Top Qs
Linha do tempo
Chat
Contexto
Gás de xisto
gás natural Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Remove ads
Remove ads
O gás de xisto ou gás não-convencional é um gás natural encontrado no interior de um tipo poroso de rocha sedimentar denominado xisto argiloso. Basicamente, possui a mesma composição química do petróleo, porém seu invólucro e modo de produção são diferentes.

Bacias com recursos estimados
Bacias com recursos não estimados
Países estudados
Países não estudados
Comprimido no interior da rocha sedimentar porosa, o gás de xisto é explorado através de uma tecnologia denominada fraturamento hidráulico: uma técnica que utiliza as fraturas produzidas pela alta pressão hidráulica e introdução de água, areia e uma mistura de produtos químicos, sendo alguns tóxicos, no interior do reservatório, o que permite que o gás flua e seja extraído. Tal precisão requer uma tecnologia avançada de fraturamento hidráulico de rochas para exploração das zonas que englobam o gás.
A extração do gás de xisto é polêmica, pois o processo de fraturamento hidráulico pode provocar a contaminação de lençóis freáticos e da água destinada ao consumo humano. O risco ambiental envolvido na extração do gás, que ocorre com a utilização de uma mistura tóxica de aproximadamente 600 produtos químicos, é considerável, e não há estudos que comprovem que a tecnologia usada na extração não ofereça riscos.[1] Em 2014, foi anunciado o re-fracking, como um aperfeiçoamento dessa técnica que possibilitaria voltar a explorar poços antigos, já abandonados (chamados vintage), proporcionando às empresas petroleiras uma redução dos custos da ordem de 90% na exploração de gás de xisto e outros combustíveis fósseis.[2] A extração do gás também causam terremotos.[3]
Remove ads
História do gás de xisto
Resumir
Perspectiva
O conhecimento e utilização do xisto como um recurso energético data do final do século XVIII, quando na costa leste dos Estados Unidos, com pequenas usinas que extraíam petróleo de xisto. Isto mesmo, a primeira exploração do xisto como fonte energética, foi o petróleo de xisto. Já o gás de xisto, teve seu início em 1920 na antiga União Soviética, numa região onde hoje está a Estônia, onde foram implantadas fábricas de alcatrão, benzina e gás. A cidade de Tallinn era iluminada com o gás de xisto, vindo do município Kohtla-Järve.
No Brasil, a primeira tentativa de se utilizar o xisto como fonte energética foi na cidade de Codó (MA) por Gonzaga Campos, no final do século XIX, que montou uma destilaria para fornecer gás à cidade de São Luís. Tal tentativa fracassou e após muitos anos, em 1922, São Luís foi iluminada durante quase um mês com gás, resultado do xisto processado em Codó.[4]
Em 1881, no Vale do Paraíba, no estado de São Paulo, teve o surgimento de um empreendimento para fornecer gás à cidade de Taubaté. No começo teve algum sucesso, mas logo acabou fracassando após troca de proprietário, investimento sem retorno e deficiência técnica. Após o fracasso, o gás de xisto foi esquecido. No ano 2000, a produção americana de gás de xisto passou de zero para 1⁄4 do gás natural e deverá chegar à metade em meados de 2030, de acordo com dados do Instituto de Políticas Públicas James A. Baker, da Universidade Rice em Houston, no Texas.[5]
Remove ads
Reservas de gás não-convencional no mundo
Resumir
Perspectiva
O volume total de reservas de gás não-convencional no mundo é de aproximadamente 5 975 trilhões de pés cúbicos. Essas reservas estão geograficamente distribuídas como segue:
Jazidas de xisto no Brasil
Algumas bacias sedimentares com potencial de gás não convencional no território brasileiro são Bacia do Parnaiba (xisto cretáceo da formação Codó - Maranhão), Bacia do Recôncavo, Bacia do São francisco (xisto permiano da formação Santa Brígida - Bahia), Bacia Parecis (xisto permiano da formação Irati), Bacia do Paraná (xisto permiano da formação Irati) e Bacia da Foz do Amazonas (xisto devoniano da formação Curuá no Pará, Amazonas e Amapá).[6][7]
Jazida de xisto na Argentina
A maior reserva de xisto argentino está em Vaca Muerta ( Bacia de Neuquén ).[8]
Jazida de xisto nos Estados Unidos

A maior reserva de xisto americano é a formação de Green River que se estende entre três estados americanos Colorado, Wyoming, e Utah. Temos ainda jazida em Mowry, Niobrara, Baxter, Mancos, Monterey, McClure, Cane Creek, Hovenweep Lewis e Mancos, Pierre, Palo Duro, Barnett, Pearsall, Woodford, Haynesville/ Bossier, Caney and Woodford, Fayetteville, Floyd e Conasauga/Neal, Chattanooga, Huron, Marcellus, Utica, Horton Bluff, Antrim, New Albany, Excello/Mulky, Bakken, Gammon.[9][10]
Remove ads
Gás de Xisto por país
A tabela abaixo é baseada em dados recolhidos pela agência Administrativa de Informação sobre Energia do Departamento de Energia dos Estados Unidos.[11]
Compostos químicos usados na extração do gás de xisto
Resumir
Perspectiva
Parte dos compostos químicos atualmente usados na extração do gás de xisto está sob segredo industrial, o que tem gerado incerteza e preocupações sobre seus possíveis impactos ambientais. [carece de fontes] Entre 2005 e 2009, os mais usados, como aditivos do fluido do fraturamento hidráulico, foram:[12]
- Metanol (álcool metílico)
- Isopropanol (álcool isopropílico, Propan-2-ol)
- Sílica cristalina - de quartzo (SiO2)
- Etileno-glicol de éter monobutílico (2-butoxietanol)
- Etileno-glicol (1,2-etanodiol)
- Destilados de petróleo leve tratados com hidrogénio
- Hidróxido de sódio (soda cáustica).
