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A Gulf Oil foi uma importante empresa petrolífera global em operação de 1901 a 1985.[1] Oitava maior empresa americana de manufatura em 1941 e nona maior em 1979, a Gulf Oil era uma das Sete Irmãs.
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Criação | |
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Extinção | |
Forma jurídica | |
Sede social | |
Sector de atividade | |
Produto | |
Fundador |
William Larimer Mellon Jr. (en) |
Empresa-mãe |
Hinduja Group (en) |
Website |
(en) www.gulfoilltd.com |
Antes de sua fusão com a Standard Oil of California, a Gulf era um dos principais instrumentos da fortuna da família Mellon; tanto a Gulf quanto a Mellon Financial tinham suas sedes em Pittsburgh, Pensilvânia, sendo que a sede da Gulf, a Gulf Tower, era o edifício mais alto de Pittsburgh até a conclusão da U.S. Steel Tower.
A Gulf Oil Corporation (GOC) deixou de existir como uma empresa independente em 1985, quando se fundiu com a Standard Oil of California (SOCAL), com ambas mudando a marca para Chevron nos Estados Unidos. No entanto, o nome da marca Gulf e algumas das divisões de negócios constituintes da GOC sobreviveram. A Gulf passou por um renascimento significativo desde 1990, emergindo como uma rede flexível de interesses comerciais aliados com base em parcerias, franquias e agências. O foco da empresa é principalmente o fornecimento de produtos e serviços downstream para um mercado de massa por meio de joint ventures, alianças estratégicas, acordos de licenciamento e acordos de distribuição.[2]
A Gulf, em sua formação atual, é uma empresa da "nova economia", empregando pouquíssimas pessoas diretamente e com seus ativos principalmente na forma de propriedade intelectual: marcas, especificações de produtos e conhecimento científico. Os direitos da marca nos Estados Unidos são de propriedade da Gulf Oil Limited Partnership (GOLC) – que opera mais de 2.100 postos de serviço e vários terminais de petróleo –, fora dos Estados Unidos, Espanha e Portugal é da Gulf Oil International, empresa do Grupo Hinduja. Na Espanha e em Portugal, a marca Gulf é de propriedade da TotalEnergies.[3]
Em 1901, a associação de um grupo (empreendedores, técnicos e financiadores) realizou a primeira descoberta de petróleo em grande volume da história. A Gulf tem sua origem em 1901, quando Anthony Lucas perfurou o primeiro poço de petróleo em Spindletop, no Texas, Estados Unidos.[4] O poço de Spindletop jorrou às 10h30 da manhã de 10 de janeiro de 1901, dando início a uma produção de 100 mil barris de petróleo por dia e marcando o início da Idade do Petróleo. Assim, consolidou a formação daquela que viria a ser uma das chamadas "Sete Irmãs" do petróleo mundial: a Gulf Oil Corporation. A Gulf foi a primeira empresa a realizar a perfuração de um poço sobre lâmina d'água, em 1910. O sucesso de Spindletop imediatamente desencadeou um crescimento acelerado e resultados financeiros fantásticos que propiciaram à Gulf um ciclo virtuoso de investimentos, riscos e progressos.
Nos vinte anos que se seguiram a Spindletop, o crescimento da Gulf, propulsionado pelo financiamento do grupo Mellon, foi vertiginoso. A empresa expandiu suas atividades em todas as áreas dos Estados Unidos, além de ter entrado no México e na Venezuela. No Texas, tornou-se a maior produtora de óleos lubrificantes e construiu uma rede de oleodutos conectando as áreas de produção às suas refinarias em Port Arthur e Fort Worth, Texas (1911), Bayonne, Nova Jersey (1925), Filadélfia, Pensilvânia (1926), e Sweetwater, Texas (1928).
Em companhia das demais "irmãs" (Shell, Esso, Texaco, Chevron, British Petroleum e Mobil), a marca Gulf consolidou-se junto a consumidores do mundo inteiro, atuando na exploração, produção, transporte marítimo e terrestre, refino de petróleo, petroquímica, gás natural, produção e comercialização de combustíveis, lubrificantes e produtos automotivos e industriais derivados.
A Gulf foi a primeira marca de combustíveis a se preocupar prioritariamente com o conforto e atendimento direto ao consumidor final. Em 1913, inaugurou o primeiro posto de gasolina da história, em Pittsburgh, Pensilvânia. Até então, o que havia era o suprimento em tonéis para entrega a domicílio ou a compra em armazéns; ou ainda algumas bombas primitivas situadas junto à parede de estabelecimentos comerciais em plena rua. Desde 1917, a Gulf já produzia e distribuía aos seus clientes mapas rodoviários locais e brindes promocionais da marca. Foi a criadora do primeiro processo de craqueamento catalítico comercialmente viável, em 1918, o que inaugurou uma nova era no refino de petróleo mundial.
