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planta da família Fabaceae Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O amendoim[1] (Arachis hypogaea L.) é uma planta da família Fabaceae. A planta do amendoim é uma planta herbácea, com caule pequeno e folhas compostas e pinadas, contendo quatro folíolos de formato elíptico e com inserção alternada. Possui abundante indumento, raiz aprumada, medindo entre 30–50 cm de profundidade. As flores são pequenas e amareladas e, depois de fecundadas, penetram no solo, com a ajuda de uma estrutura denominada ginóforo e de um fenómeno conhecido como geocarpia, onde os legumes se desenvolvem subterraneamente.[2] O fruto é uma vagem.
Amendoim | |||||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||
Arachis hypogaea |
Amendoim | |
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Valor nutricional por 100 g (3,53 oz) | |
Energia | 567 kcal (2 370 kJ) |
Carboidratos | |
Carboidratos totais | 16.13 |
• Açúcares | 4.72 |
• Fibra dietética | 8.5 |
Gorduras | |
• saturada | 6.279 |
• trans | 0.000 |
• monoinsaturada | 24.426 |
• poli-insaturada | 15.558 |
Proteínas | |
Proteínas totais | 25.80 |
Água | 6.50 |
Cafeína | 0 |
Vitaminas | |
Vitamina A equiv. | 0 µg (0%) |
Tiamina (vit. B1) | 0.640 mg (56%) |
Riboflavina (vit. B2) | 0.135 mg (11%) |
Niacina (vit. B3) | 12.066 mg (80%) |
Ácido fólico (vit. B9) | 240 µg (60%) |
Vitamina B12 | 0.00 µg (0%) |
Vitamina C | 0.0 mg (0%) |
Vitamina E | 8.33 mg (56%) |
Vitamina K | 0.0 µg (0%) |
Minerais | |
Cálcio | 92 mg (9%) |
Ferro | 4.58 mg (35%) |
Magnésio | 168 mg (47%) |
Fósforo | 376 mg (54%) |
Potássio | 705 mg (15%) |
Sódio | 18 mg (1%) |
Percentuais são relativos ao nível de ingestão diária recomendada para adultos. Fonte: USDA Nutrient Database |
O amendoim tem uma grande importância económica, principalmente na indústria alimentar. Algumas variedades produzem grãos com uma grande quantidade de lípidos (de 45 a 50% de lipídios) e têm sido utilizadas para a fabricação de óleo de cozinha. Em várias regiões da África, o amendoim é moído para cozinhar vários pratos da culinária local, que ficam assim mais ricos em lípidos e proteínas. É muito apreciado como aperitivo, torrado ou frito.[3]
A espécie Arachis hypogaea conta com uma grande variedade de nomes comuns, que alternam de país para país:
Amendoim,[1] aráquide[4] ou aráquida,[5] alcagoita (regionalismo algarvio);[6] ervilhana[7] ou arvelhana[8] (regionalismos do Alentejo e do Algarve); amendobi[9][10] (nome antigo);
Amendoí, amendoís, mandobi,[11] mandubi,[12] mendubi,[13] menduí,[14] mindubim[15] e minuim;[3][16]
Amendoim, com o registo Nº MZ/2014/375, no IPI (Instituto da Propriedade Industrial) de Moçambique.[19]
Mancarra[22], jiguba, jinguba, mandubi, manobi, amendubi, amendo mepinda.[3]
O amendoim é uma planta originária da América do Sul[3] (Brasil e países fronteiriços: Paraguai, Bolívia e norte da Argentina), na região compreendida entre as latitudes de 10º e 30º sul, com provável centro de origem na região do Chaco, incluindo os vales do Rio Paraná e Paraguai.[3]
A difusão do amendoim iniciou-se para as diversas regiões da América Latina, América Central e México. No século XVIII foi introduzido na Europa. No século XIX difundiu-se do Brasil para África e do Peru para as Filipinas, China, Japão e Índia.
