Héctor Veira

futebolista argentino Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Héctor Rodolfo Veira (Buenos Aires, 29 de maio de 1946) é um ex-futebolista e técnico de futebol argentino. É bastante ligado ao San Lorenzo, onde destacou-se e foi campeão como jogador e técnico, tendo sido eleito inclusive o maior ídolo dos cem anos da instituição, quando esta celebrou em 2008 o seu centenário, a despeito de ironicamente ser torcedor do arquirrival desta equipe, o Huracán (onde também chegou a jogar).[1]

Factos rápidos Informações pessoais, Nome completo ...
Héctor Veira
Informações pessoais
Nome completo Héctor Rodolfo Veira
Data de nasc. 29 de maio de 1946 (78 anos)
Local de nasc. Buenos Aires,  Argentina
Apelido El Bambino
Informações profissionais
Posição Treinador (Ex-atacante)
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos (golos)
1963-1969
1970-1971
1971-1973
1973
1974
1975
1975-1976
1976
1977
1978
San Lorenzo
Huracán
Laguna de Torreón
San Lorenzo
Banfield
Comunicaciones
Sevilla
Corinthians
Universidad de Chile
Oriente Petrolero







20 (4)
Seleção nacional
19651967  Argentina
Times/clubes que treinou
1982
1983-1984
1985-1987
1987-1988
1990-1991
1991
1992-1996
1997-1998
1998-2000
2000-2001
2002-2004
2004-2005
2006
Banfield
San Lorenzo
River Plate
San Lorenzo
Cádiz
Vélez Sarsfield
San Lorenzo
Boca Juniors
 Bolívia
Lanús
Newell's Old Boys
San Lorenzo
Quilmes
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Carreira como jogador

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Em clubes

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Los Carasucias, a jovem e irreverente linha ofensiva do San Lorenzo na década de 1960: Narciso Doval, Fernando Areán, Veira, Victorio Casa e Roberto Telch.

Ponta-esquerda, Veira começou a carreira no próprio San Lorenzo, debutando em novembro 1963.[2] Naquela década, El Bambino Veira formaria uma célebre linha ofensiva no clube, Los Carasucias ("Os Cara-Sujas"), juntamente com Fernando Nano Areán, Narciso Loco Doval, Victorio Manco Casa e Roberto Oveja Telch, marcados pela juventude e eficiência.[3][4] Mas a equipe só chegaria ao título em 1968, e em grande estilo: o elenco deixaria de ser Los Carasucias para virar Los Matadores justamente porque fez do CASLA a primeira equipe a sagrar-se campeã argentina de forma invicta.[5]

Veira, porém, ficaria nos azulgranas somente até o ano seguinte. Em 1970, foi jogar justamente no arquirrival sanlorencista, o Huracán - ironicamente, a equipe em que torcia na infância. Chegou a jogar no Globo ao lado de outros ex-jogadores cuervos, Doval e Alberto Rendo.[1] Veira sobressaiu-se como goleador (foram no total 21 gols em 45 partidas na nova equipe) de uma equipe cheia de irregularidade: em 1970, os quemeros tiveram média de dois gols por jogo, o melhor do ano, com El Bambino anotando 11 nas últimas 12 partidas, mas ficaram longe das primeiras posições.[6] Em 1971, deixou Parque Patricios para jogar no México.

Depois de dois anos no futebol mexicano, onde defendeu o pequeno Santos Laguna, regressou em 1973 à Argentina e ao San Lorenzo. No ano anterior, sua ex-equipe havia tornado-se a primeira a faturar em um mesmo ano os dois torneios que desde 1968 dividiam o campeonato argentino, o Nacional e o Metropolitano.[7] Mas, por ironia, Veira acabaria vendo em 1973 a sua outra ex-equipe, o Huracán, sagrar-se campeã e formar uma equipe mais competitiva.[8] Ele voltaria a deixar Boedo ao final daquele ano, tendo totalizado 67 gols em 128 partidas pelo San Lorenzo.[2]

Nos quatro anos seguintes, passou por cinco equipes, cada uma de um país diferente. Primeiramente, ainda na Argentina, atuou no pequeno Banfield. Depois, passou pelo Sevilla, na Espanha, de onde foi para a Guatemala, onde jogou no Comunicaciones. Da América Central, veio para o Brasil. Inicialmente, vinha para jogar no Palmeiras, mas quem o contratou foi o arquirrival Corinthians.[3] Acabou dando vexame: vindo para ajudar na quebra do jejum de títulos que assolava o alvinegro, participou de apenas 20 partidas e, sem se firmar, foi embora do time.[9] Encerrou a carreira em 1977, ainda com 31 anos, no Universidad de Chile.

Pela seleção

Veira jogou duas vezes pela Argentina, ambas contra a Bolívia. A primeira foi a penúltima partida da Albiceleste nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1966, em um 4 x 1 no Monumental de Núñez,[10] mas acabou não convocado para o mundial da Inglaterra. A segunda foi em 1967, pelo Sul-Americano do ano, em vitória por 1 x 0.[11]

Como treinador

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Perspectiva
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Veira, à direita, com Mauricio Macri, em 2010.