A Tabela 1 lista esses produtos químicos tóxicos e sua frequência de uso.
Remove ads
Impactos ambientais da extração do gás de xisto
Resumir
Perspectiva
A extração e uso do gás do xisto pode produzir danos ambientais decorrentes do vazamento de produtos químicos utilizados na extração, incluindo a contaminação das águas superficiais e subterrâneas, além da liberação de gases de efeito estufa durante a extração e da poluição causada pelo processamento inadequado do gás natural. A dificuldade de evitar a poluição deve-se sobretudo à grande variação das características da extração, mesmo entre os poços de um mesmo projeto. Assim, os processos que reduzem significativamente a poluição em uma extração podem não ser suficientes em outra.[13]
Em 2013, o Parlamento Europeu tornou não obrigatória a avaliação de impacto ambiental para as atividades de exploração do gás do xisto, que passaram a ser sujeitas às mesmas regras de extração de outros gases .[14]
Emissões e tremores
Em maio de 2010, o Conselho dos Presidentes de Sociedades Científicas, entidade que congrega cerca de 1,4 milhão de cientistas, alertava em carta ao presidente Obama que a política nacional de incentivo ao gás de xisto seria temerária, dada a falta de maior embasamento científico, e que a atividade poderia ter um impacto no aquecimento global bem maior do que o anteriormente estimado.[15]
De fato, em fins de 2010, a Agência de Proteção Ambiental Norte-americana, em seu relatório de atualização sobre as emissões de gases de efeito estufa da indústria de óleo e gás nacional concluía que a extração de gás de xisto emite mais metano que a extração do gás convencional.
No ano seguinte, um estudo publicado na Climatic Change Letters, previsível e vigorosamente contestado pela indústria, aponta que a produção de eletricidade com gás de xisto emite tanto ou mais gases de efeito estufa ao longo de seu ciclo produtivo quanto àquela baseada em gás ou carvão.
Pesam ainda sobre a atividade a suspeita de ter culpa no cartório no aumento significativo na frequência de tremores de intensidade igual ou superior a 3 na escala Richter na região central do continente norte-americano. O serviço geológico dos Estados Unidos, coletando dados desde 2001, concluiu que a atividade sísmica na região, em 2011, seria seis vezes superior à média do século XX.
Um pesquisador[quem?] do Centro para Pesquisa e Informação sobre Terremotos dos EUA, da Universidade de Memphis, opina que a injeção de água em falhas geológicas tende a causar sismos devido ao escorregamento das mesmas. Há pelo menos um caso de sismo inequivocamente relacionado à extração de gás de xisto, no noroeste da Inglaterra, em 2011. Ele levou a empresa Cuadrilla Resources a suspender todas as suas operações.[carece de fontes]
Remove ads
Referências
- SANTIAGO, Emerson (25 de maio de 2013). «Gás de xisto». InfoEscola
- Refracking brings 'vintage' oil and gas wells to life. Reuters, 20 de agosto de 2014.
- Heracto Kuzycz Assunção (9 de outubro de 2002). «Parque Industrial do Xisto: estratégia de desenvolvimento local para São Mateus do Sul- PR» (PDF)
- SIX/Mineração (27 de Agosto de 2010). «Unidade de Industrialização do Xisto» (PDF)
- Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFSC (12 de Agosto de 2013). «Água, Energia e o 'Gás de Xisto' como Ameaça Ambiental» (PDF)
- U.S. Energy Mapping System (em inglês)
- Stevens, Paul (agosto de 2012). «The 'Shale Gas Revolution': Developments and Changes». Chatham House. Consultado em 15 de agosto de 2012
- «EIA studies won't be required for shale gas exploration». The Lithuania Tribune. 24 de dezembro de 2013. Consultado em 31 de dezembro de 2013
Remove ads
Ver também
Ligações externas
Wikiwand - on
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Remove ads