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Resultados do Grande Prêmio da Bélgica de Fórmula 1 realizado em Spa-Francorchamps em 7 de junho de 1970. Quarta etapa da temporada, neste dia o mexicano Pedro Rodríguez conquistou a última vitória de sua carreira, guiando então para a BRM.[1][2][nota 1]
Grande Prêmio da Bélgica de Fórmula 1 de 1970 | |||
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28º GP da Bélgica em Spa-Francorchamps | |||
Detalhes da corrida | |||
Categoria | Fórmula 1 | ||
Data | 7 de junho de 1970 | ||
Nome oficial | XXIX Grand Prix de Belgique | ||
Local | Circuito de Spa-Francorchamps, Liège, Valônia, Bélgica | ||
Percurso | 14.100 km | ||
Total | 28 voltas / 394.800 km | ||
Condições do tempo | Ensolarado, ameno, seco | ||
Pole | |||
Piloto |
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Tempo | 3:28.0 | ||
Volta mais rápida | |||
Piloto |
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Tempo | 3:27.4 (na volta 27) | ||
Pódio | |||
Primeiro |
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Segundo |
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Terceiro |
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No intervalo entre as provas de Mônaco e da Bélgica, a Fórmula 1 foi surpreendida pela notícia da morte de Bruce McLaren, piloto neozelandês fundador da equipe que leva seu nome. O triste fato ocorreu em 2 de junho de 1970 no Circuito de Goodwood, Reino Unido, durante um teste para a Can-Am,[3] categoria automobilística popular nos Estados Unidos e Canadá, quando (acredita-se) o motor explodiu e destroçou a carenagem traseira do carro de Bruce McLaren. Sem estabilidade aerodinâmica, o bólido McLaren M8D saiu da pista e atingiu um posto de observação a aproximadamente 290 km/h e, segundo o jornal O Globo, "o piloto foi retirado das ferragens já sem vida".[4] Por conta da morte de seu fundador, a equipe McLaren não participou da prova belga.[5]
Como se não bastasse a dor da perda, a equipe enlutada sofreu outro revés, pois Denny Hulme convalescia após um acidente nos treinos para as 500 Milhas de Indianápolis em virtude de queimaduras em suas mãos.[6]
Representante único da Ferrari nas três primeiras corridas do ano, Jacky Ickx teria ao seu lado na Bélgica o italiano Ignazio Giunti. Em sentido inverso o time de Ken Tyrrell correria somente com Jackie Stewart, pois o francês Johnny Servoz-Gavin decidiu aposentar-se por causa de um problema de visão que o acometia desde sua participação num evento off-road durante o inverno. Quanto à equipe Lotus a mesma decidiu usar o Lotus 72, previamente utilizado na Grande Prêmio da Espanha.[5]
Mudanças à parte, Jackie Stewart conquistou mais um pole position em sua March/Tyrrell com Jochen Rindt confirmando os prognósticos a respeito do Lotus 72 e Chris Amon em terceiro com uma March "original". A Ferrari de Jacky Ickx estava na segunda fila com a Brabham de Jack Brabham, enquanto a fila seguinte contava com Pedro Rodriguez, pela BRM, Rolf Stommelen na segunda Brabham e Ignazio Giunti estreando em oitavo lugar pela Casa de Maranello.[5]
Em 1969 os pilotos, sob a liderança de Jackie Stewart, recusaram-se a correr em Spa-Francorchamps alegando que a pista belga era tão rápida quanto perigosa, raciocínio ilustrado pelo acidente no Grande Prêmio da Bélgica de 1966 quando o próprio Stewart, então na British Racing Motors (BRM), sofreu um acidente e caiu numa vala enquanto a gasolina fluía de seu carro expondo o britânico ao risco de morte por explosão, mas felizmente a ação rápida de Graham Hill salvou a vida de seu compatriota e companheiro de equipe. Agora piloto da March, Stewart capturou a pole position, mas fez valer sua autoridade de campeão mundial ao defender um novo boicote à prova. O motivo? Temor pela vida dos pilotos em caso de chuva, ideia apoiada por Graham Hill e combatida de forma veemente por Jacky Ickx: "Devemos aceitar os riscos que esse trabalho envolve, incluindo o risco de perder sua vida!"; no que foi rebatido por Stewart: "Nós não fazemos esse trabalho para morrer"...[7][6]