Em 1923, uma refinaria Gulf, em Port Arthur (Texas), inovou os processos de processamento e produção combinada de etileno e isoctil-alcool, um marco do desenvolvimento da indústria petroquímica. Dois anos mais tarde, a Gulf lança o "Gulf Pride", que se tornaria referência no mercado mundial de lubrificantes.
Posteriormente, a companhia inovou na utilização de técnicas de levantamentos aero-sísmicos no Mar do Norte, que vieram a contribuir na localização de submarinos durante a Segunda Grande Guerra, e inaugurou as operações mundiais de exploração comercial de urânio.
Impulsionada pelos sucessos exploratórios nos Estados Unidos, e com a abertura das frentes de investimento no Oriente Médio nos anos 20, a Gulf empreendeu as campanhas exploratórias pioneiras do Barém, Haça, Kuwait e Kuwait-Négede (Zona Neutra). Com o advento do "Acordo da Linha Vermelha" em julho de 1928, a Gulf Oil Corporation foi obrigada a abrir mão de suas concessões na Arábia Saudita em favor da Standard Oil Company of California (SOCAL), em troca de manter com os portfólios de Kuwait e de Barém, que permaneceram como sua principal área exploratória até o final dos anos 70.
Após ter superado a crise norte-americana de 1929, em meio a investimentos pesados na construção de três novas refinarias, a construção de um oleoduto ligando Oklahoma à Ohio, a compra de 450 postos de serviço e ter colocado seus petroleiros Gulfstream à disposição dos aliados durante as duas Grandes Guerras Mundiais, a Gulf ingressou na década de 50 com 32 mil acionistas e 42 mil empregados. Além da produção de petróleo e gás nos Estados Unidos, Venezuela, Kuwait e Canadá, operou 16 mil quilômetros de dutos e uma grande frota de super-petroleiros, obteve o controle de dez refinarias, 36 mil postos de serviço nos Estados Unidos e, aproximadamente, o mesmo número no exterior.
Em 1951, a Gulf possuía a maior unidade de craqueamento catalítico do mundo (em Port Arthur, Texas). Ao mesmo tempo em que desmontou três refinarias obsoletas nos Estados Unidos, a empresa expandiu as refinarias de Port Arthur e Filadélfia, modernizou Toledo e Cincinnati (Ohio), e adquiriu novas refinarias em Purvis (Mississippi), Santa Fe Springs (Califórnia) e Venice (Louisiana). Além disso, ingressou em refino de petróleo na Europa com a construção das refinarias de Milford Haven (País de Gales), Huelva (Espanha - 1968) e Milão, (Itália - 1969).
A Gulf foi uma das primeiras empresas a explorar petróleo nas águas do Golfo do México americano. No final da década de 60, a produção total da empresa (contabilizando Estados Unidos, Venezuela, Kuwait, Canadá, Nigéria, Cabinda, Equador, Colômbia e Bolívia) era de 1,45 milhões de barris por dia, com equivalente capacidade de refino de petróleo ao redor do mundo. Nesta época, a empresa atinge o número de 169 mil acionistas e 58 mil empregados em mais de 50 países, com suas 30 refinarias, figurando na liderança da produção mundial de combustíveis, produtos petroquímicos, plásticos e químico-agrícolas. Nos anos 60 e 70, a Gulf foi pioneira nas descobertas de petróleo e gás natural na Nigéria, Angola (Cabinda), Colômbia, Equador e Bolívia. Em 1968, o então maior super-petroleiro do mundo, Universe Ireland, de 312000 dwt, foi inaugurado para servir a Gulf. Em 1963, em Houston, Texas, a Gulf mais uma vez inovou ao inaugurar a "Gulf Minute", primeira loja de conveniência da história. Nos anos 70, a joint venture Gulf-Goodrich Chemicals foi pioneira na produção de borrachas sintéticas a partir de derivados de petróleo. Foi também a única empresa de petróleo a possuir postos revendedores em todos os estados americanos e canadenses desde 1966.