Na pendência do século XVI, os portugueses descobrem o amendoim no Brasil, onde já era cultivado pelos ameríndios nativos, tendo-o ulteriormente introduzido em Portugal, no século XVIII, e posteriormente em África, no século XIX.[25]
Com efeito, Gabriel Soares de Sousa, no Tratado Descritivo do Brasil de 1587, discorre sobre o amendoim, nos seguintes termos[25]:
“ | «Dos amendoins temos que dar conta particular, porque é coisa que se não sabe haver senão no Brasil, os quais nascem debaixo da terra, onde se plantam à mão, a um palmo um do outro: as suas folhas são como as dos feijões de Espanha, e tem os ramos ao longo do chão. E cada pé dá um grande prato destes amendoins, que nascem nas pontas das raízes, os quais são tamanhos como bolotas, e têm a casca da mesma grossura e dureza, mas é branca e crespa, e têm dentro de cada bainha três e quatro amendoins, que são da feição dos pinhões com casca, e ainda mais grossos.
Têm uma tona parda, que lhes sai logo como a do miolo dos pinhões, o qual miolo é alvo. Comestos (comidos) crus têm sabor de gravanços (grãos-de-bico) crus, mas comem-se assados e cozidos com casca, como as castanhas, e são muito saborosos, e torrados fora da casca são melhores. De uma maneira e de outra é esta fruta muito quente em demasia, e causam dor de cabeça, a quem come muitos, se é doente dela. Plantam-se estes amendoins em terra solta e húmida, na qual planta e benefício dela não entra homem macho: só as índias os costumam plantar, e as mestiças; e nesta lavoura não entendem os maridos, e têm para si que se eles ou seus escravos os plantarem, que não hão-de nascer. Desta fruta fazem as mulheres portuguesas todas as coisas doces, que fazem das amêndoas, e cortados os fazem cobertos de açúcar, de mistura com os confeitos. E também os curam em peças desligadas e compridas, que fazem pinhoadas. |
” |
O consumo mais popular do amendoim se dá das seguintes formas: como manteiga de amendoim (em sanduíches, doces ou consumido puro), torrados,[3] cozidos ou crus. A principal utilização da manteiga de amendoim é em casa, mas grandes quantidades são também utilizadas na produção comercial de sanduíches, doces e produtos de panificação. Também é largamente utilizado como recheio ou componente de chocolates e bombons. No Brasil, vários produtos alimentícios têm como base o amendoim: paçoca de amendoim, pé-de-moleque, doce de amendoim, entre outros. Também é consumido como principal ingrediente de bolos,[3] gelados[3] e sorvetes.
Óleo de amendoim é frequentemente utilizado na culinária, porque tem um sabor suave e queima a uma temperatura relativamente elevada. O amendoim também é usado para a alimentação de aves de jardim. Os amendoins têm uma variedade de usos finais industriais. Tintas, vernizes, óleos lubrificantes, roupas de couro, polidor de móveis, inseticidas e nitroglicerina são feitos de óleo de amendoim. Alguns processos de saponificação utilizam óleo de amendoim, assim como a produção de diversos cosméticos. A porção de proteínas do óleo é usado na fabricação de algumas fibras têxteis.
As cascas de amendoim são aproveitados na fabricação de plástico, gesso, abrasivos, e combustível. Eles também são usados para fazer celulose (rayon e utilizado em papel) e mucilagem (cola). A parte aérea da planta de amendoim é utilizada para fazer feno. O bolo de proteína (farelo de bagaços), resíduo do processamento do óleo, é usado na alimentação animal e como fertilizante do solo. Também pode ser usado, como outros legumes e grãos, para fazer um leite sem lactose, como bebida, o leite de amendoim.
O amendoim pode ser usado para suprir as necessidades diárias de proteína que nosso organismo necessita, porém é necessário combiná-lo com outros alimentos tais como: cereais integrais (supre a deficiência de metionina), legumes (supre a deficiência de lisina e treonina) ou com levedura de cerveja (supre a deficiência de metionina e treonina) (Pamplona, p. 235).[26] O amendoim é pobre em metionina, lisina e treonina, por isso esse cuidado (ibid.).[26]
A Argentina é a maior produtora de amendoim na América Latina e a 9ª maior do mundo. No Brasil, se produz um doce à base de amendoim moido, açúcar e sal, conhecido como paçoca. Na Colômbia, a semente é consumida de diversas formas: frito (cristalizadas, frito com e sem casca, com e sem sal), torrados, com ou sem casca, e cristalizada. Neste último caso, cristalizadas caramelo, vermelho é a cor vermelha natural da casca. Ele também é usado para fabricar o Nougat de Amendoim embebido em caramelo.