Sem chuva, os pilotos alinharam para a prova e no momento da largada Amon tomou o primeiro lugar de Stewart, mas levou o troco no giro seguinte. Determinado, o neozelandês voltou à liderança, mas na quinta volta a surpresa: Pedro Rodríguez pôs sua BRM adiante dos carros da March e liderou tendo Amon atrás de si até a bandeirada final. Na disputa pela terceira posição ficaram pelo caminho por quebra de motor ou falha na embreagem nomes como Jochen Rindt, Jackie Stewart e Jack Brabham, mas quando parecia que Jacky Ickx herdaria a posição, sua Ferrari ficou sem combustível a duas voltas do fim da prova e assim a Matra de Jean-Pierre Beltoise garantiu o último degrau no pódio. Bem posicionada em quarto lugar, a Matra de Henri Pescarolo teve uma pane elétrica e foi ultrapassada pela Ferrari de Ignazio Giunti, quarto colocado em sua estreia na categoria, e pela Brabham de Rolf Stommelen, enquanto Pescarolo, mesmo parado, ainda conseguiu terminar em sexto lugar.[6]
Nesta que foi a última corrida no antigo traçado de 14 km do Circuito de Spa-Francorchamps,[6] Pedro Rodríguez venceu pela última vez em sua carreira enquanto Chris Amon assinalou sua primeira volta mais rápida, algo inédito também para o seu time, a March. Com 10 pontos, o mexicano da BRM estava em terceiro na tabela a três pontos de Jackie Stewart e cinco de Jack Brabham, líder do mundial de pilotos. Dentre os construtores a March tinha 19 pontos, dois de diferença em relação à Brabham e quatro ante a McLaren.[8]
Mesmo com Pedro Rodríguez bem posicionado na classificação, um novo triunfo mexicano na categoria só veio a ocorrer quando Sergio Pérez triunfou no Grande Prêmio de Sakhir de 2020 a bordo de uma Racing Point.[9]
Em comunicado feito no dia 15 de março de 1971 o Real Clube de Automobilismo anunciou o cancelamento do Grande Prêmio da Bélgica previsto para 6 de junho daquele ano. Tal decisão foi motivada pela falta de segurança em Spa-Francorchamps combinada com a falta de recursos financeiros para melhorar as condições da tradicional pista belga,[10] substituída a partir de 1972 por Nivelles e Zolder. O regresso de Spa-Francorchamps ao calendário da Fórmula 1 ocorreria apenas em 1983.
Pos. | Nº | Piloto | Construtor | Voltas | Tempo/Diferença | Grid | Pontos |
---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | 1 | Pedro Rodríguez | BRM | 28 | 1:38:09.9 | 6 | 9 |
2 | 10 | Chris Amon | March-Ford | 28 | + 1.1 | 3 | 6 |
3 | 25 | Jean-Pierre Beltoise | Matra | 28 | + 1:43.7 | 11 | 4 |
4 | 28 | Ignazio Giunti | Ferrari | 28 | + 2:38.5 | 8 | 3 |
5 | 19 | Rolf Stommelen | Brabham-Ford | 28 | + 3:31.8 | 7 | 2 |
6 | 26 | Henri Pescarolo | Matra | 27 | Pane elétrica | 17 | 1 |
7 | 9 | Jo Siffert | March-Ford | 26 | Pressão do combustível | 10 | |
8 | 27 | Jacky Ickx | Ferrari | 26 | + 2 voltas | 4 | |
NC | 14 | Ronnie Peterson | March-Ford | 20 | Não classificado | 9 | |
Ret | 18 | Jack Brabham | Brabham-Ford | 19 | Embreagem | 5 | |
Ret | 23 | Graham Hill | Lotus-Ford | 19 | Motor | 16 | |
Ret | 11 | Jackie Stewart | March-Ford | 14 | Motor | 1 | |
Ret | 21 | John Miles | Lotus-Ford | 13 | Câmbio | 13 | |
Ret | 20 | Jochen Rindt | Lotus-Ford | 10 | Motor | 2 | |
Ret | 2 | Jackie Oliver | BRM | 7 | Motor | 14 | |
Ret | 7 | Piers Courage | De Tomaso-Ford | 4 | Pressão do óleo | 12 | |
Ret | 8 | Derek Bell | Brabham-Ford | 1 | Câmbio | 15 | |
DNS | 22 | Alex Soler-Roig | Lotus-Ford | Poucas voltas no treino | |||
Fonte:[1] |
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