Em março de 1984, em meio à crise decorrente da nacionalização das reservas de petróleo no Oriente Médio, os acionistas votaram pela venda dos ativos norte-americanos (e refinarias) da Gulf Oil por 13,2 bilhões de dólares pela Chevron. A presença nos mercados da Europa, Oriente Médio e Ásia restaram sob a égide da Gulf Oil Internacional, ainda hoje controlada por acionistas privados de origem variada (Inglaterra, Índia, Península Arábica e Golfo Pérsico, Suíça e França). A Gulf voltou-se, desde então, a focar as atividades de comercialização de produtos e serviços automotivos de alta qualidade, formulação e produção de lubrificantes e aditivos de primeira linha e investimentos em refino, distribuição e revenda em mercados específicos.
Atualmente, a Gulf opera em mais de 100 países, tanto no mercado de combustíveis quanto de lubrificantes.[5] Formula e produz mais de 400 lubrificantes e combustíveis de alta performance, além de outros produtos automotivos e industriais, com fábricas localizadas nos cinco continentes.
A Companhia Brasileira de Petróleo Gulf esteve presente no mercado brasileiro entre 1936 e 1959. O início das operações da Gulf no Brasil deu-se no mesmo ano em que chegaram também a Shell, a Texaco e a Atlantic, e no mesmo ano da fundação da Ipiranga.[6][7]
Até 1959 a Gulf Oil possuía uma ampla rede de postos de abastecimento automotivo, chegou a ter mais de 400 postos de gasolina no Brasil (um colosso para a época), além de sua própria refinaria de petróleo na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Todos os ativos da companhia no Brasil seriam comprados pela Ipiranga em 1959; representou o grande marco da transformação da empresa Ipiranga em um conglomerado nacional de petróleo e combustíveis.[6][7]
A Gulf chegaria a retomar as operações no Brasil no início da década de 1990, quando comprou uma fábrica de lubrificantes na cidade de Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, mas o negócio permaneceu de pouca robustez. Ocorreram problemas de má administração e falta de marketing. Em meados de 2003 a matriz decidiu vender a unidade e cancelar as suas atividades.[7]
Apesar deste revês, em dezembro do ano de 2003, a subsidiária brasileira da Gulf Oil apresentaria um novo projeto de retomada dos negócios no país para a matriz da empresa, na Inglaterra. Em 2004, após décadas de afastamento do país, a Gulf Oil voltou ao Brasil com nova fórmula de negócios. Desta vez a companhia não adquiriu ativos no país, o trabalho ficou restrito ao licenciamento da marca, marketing, fornecimento das fórmulas dos negócios e dos produtos e controle de qualidade. De capital originariamente norte-americano, a companhia centenária hoje tem como principais acionistas investidores europeus, principalmente ingleses, indianos e do Oriente Médio, em sua maioria da Península Arábica; porém, a iniciativa de aumentar os investimentos no Brasil partiu basicamente de um grupo de investidores brasileiros, que aplicavam parte de seus recursos financeiros na compra de ações e títulos negociáveis da empresa no mercado financeiro.[7][8]
As operações começaram com uma fábrica de lubrificantes terceirizada na região de Bauru, interior de São Paulo, operada por uma empresa chamada Ultrax.[7]
Ainda no segundo semestre de 2004 a companhia pretendia começar a investir novamente no ramo de postos de gasolina, em primeiro lugar em áreas da Região Sul e Sudeste do país. Para atrair donos de postos e fazer terem interesse em adotar a bandeira Gulf, a empresa pretendia ofertar o financiamento para a reforma ou construção dos postos; viabilizando financiamentos no mercado internacional a juros abaixo dos praticados no mercado brasileiro.
A holding Novapar | Gulf Brasil é a licenciada exclusiva da marca, formulações, modelos e metodologias da Gulf Oil para o Brasil, e é coordenadora nacional da implantação e a operação das subsidiárias regionais responsáveis pelo suporte, representação comercial e licenciamento de marca junto a revendedores independentes locais. A nova holding brasileira atua também na análise, avaliação e operacionalização dos investimentos diretos da Gulf e seus acionistas no Brasil.[8]
Nos últimos anos a Gulf fez uma parceria com a Fit Combustíveis, proprietária da Refinaria de Manguinhos, na cidade do Rio de Janeiro. A expectativa é que a parceria impulsione a cadeia produtiva já que a Fit é a maior distribuidora de combustíveis para postos de "bandeira branca"[a] do Rio de Janeiro e São Paulo.[4]
A principio, o objetivo da parceria é o eixo formado por Rio de Janeiro-São Paulo, onde se pretende ter mais de 200 postos de combustíveis com a marca Gulf até o final de 2024, com investimentos de quase R$ 700 milhões em todos os ativos da empresa relacionados ao negócio de postos de abastecimento, movimentando cerca de R$ 20 bilhões no mercado brasileiro.[4]
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