contos e réis e 80 escravos,[9] com 150 sendo alugados. Porém, devido a um aparente medo das revoltas, ele passou a adotar a mão de obra de colonos antes mesmo da abolição da escravidão.[10] A sua nova fazenda progrediu muito, pois aí aplicou seus conhecimentos de engenharia e estimulou a produção com uma série de inovações. Chegou a ser a mais moderna da América do Sul, com cinco milhões de pés de café, 96 quilômetros de ferrovias e sete locomotivas.[11]

Em em 1883 foi inaugurado um ramal da Estrada de Ferro Mogiana até Ribeirão Preto, obtido por reivindicação de Henrique Dumont; esse ramal foi fundamental para o escoamento da produção e para o desenvolvimento da região, trazendo centenas de imigrantes, principalmente italianos, que logo substituíram a mão-de-obra escrava.[5][12] Em 1857 Henrique formou a maior fazenda cafeeira no Brasil, com 5,7 milhões de plantas e em 10 de outubro de 1888 Henrique assinou um contrato para conectar sua fazenda com a estrada de ferro, construindo 100 km de trilhos.[6]

Ajudou na criação do primeiro carro a gasolina junto com Henry Ford.[13]

Francisca de Paula Santos

Francisca de Paula Santos é mãe de Alberto Santos Dumont.[14] De ascendência portuguesa,[15] Francisca nasceu em 1 de outubro de 1835 em Ouro Preto, Minas Gerais, filha do industrial e Comendador Francisco de Paula Santos.[16]

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O acidente

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Henrique e Alberto no banco de passageiros

Em dezembro de 1890, caiu da charrete numa de suas fazendas, quebrando seu braço e batendo a cabeça, deixando-o hemiplégico.[6] Posteriormente, em 1891, em consequência do tratamento, vendeu suas fazendas por 12 milhões de réis e partiu para a Europa com sua família.[17][18] Na França ele buscou o melhor tratamento médico, mas voltou ao Brasil dia 21 de novembro de 1891 com um Peugeot de 2,5 HP, o primeiro carro a gasolina no Brasil.[6]

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Morte

Pouco antes de morrer, em 1891, Henrique emancipou os seus filhos menores e entregou a cada um sua parte na herança. Ao seu filho Alberto Santos Dumont, em 12 de fevereiro de 1892, disse "Não gostaria que se tornasse um doutor; o futuro do mundo está na mecânica".[3][19][6] Tentou retornar à França devido ao seu estado de saúde deteriorado, mas faleceu em 30 de agosto de 1892, aos 60 anos, na cidade do Rio de Janeiro.[6]

Referências

  1. Morel, Edmar (25 de setembro de 1974). «Vida e Morte do Pai da Aviação (I)». O Cruzeiro. 46 (37). p. 63
  2. «Família, Infância e Adolescência». www.cabangu.com.br. Consultado em 16 de junho de 2022
  3. «23 de outubro - Dia do Aviador». www.al.sp.gov.br. Consultado em 16 de junho de 2022
  4. «ihgmg: Alberto Santos Dumont». ihgmg.org.br. Consultado em 16 de junho de 2022
  5. Dumont, Alberto Santos. «O que eu vi, o que nós veremos - Wikisource». pt.wikisource.org. Consultado em 1 de setembro de 2021
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Bibliografia

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