Como técnico, Veira destacou-se especialmente no River Plate, clube em que entrou para a história pelos títulos obtidos 1986: o campeonato argentino e, sobretudo, a primeira Taça Libertadores da América vencida pelos millonarios e a única Copa Intercontinental erguida por eles;[7][12][13] e na sua ex-equipe do San Lorenzo, ganhou o título argentino do Clausura 1995,[7] dado como perdido para o surpreendente Gimnasia y Esgrima La Plata (na última rodada, o CASLA precisava vencer fora de casa o Rosario Central e torcer para o Gimnasia perder em La Plata para o Independiente, sem ambições no torneio - resultados que acabaram acontecendo).[14] Veira é o técnico que mais partidas treinou o San Lorenzo, totalizando 385 jogos [15] em sete passagens diferentes no cargo.[16]

Ele também esteve perto de ser campeão argentino com o Boca Juniors, no Apertura 1997; por um ponto, os xeneizes de Claudio Caniggia e Diego Maradona perderam o título para o arquirrival River Plate, mesmo tendo sofrido apenas uma derrota na campanha (para o Lanús, em plena La Bombonera, justamente na rodada seguinte à vitória boquense sobre o River em pleno Monumental de Núñez - a última partida oficial de Maradona).[17][18] Se o título tivesse vindo, El Bambino não só igualaria o feito ainda único de Alfredo Di Stéfano como único treinador campeão argentino nos dois rivais do Superclásico,[19] como se tornaria o único treinador campeões nos três grandes times de Buenos Aires.

Veira treinou também Banfield, Vélez Sarsfield, Newell's Old Boys, a Seleção Boliviana e o Cádiz (da Espanha), sem resultados excepcionais.

Títulos

Como jogador

San Lorenzo

Como treinador

River Plate
San Lorenzo

Referências

  1. IGLESIAS, Waldemar (novembro de 2009). «Nuestro Bambino». Blog Quemero. Consultado em 18 de julho de 2011
  2. «Héctor Veira». Museo de San Lorenzo. Consultado em 4 de julho de 2011
  3. CARDOSO, Maurício; CERRETTI, Mauro. (5 de março de 1976) Só faltava essa milonga. Placar n. 308. Editora Abril, pp. 6-8
  4. «Falleció Nano Areán, un histórico de San Lorenzo». Canchallena. 4 de julho de 2011. Consultado em 4 de julho de 2011
  5. AZEDO, Maurício; QUADROS, Raul (10 de novembro de 1977). A pose do malandro. Placar n. 394. Editora Abril, pp. 4-6
  6. IGLESIAS, Waldemar (julho de 2008). «Muchos goles, pocos éxitos». Blog Quemero. Consultado em 18 de julho de 2011
  7. BUREN, Mariano (15 de julho de 2011). «Argentina - Coaches of Championship Teams - First Level». RSSSF. Consultado em 18 de julho de 2011
  8. VENÂNCIO, Rafael Duarte Oliveira (16 de setembro de 2010). «Huracán 1973: O único título del Sexto Grande». Futebol Portenho. Consultado em 4 de novembro de 2010
  9. MELO, Tiago (22 de setembro de 2010). «Desculpe, foi engano». Futebol Portenho. Consultado em 18 de julho de 2011
  10. GASPARINI, Guillermo. «Argentina en las eliminatorias mundialistas» (em espanhol). Goles Argentinos. Consultado em 23 de fevereiro de 2011. Arquivado do original em 21 de agosto de 2013
  11. TABEIRA, Martín (12 de agosto de 2009). «Southamerican Championship 1967». RSSSF. Consultado em 18 de julho de 2011
  12. ANDRÉS, Juan Pablo (10 de julho de 2004). «Copa Libertadores - Winning Coaches». RSSSF. Consultado em 18 de julho de 2011
  13. ARRUDA, Marcelo Leme de (15 de janeiro de 2010). «Intercontinental Cup and FIFA Club World Cup - Winning Coaches». RSSSF. Consultado em 18 de julho de 2011
  14. CIULLINI, Pablo Andrés (12 de fevereiro de 2005). «Argentina 1994/95». RSSSF. Consultado em 18 de julho de 2011
  15. «Los que más dirigieron al primer equipo.». Museo de San Lorenzo. Consultado em 21 de julho de 2011. Arquivado do original em 1 de novembro de 2007
  16. «Listado de técnicos del club». Museo de San Lorenzo. Consultado em 21 de julho de 2011. Arquivado do original em 31 de maio de 2011
  17. «River'97». El Gráfico. Consultado em 6 de março de 2011
  18. DICAPUA, Mariano (2 de outubro de 2005). «Argentina 1997/98». RSSSF. Consultado em 18 de julho de 2011
  19. BORINSKY, Diego (Março de 2008). «Di Stéfano: A solas con una leyenda». El Gráfico. Consultado em 5 de fevereiro de 2011
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