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administrador colonial português Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Garcia d´Ávila (São Pedro de Rates, 1528 – Salvador, 20 de maio de 1609)[1][2][3][4] foi um administrador colonial português , fundador do que se tornaria o maior latifúndio do mundo,[5] sediado na Casa da Torre, Praia do Forte. Seu latifúndio atingiu um total de 800 mil quilômetros quadrados de área, em sua maior parte não cultivados.[4] As gerações do Morgado da Torre participaram do processo de povoamento do semiárido brasileiro.[4]
Garcia d´Ávila | |
---|---|
Nascimento | 1528 São Pedro de Rates |
Morte | 20 de maio de 1609 (81 anos) Salvador |
Residência | Brasil (Casa da Torre) |
Cidadania | portuguesa |
Progenitores | |
Parentesco | João de Sousa |
Filho(a)(s) | Isabel d’Ávila |
Ocupação | Explorador e administrador |
Serviu na Índia e chegou à Bahia em 29 de março de 1549 com Tomé de Sousa (de quem segundo algumas fontes seria filho ilegítimo),[6] primeiro governador geral do Brasil, sendo nomeado, no dia 1 de junho, "feitor e almoxarife da Cidade do Salvador e da Alfândega".[5] Era um cargo sem ordenado, arriscando-se a viver dos azares do negócio, tendo apenas "os prós e percalços que lhes diretamente pertencerem". Como os soldos e serviços eram pagos geralmente em mercadorias e muito raramente em dinheiro, Garcia D'Ávila recebeu, em 15 de junho, seu primeiro pagamento - duas vacas, por 4$ -, assim começando sua longa jornada de sucesso. Trabalhou com esforço austero e inexcedível energia durante a construção de Salvador e instalou-se inicialmente em Itapagipe, depois em Itapuã, vindo a se tornar um dos primeiros bandeirantes do Norte.[7]
Garcia d'Ávila nunca se identificou como filho de Tomé de Sousa[4] porque a lei portuguesa proibia que capitães-mores e governadores doassem sesmarias a seus familiares. Sobre Garcia d'Ávila, o padre Manuel da Nóbrega escreveu: "parecendo-me ainda estar Tomé de Sousa nesta terra".[4] Garcia era um nome comum na família de Tomé de Sousa, por sua vez filho de João de Sousa, abade de Rates, e descendente de Martim Afonso Chichorro e do rei Afonso III de Portugal.
Tomé de Sousa doou a Garcia d'Ávila catorze léguas de terras de sesmaria que lhe haviam sido outorgadas pelo rei Dom Sebastião. Estas terras iam de Itapuã até o Rio Real e Tatuapara, pequeno porto cinquenta metros sobre o nível do mar. Foi lá que Garcia d’Ávila, após ter vencido as tribos indígenas existentes ao norte de Salvador, ergueu sua Casa da Torre em 1550. Em 1557, já era o homem mais poderoso da Bahia.[8]
Grande desbravador, no final do século XVI sua propriedade já era a maior do Brasil, a se estender do rio Itapicuru no norte ao Rio Jacuípe no Sul. Administrava seu latifúndio da Casa da Torre em Tatuapara, arrendando sítios a terceiros e fazendo uso de procuradores e ameríndios aculturados e libertos.[6]
Seu herdeiro foi Francisco Dias d’Ávila Caramuru, filho de sua filha Isabel d’Ávila (tida com uma índia) e de Diogo Dias, filho de Vicente Dias e Genebra Álvares e neto de Caramuru e Paraguaçu.[5]
Trouxeram para o Brasil o gado nelore; Garcia D'Ávila ergueu a primeira casa fortificada do Brasil e única construção das Américas com características medievais[9][5], também referida como Torre Singela de São Pedro, Castelo de Garcia d'Ávila, Torre de Garcia d'Ávila, ou ainda como Forte de Garcia d'Ávila, na atual Praia do Forte a 80 km de Salvador, Bahia, que também foi sua residência e de sua família, além de fazer as vezes de forte. Historicamente, estão entre os primeiros sertanistas do Brasil. A fazenda ia de praia do forte até o Maranhão, perfazendo um total de 800 mil quilômetros quadrados, 1/10 do território brasileiro de hoje, o que equivale às áreas, somadas, de Portugal, Espanha, Holanda, Itália e Suíça,[10] sendo um dos maiores (senão o maior) latifúndios da história.
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