Fantasma de Heilbronn
Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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A Fantasma de Heilbronn, também conhecida como "Mulher sem rosto", era uma assassina em série hipotética, cuja existência se presumia devido a evidências de DNA encontradas em diversos locais de crime em Áustria, França e Alemanha entre 1993 e 2009. Os crimes incluem seis assassinatos, entre eles o da policial Michèle Kiesewetter, em Heilbronn, Alemanha, em 25 de abril de 2007.
A única conexão entre os crimes era a presença do DNA de um mesmo indivíduo do sexo feminino, encontrado em 40 locais de crime, desde assassinatos a roubos. Em março de 2009, os investigadores concluíram que não se tratava de um "criminoso fantasma", mas que o DNA encontrado nas análises já estava presente nos suábes usados para coletar amostras de DNA e ele pertencia a uma mulher que trabalhava na fábrica onde eram feitos.[1]
Uma análise do DNA mitocondrial das amostras coletadas na Áustria concluiu que se tratava de um perfil genético encontrado mais frequentemente entre pessoas da Europa Oriental e da vizinha Rússia. Isso não foi descoberto nas investigações alemãs, pois embora a análise de DNA seja usada no país, seu uso é limitado à determinação de poucos atributos, como o sexo.[2] Pelo menos a partir de 2008, policiais passaram a suspeitar de que o DNA encontrado não era de uma criminosa, mas que se tratava de contaminação.[3][4]
Foi criada uma força-tarefa especial para as investigações sobre a "Fantasma", que se reuniu em um estacionamento no departamento de polícia de Heilbronn. Em janeiro de 2009, a recompensa por pistas que levassem ao paradeiro da pessoa chegou a trezentos mil euros.[3][5]
A existência da Fantasma havia sido questionada antes, mas a partir de março de 2009 o caso tomou um novo rumo quando, ao tentar identificar o corpo encontrado de um homem que buscava asilo na França, investigadores encontraram o perfil de DNA da Fantasma. Posteriormente, chegaram à conclusão de que não se trava de um criminoso e os resultados do laboratório se deviam à contaminação dos suábes usados para levantamento de DNA. Embora estéreis, os suábes não eram certificados para coleta de DNA humano.[6]
Se descobriu que os suábes usados por muitos departamentos de polícia haviam sido contaminados antes do envio. Todos os cotonetes contaminados vieram de uma mesma fábrica na Áustria, onde trabalhavam várias mulheres originárias do Leste Europeu, que se encaixavam no perfil. A Bavária, embora ficasse no centro da região onde ocorreram os crimes, não tinha relatos de crimes cometidos pelo Fantasma: o departamento de polícia de lá obtinha seus cotonetes de uma fábrica diferente.[4]
O DNA da "Fantasma" estava presente nos suábes utilizados para levantamento de vestígios de DNA nos locais dos seguintes crimes:
A história do Fantasma de Heilbronn é considerada um caso grave de contaminação com DNA humano, que prejudicou uma série de investigações forenses e custou uma fortuna aos cofres públicos de diferentes países. Como consequência dele, a Organização Internacional de Padronização (ISO) publicou, em 2016, a norma ISO 18385 para definir os requisitos para a produção de produtos livres de contaminação de DNA humano designados para coleta de evidências biológicas em locais de crime.[8]
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