No Chile, é normalmente vendido como um lanche, preparado ou industrial, de artesanato ou em estações de serviço, também em supermercados, quiosques e lojas de conveniência, entre outros. Além disso, em quase todos os cantos das áreas do centro turísticas ou comerciais. Cuba também o tem como um alimento bem popular, sendo vendido nas ruas pelos chamados "Manisero", que torram as sementes e as vendem embaladas nos famosos "cones de amendoim", popularizado pela canção de Moisés Simons, "El manisero"
Na Espanha, a semente é consumida crua ou assada, então chamada de "Panchito", embora seja geralmente conhecido popularmente como "cacahuetes" ou "cacau". Nas Ilhas Canárias são chamados de Maní. No México, é comum encontrá-los em diferentes formas, como aperitivo ou lanche (salgado,tipo japonês, caramelizados, picantes, etc.) Ou como um doce altamente nutritivo tradicional feito com amendoim e mel chamado "pé de cabra" ou "fricassé" (você também pode fazer com outras sementes, sementes de abóbora) e, até mesmo, como marzipã de amendoim. Ele também é usado para preparar vários pratos, como frango ao molho de amendoim.
No Equador, é um alimento amplamente consumido, que tem uma forte presença em algumas províncias costeiras e da província de Manabí, onde seu uso é essencial na preparação de pratos como frutos do mar viche os pratos corviche e outros feitos com bananas. Da mesma forma, utilizada na culinária do Equador para preparar bolinhos de peixe, cozidos, guatita, etc. É comercializado como um lanche em uma escala industrial em diversas formas: sal, mel, pimenta etc.
No Peru, também é um alimento popular que pode ser encontrado em várias apresentações e preparações, confit doces e salgados artesanais e industriais com caramelo de enchimento para chocolates etc . Também é usado na preparação de um prato chamado "patinhas com amendoins." Na Venezuela e, provavelmente, em outros países, se usa amendoim com nozes e grãos diversos na decoração da mesa na véspera de Natal ou como um lanche para as crianças na escola.
O estado de São Paulo concentra mais de 90% da produção brasileira de amendoim, sendo que o Brasil exporta cerca de 30% do amendoim que produz.[27]
A produção mundial de amendoins no ano de 2018, de acordo com dados da FAOSTAT, foi de aproximadamente 45,9 milhões de toneladas. A China lidera como maior produtor mundial, com 37,7% do volume produzido no mundo. O ranking dos principais produtores mundiais está listado a baixo:
Produção em toneladas
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Classificação | País | Produção (ton) | Porcentagem | ||
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1.º | China | 17 332 600 | 37,7% | ||
2.º | Índia | 6 695 000 | 14,6% | ||
3.º | Nigéria | 2 886 987 | 6,3% | ||
4.º | Sudão | 2 884 000 | 6,3% | ||
5.º | Estados Unidos | 2 477 340 | 5,4% | ||
6.º | Myanmar | 1 599 149 | 3,5% | ||
7.º | Tanzânia | 940 204 | 2,0% | ||
8.º | Argentina | 921 231 | 2,0% | ||
9.º | Chade | 893 940 | 1,9% | ||
10.º | Senegal | 846 021 | 1,8% | ||
11.º | Guiné | 770 105 | 1,7% | ||
12.º | Níger | 594 162 | 1,3% | ||
13.º | Camarões | 594 019 | 1,3% | ||
14.º | Brasil | 563 347 | 1,2% | ||
15.º | Gana | 521 032 | 1,1% | ||
Total | 45 950 900 | 100% |
O valor bruto da produção mundial, no ano de 2016 foi de aproximadamente 26,84 bilhões de dólares.[28]
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