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Planta Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Galium aparine é uma espécie de planta com flor silvestre, pertencente à família Rubiaceae.
Galium aparine | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Galium aparine L. |
A autoridade científica da espécie é L., tendo sido publicada em Species Plantarum 1: 108. 1753.[1]
Dá pelos seguintes nomes comuns: amor-de-hortelão,[2] erva-peganhosa[3], pegamaço, rapa-saias[4] e raspa-línguas.[5][6]
Do que toca ao nome científico, Discórides, designou esta planta Galium, que é um derivado da palavra grega para leite galacto, por causa do uso desta planta pelos pastores gregos para fazer coadores de leite, para fazer queijo.[7]
Aparine, o epíteto desta planta, é dado por Teofrasto e deriva do étimo grego que evoca as ideias de «agarrar-se a», «pegar-se a», «colar-se a» (alguma coisa).[7]
O nome comum «amor-de-hortelão» poderá estar relacionado com o facto desta planta ser um bom indicador dos níveis de fosfato e de azoto do solo, indicando que os mesmos têm boa aptidão para serem cultivados. Também pode ser um nome irónico, tendo em vista o tendência desta planta para assobalhar as outras culturas, sendo capaz de menoscabar as colheitas na ordem dos 30 aos 60%.[8] Os seus efeitos perniciosos advém da concorrência pelo hidrogénio dos solos.[9]
Os nomes comuns «erva-peganhosa», «pagamassa» e «pegamaço» são, naturalmente, alusões às propriedades colantes da planta, que por causa das sedas ou pêlos gancheados que a revestem, se agarra ou pega às superfícies.[10]
Os nomes comuns «rapa-saia» e «raspa-línguas» são alusões ao tacto escábrido ou áspero da planta, que rapa ou raspa na superfície das coisas.[11]
O amor-de-hortelão é uma planta herbácea terófita ou anual, multicaule e trepadora, com caules prostrados, frequentemente robustos, pilosos nos nós intumescidos, podendo atingir os 80 a 180 centímetros de comprimento. Tem folhas sésseis com seis a nove verticilos de forma oblonga-ovada ou oblongo-elipticas, terminando numa ponta rígida e não muito longa. As folhas são uninervadas e medem entre 12 a 60 milímetros de comprimento e 3 a 8 milímetros de largura. Há pêlos voltados em sentido ascendente na face superior das folhas.[12]
Os amores-de-hortelão, como sói de ser com o grosso das plantas terófitas, têm um plexo de raízes pouco desenvolvido. Em todo o caso, as raízes arraigam-se até aos 35 centímetros de profundidade.[13]
As inflorescências são multifloras e podem rondar dos 68 aos 85 centímetros, podem ser piramidais ou oblongas, com eixo sensivelmente retorso. Apresenta pequenas flores brancas dispostas em cimeiras axilares. Trata-se de flores hermafroditas, geralmente tetrâmeras, com pedicelos de 0,1 a 4,5 milímetros, menores ou quase iguais ao diâmetro da corola. A corola, por seu turno, tem 1,5 a 3 milímetros de diâmetro, é rotácea, tem quatro lóbulos erectos, é glabra e branca. Tem quatro estames e dois carpelos que se transformam no gineceu.[12]
Floresce de Março a Junho.[4]
Os frutos são verde-escuros ou arroxeados e revestem-se de pêlos ou sedas densas e uncinadas (em forma de gancho).[3]
Os frutos secos têm 3 a 5 milímetros de comprimento e são sempre mais largos na ponta do que no pedúnculo.[14] Os frutos pesam entre 7 e 9 milígramas e as sementes pesam à volta de 3,7 milígramas.[12]
Esta espécie é nativa da Europa em geral, salvo as regiões mais setentrionais, Norte de África, Macaronésia e na Ásia Menor.[15] É uma espécie invasora numa infinidade de territórios, como por exemplo nos Açores,[14] na América do Sul, no Reino Unido e na Oceania.[16][17]
Trata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente os seguintes táxones infraespecíficos:[18]
Em Portugal Continental, é natural, mais concretamente das regiões do Noroeste ocidental, do Noroeste montanhoso, da Terra Quente transmontana, do Centro-Oeste calcário, do Centro-Oeste olisiponense, do Centro-Leste montanhoso, do Centro-Leste de campina, do Centro-Sul plistocénico, do Sudeste Setentrional, do Sudeste Meridional e do Sudoeste Setentrional.[4]
Em Portugal Continental, a subespécie espúria do amor-de-hortelão, é natural das regiões da Terra Quente e da Terra Fria transmontanas, do Centro-Oeste calcário, do Centro-Sul miocénico e do Centro-Sul plistocénico.[4]
Do que respeita ao seu habitat, trata-se de uma espécie ruderal (ou seja cresce espontaneamente à volta das habitações humanas ou em baldios ou escombros).[19][4]
A subespécie aparine, dá-se melhor na orla de vegetação ripícola, se bem que também medra entre sebes, florestais aluviais, nas orlas de courelas, ermos, monturos, ao pé do burgau do leito dos rios e outros locais quejandos. Em locais com alguma humidade e com boa qualidade de nitrogénio e fosfatos. A presença do amor-de-hortelão é um bom indicador da presença de solos nítricos. Dá primazia a solos com pH entre os 5.5 e os 8.0.[20]
As suas necessidades de insolação são muito versáteis, pelo que consegue prosperar com níveis de insolação na ordem dos 4% aos 100%.[21]
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