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Franchinus Gaffurius (em italiano, Franchino Gaffurio; Lodi, 14 de janeiro de 1451 – Milão, 25 de junho de 1522) foi um teórico musical e compositor italiano da Renascença. Foi contemporâneo quase exato de Josquin des Prez e Leonardo da Vinci, que eram seus amigos pessoais.[1]
Franchinus Gaffurius | |
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Retrato de um Músico, por Leonardo da Vinci. Trata-se, possivelmente, de Franchinus Gaffurius. | |
Informação geral | |
Também conhecido(a) como | Franchino Gaffurio |
Nascimento | 14 de janeiro de 1451 |
Local de nascimento | Lodi, Itália |
Morte | 25 de junho de 1522 (71 anos) |
Local de morte | Milão, Itália |
Nacionalidade | italiano |
Ocupação(ões) | Compositor, teórico musical |
Franchino Gaffurio nasceu de uma família aristocrática. Ainda jovem, ingressou num monastério beneditino, onde adquiriu sua formação musical inicial; sucessivamente se tornou padre.[1] Viveu em Mântua e Verona antes de se instalar em Milão como mestre de capela da Catedral de Milão.[2]
Durante a década precedente, a família Sforza, usando o compositor Gaspar van Weerbeke como recrutador, havia tornado o coro da sua capela, em Milão, um dos maiores e mais destacados conjuntos musicais da Europa: cantores-compositores de vários países europeus, como Alexander Agricola, Compère e Johannes Martini, trabalharam lá. Embora os membros do coro do Duomo de Milão fossem, em sua maioria, italianos, e os membros do coro da capela Sforza fossem estrangeiros, havia uma influência mútua entre os dois grupos.[2]
Gaffurius manteve seu cargo na catedral pelo resto de sua vida, e foi em Milão que conheceu Josquin des Prez e Leonardo da Vinci.[2]
Dotado de uma rica e vasta cultura, Gaffurio encarnou o ideal humanístico do estudioso dedicado a numerosas artes e disciplinas, mas as suas contribuições mais influentes e célebres foram os tratados Theorica musicae e Practica musicae. Desde a sua formação inicial, Gaffurio adquiriu, estudou e transcreveu muitos tratados da época - tanto de autores famosos como de anônimos -, inclusive obras até então desconhecidas. Tais leituras se refletem amplamente nos seus escritos, que mostram o seu profundo conhecimento das teorias de Boécio, Johannes Tinctoris, Johannes de Muris, Philippe de Vitry, Guillaume Dufay, Marchetto da Padova e outros. Retomando a tradição medieval que remonta ao De institutione musica de Severino Boécio, Gaffurio desenvolveu uma espécie de "filosofia da música" segundo a qual a arte dos sons é assimilada à ciência dos números e tratada com base em proporções matemáticas, ligando-se assim à tradição pitagórica e neoplatônica que considerava a harmonia dos sons como resultado de precisas relações numéricas. Portanto a música não era mais somente uma arte prática, mas também uma disciplina especulativa cujas leis eram análogas àquelas que regulam o movimento dos corpos celestes
As duas obras de Gaffurio, em particular Practica musicae, tiveram grande difusão e contribuíram para o desenvolvimento de rigorosas pesquisas filosóficas e científicas em torno da música. Na época, todavia, para afirmar as próprias ideias musicais, Gaffurio teve que enfrentar uma dura controvérsia com os teóricos bolonheses, que defendiam as teorias do espanhol Bartolomé Ramos de Pareja. Em 1491, Giovanni Spataro (c. 1458 – 1541) criticou Gaffurio asperamente em Bartolomei Ramis honesta defensio in Nicolai Burtii parmensis opusculum. Gaffurio respondeu com a mesma dureza, em 1520, com a 'Apologia Franchini Gafurii musici adversus Ioannem Spatarium et complices musicos Bononienses. Spataro replicou, no ano seguinte, com uma Dilucide et probatissime demonstratione de maestro Joanne Spatario musico bolognese contra certe frivole et vane excusatione da Franchino Gafurio (maestro de li errori) in lude aducte. A polêmica foi interrompida em razão da morte de um dos contendentes, em 1522.
Grande humanista, Gaffurio escreveu uma série de tratados musicais, muito populares e de grande profundidade, sobre o fenômeno musical, e cuja concepção de harmonia influirá notavelmente sobre o pensamento de Gioseffo Zarlino.
Gaffurio foi um compositor fecundo, especialmente no estilo dos mestres flamengos. Chegaram à nossa época 11 magnificat, 37 motetos e 15 missas, que estão conservados em alguns códices do arquivo capitular milanês, além de madrigais e outras obras. Suas composições não denotam um aprofundamento da técnica polifônica, mas uma tentativa de simplificação.
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