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dois ou mais irmãos que nascem de uma mesma gestação, podendo ser idênticos ou não Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Gêmeos[1] (português brasileiro) ou gémeos[2] (português europeu) são dois ou mais irmãos que nascem de uma mesma gestação, podendo ser idênticos ou não.[3][4] Os gémeos podem ser monozigóticos ('idênticos'), o que significa que se desenvolvem a partir de um zigoto, que se divide e forma dois embriões, ou dizigóticos ('não idênticos' ou 'fraternos'), o que significa que cada gémeo se desenvolve a partir de um óvulo separado e cada óvulo é fertilizado por seu próprio espermatozóide.[5] Em casos muito raros, os gémeos podem ter a mesma mãe e pais diferentes (superfecundação heteropaterna). Apesar de não haver uma estatística precisa, estima-se que uma gravidez dentre cada 85 seja gemelar.
Os gémeos devem nascer às 37 semanas de gestação para minimizar os riscos de morte fetal e neonatal, conclui um estudo publicado em 2016 no British Medical Journal, que se baseia em mais de 35 mil partos. O estudo baseia-se nos resultados de 32 estudos realizados durante 10 anos que abrangem 29,6 mil gravidezes gemelares dizigóticas e 5,4 mil monozigóticas.[6]
Os gêmeos dizigóticos, ou fraternos, são formados a partir de dois óvulos. Nesse caso são produzidos dois ovócitos e esses são fecundados por dois espermatozóides, formando assim, dois embriões. Quase sempre são formados em placentas diferentes e não compartilham o mesmo saco amniótico. Os gêmeos fraternos não se assemelham muito entre si, podem ter ou não o mesmo fator sanguíneo e podem ser do mesmo sexo ou não. Também são conhecidos como gêmeos diferentes. Na verdade são dois irmãos comuns que tiveram gestação coincidente. Representam 66% de todas as gestações gemelares, e neste tipo de gestação, um terço tem sexos diferentes, enquanto dois terços o mesmo sexo. Um em cada um milhão de gêmeos deste tipo têm cores diferentes, mesmo sendo do mesmo pai. É possível gêmeos fraternos terem pais diferentes, este fenômeno é conhecido como superfecundação heteropaternal,[7] sua ocorrência é possível se a mulher liberar dois óvulos durante o mesmo ciclo e ambos forem fertilizados por dois homens diferentes, como resultado de relações sexuais num intervalo menor que 48 horas.[carece de fontes]
Irmãos nascidos da mesma gravidez e desenvolvidos a partir de dois óvulos que foram liberados do ovário simultaneamente e fertilizados na mesma relação sexual, porém podem ser concebidos de cópulas distintas, mas daquela mesma ovulação dupla. Podem ter ou não o mesmo sexo, se diferenciam tanto fisicamente como em sua constituição genética e possuem duas placentas e duas membranas independentes e bem diferenciadas. Podem ser filhos de pais diferentes.[8]
A frequência dos gêmeos dizigóticos varia de acordo com a origem étnica (máxima incidência nas populações negras, mínima nas asiáticas e intermediária nas brancas), a idade materna (máxima quando a mãe tem de 35 a 39 anos) e a genética, com uma maior incidência da linha genética materna que da paterna, ainda que os pais possam transmitir a predisposição à dupla ovulação a seus filhos. Em geral, a proporção global é de dois terços de gêmeos dizigóticos para um de monozigóticos (ou seja, os gêmeos idênticos).
Quando um óvulo é produzido e fecundado por um só espermatozóide e se multiplica em duas culturas de células completas, origina os gêmeos monozigóticos ou idênticos/univitelinos, os quais possuem o mesmo genoma. Apenas um terço das gestações são de gêmeos univitelinos. Apesar de serem considerados clones e possuírem o mesmo DNA, gêmeos idênticos não possuem as mesmas impressões digitais devido a que, mesmo num pequeno espaço dentro do útero materno, eles têm contatos com partes diferentes desse ambiente.[9]
Os gêmeos sesquizigóticos, ou semi-idênticos, são extremamente raros. Acontecem quando um óvulo é fecundado simultaneamente por dois espermatozoides antes de ser dividido. Assim, este óvulo resultará em três conjuntos de cromossomos, em vez de dois - um da mãe e dois do pai - e ambos estarão na mesma placenta.[10] São chamados de semi-idênticos pois ambos são idênticos por parte de mãe, mas compartilham apenas uma parte do DNA do pai — estando, assim exatamente no meio entre “gêmeos idênticos” e “gêmeos fraternos”. O problema é que três conjuntos de cromossomos são "tipicamente incompatíveis com a vida, e os embriões não costumam sobreviver" e por isso os casos são raros: para sobreviver, a única chance é que aconteça como no caso dos monozigóticos: o óvulo se multiplicar em 2.[11]
Os gêmeos xifópagos ou siameses são monozigóticos, ou seja, formados a partir do mesmo zigoto. Porém, nesse caso, o disco embrionário não chega a se dividir por completo, produzindo gêmeos que estarão ligados por uma parte do corpo, ou têm uma parte do corpo comum aos dois. O embrião de gêmeos xifópagos é, então, constituído de apenas uma massa celular, sendo desenvolvido na mesma placenta, com o mesmo saco aminiótico.
Estima-se que dentre 40 gestações gemelares monozigóticas, uma resulta em gêmeos interligados por não separação completa. Num outro tipo de gêmeos xifópagos (hoje sabidamente mais comum) a união acontece depois, ou seja, são gêmeos idênticos separados que se unem em alguma fase da gestação por partes semelhantes: cabeça com cabeça; abdômen com abdômen; nádegas com nádegas, etc. Ao ver-se alguma notícia de gêmeos que foram "separados" por cirurgia, trata-se de um caso desses.
O termo "siameses" originou-se de uma famosa ocorrência registrada desse fenômeno: os gêmeos Chang e Eng, que nasceram no Sião, atual Tailândia, em 1811, colados pelo ombro. Eles casaram, tiveram 22 filhos e permaneceram unidos até o fim de seus dias, tendo falecido com um intervalo de 3 horas um do outro.
O maior grau de gemelidade em que todos os bebês nasceram e se conservaram vivos é nove (nônuplos). Em 4 de maio de 2021, a malinense Halima Cisse deu à luz, no Marrocos, a nove crianças por parto cesáreo, após uma gestação de 30 semanas. Segundo um comunicado do Ministério da Saúde do Mali no dia do nascimento, "os recém-nascidos (cinco meninas e quatro meninos) e a mãe estão todos bem".[12][13][14]
Em 1971, a australiana Geraldine Brodrick também havia dado à luz nove gêmeos, mas todos faleceram em menos de seis dias. Era dela a marca, no Guinness, de “mais crianças nascidas em um único parto”.[15]
No mundo inteiro há o registro de apenas dois grupos de óctuplos. O primeiro caso ocorreu em dezembro de 1998 no Texas, EUA,[16] e o outro em janeiro de 2009 na Califórnia.[17] No primeiro caso, sobreviveram sete crianças e no segundo, as oito.[18]
Em 24 dezembro de 2018, na Itália, um gémeo nasceu com menos de seis meses de gestação, pesando 800 gramas. A placenta partilhada pelos irmãos ficou intacta e só em 22 de fevereiro de 2019 nasceu a irmã, com três quilos, no oitavo mês de gestação.[19]
Em novembro de 2014, no Guarujá, São Paulo, uma mulher teve dois bebês, que estavam em placentas diferentes, com quatro dias de intervalo.[20]
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